Overdose Verbal

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Overdose verbal.

O que eu fiz a mim mesmo literalmente.
Sem Inspiração com palavras depressiva.
Comecei escrevendo uns versos dramáticos.
E acordei com uma poesia como companhia.

lembro de beber uma garrafa monossilábica.
Das rimas dolorosas e amargas em cada gota.
Depois cheirei uma carreira sem pontuação,
De frases longas passadas por extenso.

Injetei nas veias algumas letras incoerentes.
Traguei um maço de textos solitários sem filtro.
Provei na língua o doce gosto de cada fonema.
Consumi cada palavra recheada de acentos.

Agora minha cabeça está dançando, juntando.
Vogais e consoantes em passo de valsa.
Meu coração acelerado anseia por adjetivos.
Pulmões querem experimentar  parágrafos.
O corpo não aguenta mais praticar conjunção.
Minha alma deseja formar verbos no infinito.
Meu espírito quer contos sem pronomes.
Minha vida está cansada de diárias correções.

Eu me droguei de sintaxe gramatical.
Até perde a noção de separação de sílaba.
Eu acordei com uma poesia nua na cama.
Escrita perfeitamente numa caligrafia
Que só tem quem saber conjugar,
O difícil é complicado verbo AMAR.
Teria capacidade de pronunciar.

Gilson Gonçalves

#Gilsonhos
#comentamais
*imagem tirada do Google

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