Maria Madalena

0 0 0
                                    

Ela foi considerada adúltera
Acusada de prostituta
Foi arrastada e humilhada
Pelos mesmo Homens
Que dela aproveitavam
Pelas mesma mãos
Que a acariciavam
Ela entendeu duramente
Sua vida dela valia nada
Era somente um corpo
Uma distração envolvente
Uma fuga paga
Para aliviar as frustrações
Talvez para afastar a solidão
De homem sem coração

Ela foi pega em flagrante
Nem sequer sabiam
quem era o amante
Nem fizeram questão de saber
O problema estava com ela
O problema se via nela
O problema era ela
Maltratado foi o corpo
Que era destinado a
Proporcionar prazer
Ela foi condenada
E teve que se submeter
Diante dos olhos
Que antes a desejavam
E secretamente a procurava.

Ela foi julgada
Numa praça da cidade
E paga com a vida
De pecado sua dívida
Pelas mulheres traídas
Pelos homens hipócritas
Fechou então seu olhos
Assim sentiu se mais próxima
Do seus último abraço
Vindo direto dos braços da morte
Que lhe pareceram sutis e fortes
Um frio congelou sua espinha
E ali ficou timidamente prostrada
Diante os inúmeros insultos
que a alma dela resgavam

Ela ouvia temerosa sua sentença
O barulho da multidão a apavorava
Alguém disse em voz alta
Mantém essa vadia a pedrada
O suor descendo no seu rosto
Misturando com as lágrimas
Ela fechou firme os seus punhos
E esperou a primeira pedra ser jogada
Mas sentiu uma leve brisa correndo
Invés do sangue escorrendo
Bem baixinho ele escutou
Algumas sábias palavras

“atire a primeira pedra
Aquele que não errar
Aquele que nunca peca”

Ela abriu os olhos
Enxergando um mundo novo
Não havia mais
Acusações, provocações
Agressões, difamações
Ela sentiu alívio
Paz de espírito
Encantou com a esperança
E abraçou a liberdade
Conheceu ali alguém que lhe salvou
Lhe arrasou a perversidade
Alguém que a ela amou de verdade

Ela mudou sua vida
Sempre foi mulher de fibra
Enfrentou tudo de cabeça erguida
Não se ouvia mais as críticas
Ela mostrou ao mundo
Que onde abondou o pecado
Superabundou a graça
E segundo do salvador os passos
O viu se cruelmente perseguido
Julgado , duramente açoitado
Ser injustamente condenado
E ninguém tinha sabedoria
Para tirar dele aquele fardo pesado
E ali numa cruz morreu pelos pecados
Foi ali mesmo a segunda vez que
Salvou por amor vida
De Maria Madalena


Gilson Gonçalves

Imagens Google

Poesias Da Alma Onde as histórias ganham vida. Descobre agora