Capítulo 50

901 34 0
                                    


  Alice – Me larga. – Puxou o braço e ele voltou a segurá-lo.

Aaron – Filhinha, papai vai avisar uma única vez. – Sorria para disfarçar, caso alguém chegasse. Falava em sussurros. – Não é pra contar pra ninguém das nossas conversinhas. Entendeu?

Alice – Eu sempre vou contar pro meu pai!

Aaron – Entendeu? – Apertou seu braço.

Alice com lágrimas nos olhos – Tá machucando! Me solta! Eu vou gritar.

Aaron riu – Grita. Quero ver, vão me expulsar daqui e eu vou direto atrás da mamãe.

Alice – Me deixa em paz! – Deixou duas lágrimas finas caírem por seu rosto.

Aaron – Se afaste deles Alice. Sem dizer UMA palavra de tudo que te falo. Do mesmo modo que seu pai pode acabar com a minha vida, eu posso acabar com a dele. Não o ama o suficiente para protegê-lo?

Alice – Para. – Fechou os olhos e encolheu os ombros. – Para.

Aaron sorriu – Quando era pequena fazia isso. – Ela o olhou. Ficava chamando "mamãe, mamãe", fechava esses malditos olhos e pedia pra eu parar e chamar sua mãe.

Alice – Me solta. Me deixa ir embora. Me deixa em paz!

Aaron sorriu – Claro. Eu sei que no fundo é uma boa menina e vai me obedecer não é? – Ela ficou quieta e enxugou o rosto. – Né? – Apertou mais seu braço e ela assentiu. – Ótimo. Não queria ter que mandar seu papai e sua mamãe pro outro mundo, princesinha. – Beijou seu rosto e ela se afastou. – Tchau, filha. – Sumiu pelo corredor e ela escorregou para o chão, escondendo a cabeça nas mãos. Por que tinha dado abertura aquele homem? Como pôde? Era tudo que pensava.

  Ela não conseguiu prestar atenção na aula. Assim que deu o sinal juntou as coisas e esperou a mãe.

Anahí – O que houve? – Perguntou ao ver a cara da filha.

Alice baixinho – Nada.

Anahí – Filha?

Alice – To cansada. – Se afundou no banco. A mãe preferiu não insistir. – Vou tomar banho. – Falou desanimada assim que chegaram em casa. Se deixou chorar no chuveiro. E agora? Ela tinha medo de contar ao pai e tinha medo de não contar.

Anahí – Não sei. Calada, os olhos vermelhos. – Explicava para o marido como Alice tinha voltado do inglês. – Não quis me contar.

Alfonso – Eu posso tentar falar com ela.

Anahí – Se foi o Aaron ela só vai contar pra você. Se for outra coisa talvez pra só pra mim. Tenta primeiro porque pra mim ela não disse nada.

Alfonso – Ok. Eu vou lá no quarto dela. – Subiu e bateu na porta, entrando em seguida. Alice estava deitada na cama. – Posso? – Ela virou e assentiu. Viu o pai se aproximar e sentar na cama, pegando sua mão. – Quer contar pro papai o que houve?

Alice hesitou por alguns segundos – Não houve nada.


Alfonso a avaliou – Tem certeza? – Ela assentiu. – Ele te procurou?

Alice – No. – Desviou o olhar.

Alfonso – Vamos combinar uma coisa?

Alice – O que?

Alfonso – Que vai ser sincera e confiar em mim? – Virou o rosto dela para si.

Alice – Eu confio.

Alfonso – Então estou esperando que me diga a verdade.

Alice – Eu disse. Só estou chateada com umas coisas.

Alfonso – E pode me contar que coisas são essas?

Alice – Papai eu não... Eu...

Alfonso – Você? Ele te ameaçou? Te ligou de novo? – Ela suspirou e o abraçou, deitando a cabeça em seu ombro. – Eu só quero te ajudar, princesa, confia em mim. – Alisou suas costas com uma mão, enquanto a outra acariciava seu cabelo.

Alice fechou os olhos – Fica comigo. Não quero ficar sozinha.

Alfonso – Claro que fico. – Beijou sua cabeça. – Prometa que vai me dizer se for ele? – Ela ficou quieta. – Alice, prometa. Eu preciso saber pra poder ajudar e cuidar de vocês.

Alice – Tudo bem.

Alfonso – Ok, vem aqui. – Se acomodou, apoiado na cabeceira da cama e ela deitou em seu peito. – Não quer comer nada?

Alice – Não. – Sorriu pegando na mão dele e voltando a fechar os olhos. – Só quero ficar aqui. – Ele assentiu e entre os carinhos do pai, ela adormeceu.  

Especial Never Gonna Be AloneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora