Capítulo 31

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Alfonso – Não tá. Ai Alice, quando vai entender? Vai esperar que ele faça algo de novo pra entender que só quero te proteger?

Alice – Pai, me escuta, eu sei que eu errei dizendo tudo que disse, mas eu realmente quero conhecer ele. Eu não consigo chama-lo de pai! Porque ele não é, ele é, mas não é! Eu... – Tentava explicar e mexia as mãos. – Quero dizer... Você é.

Alfonso – Eu sou quem te criou.

Alice – Não me importa!

Alfonso – Pareceu importar muito antes.

Alice – Mas não ligo! Eu falei porque estava confusa e também chateada por não quererem me deixar fazer o que eu queria. Aí eu quero conhecer ele também, porque eu acho mesmo que se arrependeu, sabe?

Alfonso – Não, eu não sei. E eu não quero mais falar do seu pai, o que mudou da noite pro dia e te ama incondicionalmente pra todo sempre. Eu tenho muito trabalho pra fazer, se não acredita em mim, continuo sentindo muito, continua doendo, mas eu te aconselho a ir pra casa porque já me destruiu o suficiente.

Alice – Me perdoa. – Ele só deixou uma lágrima cair e ela ficou parada. – Papai?

Alfonso – Tem como ir pra casa? – Ela negou. – Vamos. – Levantou pegando as chaves do carro e os dois foram, em silencio. Como foi o caminho inteiro, até o celular dela tocar. – Não vai atender?

Alice – Não. – Respondeu e ficou quietinha, olhando pela janela. Ele a deixou na porta de casa, mas quando ela ia sair, ele segurou seu braço.

Alfonso – Por esses dias eu vou te trazer tudo. – Ela olhou confusa. – Eu vou provar que eu digo a verdade, que nunca menti pra você. Nesse dia... Espero que eu consiga te apoiar pra não cair como fiz toda sua vida. Mas se eu não conseguir, me desculpa.

Alice – Papai. – O abraçou e ele a apertou nos braços, alisando suas costas.

Alfonso – Entra. – Se afastou.

Alice – Papai n...

Alfonso – Entra, Alice. Eu preciso trabalhar. – Ela assentiu, cabisbaixa e foi.

Quando entrou em casa, subiu e ouviu os gêmeos gritando no vídeo game.

Alice – Posso jogar? – Eles pausaram e a olharam.

Felipe – Por quê?

Alice – Ué, eu gosto!

Gustavo – Eu sei que gostava! Antes de tudo. Agora você nem fala mais com a gente. – Estranhou.

Alice – Desculpem.

Felipe – Pega o controle! Depois dessa a gente joga! – Ela sorriu e esperou.

Ela pensou serem os únicos que não davam duras nela. Mesmo rindo com eles, tinha um peso consigo. O peso de ter magoado o próprio pai.  

Especial Never Gonna Be AloneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora