Alfonso – Não tá. Ai Alice, quando vai entender? Vai esperar que ele faça algo de novo pra entender que só quero te proteger?
Alice – Pai, me escuta, eu sei que eu errei dizendo tudo que disse, mas eu realmente quero conhecer ele. Eu não consigo chama-lo de pai! Porque ele não é, ele é, mas não é! Eu... – Tentava explicar e mexia as mãos. – Quero dizer... Você é.
Alfonso – Eu sou quem te criou.
Alice – Não me importa!
Alfonso – Pareceu importar muito antes.
Alice – Mas não ligo! Eu falei porque estava confusa e também chateada por não quererem me deixar fazer o que eu queria. Aí eu quero conhecer ele também, porque eu acho mesmo que se arrependeu, sabe?
Alfonso – Não, eu não sei. E eu não quero mais falar do seu pai, o que mudou da noite pro dia e te ama incondicionalmente pra todo sempre. Eu tenho muito trabalho pra fazer, se não acredita em mim, continuo sentindo muito, continua doendo, mas eu te aconselho a ir pra casa porque já me destruiu o suficiente.
Alice – Me perdoa. – Ele só deixou uma lágrima cair e ela ficou parada. – Papai?
Alfonso – Tem como ir pra casa? – Ela negou. – Vamos. – Levantou pegando as chaves do carro e os dois foram, em silencio. Como foi o caminho inteiro, até o celular dela tocar. – Não vai atender?
Alice – Não. – Respondeu e ficou quietinha, olhando pela janela. Ele a deixou na porta de casa, mas quando ela ia sair, ele segurou seu braço.
Alfonso – Por esses dias eu vou te trazer tudo. – Ela olhou confusa. – Eu vou provar que eu digo a verdade, que nunca menti pra você. Nesse dia... Espero que eu consiga te apoiar pra não cair como fiz toda sua vida. Mas se eu não conseguir, me desculpa.
Alice – Papai. – O abraçou e ele a apertou nos braços, alisando suas costas.
Alfonso – Entra. – Se afastou.
Alice – Papai n...
Alfonso – Entra, Alice. Eu preciso trabalhar. – Ela assentiu, cabisbaixa e foi.
Quando entrou em casa, subiu e ouviu os gêmeos gritando no vídeo game.
Alice – Posso jogar? – Eles pausaram e a olharam.
Felipe – Por quê?
Alice – Ué, eu gosto!
Gustavo – Eu sei que gostava! Antes de tudo. Agora você nem fala mais com a gente. – Estranhou.
Alice – Desculpem.
Felipe – Pega o controle! Depois dessa a gente joga! – Ela sorriu e esperou.
Ela pensou serem os únicos que não davam duras nela. Mesmo rindo com eles, tinha um peso consigo. O peso de ter magoado o próprio pai.
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Especial Never Gonna Be Alone
FanfictionDizem que os pais querem sempre manter os filhos perto, no alcance de seus olhos, onde seus braços possam protegê-los e impeçam que a vida lhe deem rasteiras inesperadas. O que fazer, então, quando esses filhos crescem e começam a ter seus próprios...