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"Eu estou morto?"

"Você se sente morto?"

"Eu não sei." Frank abriu os olhos lentamente. Nada doía. Ele estava em uma cama. Lençóis brancos. Paredes brancas. Quarto branco. Hospital, então. Ele olhou para cima. O Cardeal estava sentado ao lado de sua cama. "Um," Frank disse. "Oi?"

"Olá, Frank," o Cardeal sorriu. "Foi uma coisa muito corajosa o que você fez por nós."

"Eu não fiz isso por vocês," Frank franziu o cenho, e depois arregalou os olhos. "Gerard. Ele está -?"

"Ele está bem," o Cardeal disse, tranquilizador. Ele tocou o ombro de Frank e Frank afundou novamente contra os travesseiros. "Todos estão bem."

"Todos estão bem," Frank repetiu, apenas para ter certeza. Seus olhos estavam pesados e seus membros estavam confusos nas bordas. "Foi uma morfina de qualidade a que eles aplicaram em mim," ele falou arrastado. "Eu amo hospitais."

"Você odeia hospitais."

"Eu odeio hospitais," Frank concordou. Ele esfregou as pontas dos dedos contra os lençóis. "Se eu não estou morto, posso assumir que o mundo não está sendo grelhado nesse exato momento?"

"Você não acha que Deus pode tomar conta disso sozinho?"

Frank arqueou uma sobrancelha. "Evidentemente não. Caso contrário ele não precisaria de nós, precisaria?"

O Cardeal murmurou. Frank podia ver suas mãos dobradas em seus joelhos. "Então você acha que Ele precisa? Precisa de você."

"Você é realmente irritante," Frank disse a ele, cruzando os pés sob o lençol.

O Cardeal riu. "Eu já ouvi isso antes."

"Vocês todos são irritantes," Frank continuou, ganhando força. Ele estava muito chapado para realmente ficar irritado, mas chapado o bastante para dizer o que pensava. "A porra da sua Igreja inteira. Eu quero dizer, você parece ser um cara okay, não me entenda mal, e eu sei que Gee é um grande fã seu. E você se livrou daquele demônio babaca antes que ele pudesse me assar de dentro para fora, e eu acho que isso faz com que eu goste um pouco de você."

"Obrigado," disse o Cardeal em um tom seco e divertido.

"Apesar de ter sido na maior parte Mikey. Você sabe que eu ouvi a voz dele? Ele consegue fazer isso, sabe. Coisas com o cérebro. Eu não sei como isso chama. Mas ele pode."

O Cardeal inclinou sua cabeça levemente. "Eu sei."

"E eu sei que você quer ajudar as pessoas," Frank continuou tagarelando. "Gerard também quer. Mas todas as decisões são feitas por esses caras velhos que não vivem no mundo real e estão apenas tentado manter as pessoas sob controle."

O Cardeal ficou quieto por um tempo. E depois disse, "Eu acho que isso não está incorreto. Mas imagine o que seria a Igreja em quarenta anos, se cada padre ordenado nos últimos dez fosse como Padre Way."

"Mas eles não são," Frank disse teimosamente. "Eles não são."

"Você soa muito determinado, eu suponho que você esteja certo," o Cardeal disse, naquele tom irritantemente conciliador, mas Frank não tinha a energia para chamar a atenção dele nisso. O Cardeal disse, "Você realmente tem uma extraordinária capacidade de suportar-"

"Coisas que doem, eu sei," Frank interrompeu. Ele não queria conversar sobre isso. Em vez disso, ele perguntou, "Por que eles nos odeiam tanto? Os demônios. Quero dizer, nós nunca fizemos nada para eles, certo? O que tem em nós que os deixam tão furiosos?"

O Cardeal considerou por um longo tempo antes de responder, "Perdão."

"Hmmm," disse Frank. Ele tinha certeza que isso era super profundo, mas ele estava muito chapado para apreciar. "O que, que nós podemos ser perdoados, ou que nós podemos perdoar uns aos outros?"

Heaven Help Us [Frerard]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora