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"O que ele está fazendo?"

Eles estavam sentados no sofá de Craig, usando o canal da segurança para assistir Gerard se mover pela casa. Ele parava, periodicamente, e corria as mãos sobre os vidros das janelas, ao redor da moldura da porta, as vezes sobre remendos aleatórios de parede.

"Ele está procurando um jeito de sair," Mikey respondeu a pergunta de Brian. "Um ponto fraco no feitiço de Ray."

"Ele não vai encontrar," Ray disse confiantemente. Ele estava segurando a mão de Mikey.

Bob suspirou ruidosamente. "Eu acho que nós não vamos seguir com o meu plano de arrebentar, então."

"Ele ainda está lá, Bob," Mikey disse silenciosamente.

"Como você sabe?"

Mikey deu de ombros. "Eu sei."

Brian estava ajoelhado próximo a mesa de café, deslocando pilhas de livros ao redor. "Então eu suponho que estamos lidando com algum tipo de possessão, certo? Claro que nós não sabemos pelo quê ele está sendo possuído, seria muito fácil."

"Xaphan," disse Frank.

Brian olhou para ele. "Desculpe?"

"O símbolo na esfera," Frank disse. "É a marca de Xaphan. É quem os encapuzados estão tentando levantar."

Brian segurou um livro e o folheou, murmurando, "Xaphan, Xaphan," baixinho. "Xaphan! Anjo caído, se rebelou com Satanás, demônio do segundo posto, bla bla bla..." a animação desapareceu da sua voz. "Teve a brilhante ideia de incendiar o Céu, e agora é o responsável por colocar 'fogo' na frase 'fogo e enxofre'. Incrível."

"Huh," disse Bob. "Acho que o incêndio da garagem não foi tão inexplicável assim."

Brian fechou o livro e olhou para Frank. "Como você sabia disso?"

Um longo tempo se passou antes que Frank respondesse. Ele nunca tinha se sentido tão burro, tão envergonhado, em toda a sua vida. Se lembrando do modo com que ele tinha se comportado como se estivesse recontando um episódio da TV ou uma história que alguém lhe dissera sobre um total e absoluto idiota – mas pelo menos, agora ele devia a eles honestidade. "O Cardeal me disse," ele disse, incapaz de erguer a voz acima de um murmúrio, ou desviar o olhar dos próprios joelhos. "Eu atendi o telefone de Gerard e falei com ele."

"Mas eu pensei que Gerard-"

"Ele nunca ligou para o Vaticano como disse," Frank continuou devagar. "E ele me disse que eles o levariam embora se eu os ouvisse. Então eu não ouvi."

O sofá afundou e balançou, e a mão de Mikey apareceu, rastejando sobre a coxa de Frank para encontrar a mão dele e segurá-la.

"Mikey," Frank começou, forçando sua língua a formar as palavras. "Eu-"

"Não se desculpe comigo," Mikey disse ferozmente, trazendo seus joelhos para cima do sofá. Ele se apertou contra a lateral de Frank. "Não se atreva."

"Quando isso aconteceu?" Brian quis saber.

Os olhos de Frank queimaram e sua visão ficou embaçada. Ele não conseguia soltar a mão de Mikey. "Um pouco antes das crianças aparecerem nas câmeras."

"Então nós provavelmente não poderíamos ter feito nada nesse tempo, de qualquer forma," Ray disse gentilmente. "Não se torture, Frank, não é sua culpa."

Sim, é, Frank pensou miseravelmente, mas manteve para si mesmo. Em vez disso, ele tirou o celular de Gerard do bolso e o colocou na mesa de café. "Era um número privado. Eu não sei se você pode ligar para o número que Gerard salvou e eles podem nos dizer como chegar até o Cardeal."

Heaven Help Us [Frerard]Where stories live. Discover now