• deserve you ☀ hyungwonho •°

☀ .you don't deserve it ☀

Annyeong!! Voltei no dia certo dessa vez!!!

Primeiro ataque.

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Comecei o dia já cansado. Caminhei calmamente até a escola, sentindo o frio me envolver mesmo que usasse um moletom. Passei pela mesma rua que havia seguido com Hoseok no dia anterior, me lembrando de enquanto trocávamos poucas palavras. As suas, sempre vazias. Isso me fez lembrar que havia dito que seria seu amigo — e este último, de Sejeong em pé em frente à mesa dizendo que estava terminando comigo.

Suspirei e, nos poucos minutos que passei distraído, cheguei na escola e me enfiei no meio dos alunos pelos corredores. Hoje eu não teria que esperar Sejeong, ou abraçá-la até que o sinal batesse e tivéssemos que ir cada um para sua sala, por isso eu segui direto para a minha, Sentei em minha carteira enquanto quase toda a turma ainda estava do lado de fora.

O dia parecia estar passando lentamente, e eu não conseguia me concentrar tanto assim no que o professor falava, então fazia questão de anotar todas frases compreensíveis que ele falava e o que ele passava no quadro para ter a certeza de que poderia me recuperar depois. Uma das aulas era de matemática, então era fundamental que eu as aprendesse para poder ajudar Hoseok.

Durante a aula de gramática, revirei o caderno enquanto a professora discutia algumas questões com os alunos, parando nas páginas que mais me chamavam atenção. O caderno de gramática era o que eu havia emprestado a Hoseok para que o mesmo estudasse, e por isso meu nome estava escrito várias vezes no topo da folha. Hoseok era bem distraído enquanto estudava. Pude perceber isso enquanto tentava ensiná-lo a matéria. Com o caderno em mãos, eu percebia que ele havia ficado pensando em mim ao invés de prestar atenção na matéria. Mesmo que isso fosse ruim para ele, eu não deixava de sorrir ao ver aquilo. Talvez Hoseok nem mesmo soubesse que havia escrito meu nome dezenas de vezes em meu próprio caderno. Ele provavelmente ficaria envergonhado ao saber daquilo e me pediria desculpa.

Por fim o sinal para o almoço tocou. Juntei meu material devagar e apenas deixei a sala depois dos demais, ainda tendo que voltar depois de deixá-la para pegar o caderno de matemática para poder aproveitar o tempo para explicar mais algumas coisas a Hoseok. Eu sabia que havia coisas que ele ainda tinha que aprender antes de chegar nessa matéria e não se confundir.

O corredor já estava quase vazio quando deixei a sala, mas eu não estava apressado para o almoço. Na verdade, eu não iria almoçar. Pegaria aquela bandeja de comida — o mínimo possível — apenas porque era obrigatório.

Ao virar no corredor, franzi as sobrancelhas ao ver Hoseok caminhando em minha direção. Ele devia estar almoço, e eu considerava a possibilidade de que houvesse vindo atrás de mim. Ele se aproximou rápido, com a expressão que eu acreditava ser uma mistura de determinação e medo, o movimento dos braços acompanhando o corpo — antes que em menos de um segundo suas mãos prendessem o tecido de meu moletom firme em seus dedos e seus lábios estivessem nos meus.

Diferente da agressividade com que havia segurado meu moletom — e mesmo que fosse num ato rápido — seus lábios pressionados contra os meus eram calmos e suaves, além de serem macios. Era bom. Meu coração estava batendo tão forte que eu o sentia por todo meu corpo. Estava assustado e surpreso com o ato, incapaz de mover um músculo sequer. Os lábios de Hoseok estavam sobre os meus. Hoseok era um garoto — mas isso não fazia com que o toque fosse diferente de que se houvesse sido uma garota a me beijar.

Seus lábios devem ter sido pressionados contra os meus por poucos segundos, desaparecendo rapidamente ao que Hoseok soltava meu moletom e se afastava de mim, murmurando um "desculpe" enquanto tinha os olhos arregalados e presos em meu rosto. Deixei o ar sair pesados de meu pulmão, respirando depois de inconscientemente ter prendido a respiração. Hoseok me deu as costas e caminhou apressado pelo corredor.

"Hoseok" Chamei-o, caminhando atrás dele e correndo um pouco para conseguir segurar seu braço e fazê-lo parar. Ele se virou para mim, mas não me olhou. "Não precisa se desculpar. Eu estou falando sério. Sou eu quem tenho de me desculpar por te fazer sofrer por mim. Você não merece sofrer por mim, entende? Você não merece sofrer por coisa alguma. Você é uma das melhores pessoas que eu conheço, Hoseok, e eu me importo e preocupo com você. Desculpe-me por isso."

Ele me encarava fixamente. Os olhos brilhavam e eu podia saber que eram as lágrimas que ele segurava. Eu era um péssimo amigo. Estava fazendo Hoseok chorar novamente apenas dois dias depois de vê-lo chorar enquanto dormia.

Passei a mão pelo seu cabelo escuro, bagunçando-o. O fato de Hoseok ser menor me ajudava a vê-lo como alguém que eu precisava cuidar. Eu era a única pessoa que Hoseok tinha por perto. Isso fazia dele meu pequeno? Senti a textura de seus fios enquanto acariciava seus cabelos por um momento.

"Não chore por mim, tudo bem? Eu não mereço suas lágrimas." Olhei para seu rosto novamente e lhe dei um sorriso, tentando passar um pouco de alegria e confiança para Hoseok, no entanto, ele apenas continuava com os olhos fixos em mim. Hoseok pensava muito, muito em mim. Suspirei. Não queria que ele sofresse. "Você descansou no final de domingo?" Eu desci minha mão para a sua e apertei-a entre meus dedos. Não chore, Hoseok. Estou aqui. Porém, não estava da forma que ele queria.

"S-sim." Ele gaguejou com o olhar para baixo e com um segundo percebi que ele observava minha mão segurando a sua. Eu sabia que ele não via aquilo como um sinal de que eu gostava dele, mas eu presumia que devia despertar algo em si, e eu imaginava que isso deveria doer — assim como algo doía dentro dele no dia que o puxei para o jardim para saber por que ele estava tão para baixo.

Soltei sua mão depois de apertá-la mais uma vez entre meus dedos. Queria que Hoseok visse que aquilo significava que eu estava ali com ele, para ajudá-lo e apoiá-lo, que estava ali assim como havia dito a mim mesmo: para cuidar dele e fazê-lo feliz como seu melhor amigo.

"Então vamos almoçar e depois estudar um pouco se tivermos alguns minutos, tudo bem?" Perguntei olhando em sua direção. Hoseok já olhava para mim e apenas afirmou com a cabeça, começando a andar junto comigo para o refeitório em silêncio. Enquanto tinha consciência de Hoseok do meu lado, minha mente repassava a surpresa que eu havia tido ao sentir a pressão de seus lábios contra os meus. Não havia sido um beijo, apenas um toque, mas, mesmo assim, eu ainda estava um pouco surpreso. Eu poderia estar chocado — ainda bem que não havia sido um garoto qualquer, e sim Hoseok.

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Então, deixem me explicar a questão "Hyungwon e seus sentimentos".

Há algumas partes que podem enganar vocês e que são conflitante. Por exemplo, a parte do "meu pequeno" não mostra algum tipo de possessão em relação ao Hoseok, apenas que Hyungwon tem a consciência de que é a pessoa mais próxima dele, assim como quando Hyungwon pede desculpa. Ele sabe que está fazendo Hoseok sofrer internamente por si, que Hoseok o ama, e ele se sente culpado por não lhe devolver o sentimento. Como eu já disse, Hyungwon se importa muito com Hoseok e quer vê-lo feliz, mas pelo ponto de vista de um amigo.

Sobre a última frase: significa que por Hyungwon ser 'hétero', ele levaria um choque ao ser beijado por um garoto - ele provavelmente o empurraria e perguntaria se o mesmo estava louco (mas não por preconceito, mas porque ele não se interessa por garotos), mas por ser Hoseok, alguém do qual ele é mais próximo e tem consciência dos sentimentos do garoto por si, e principalmente, é uma pessoa importante para Hyungwon, ele tem reações diferentes dessa, também por não querer machucar Hoseok e por a aproximação ter sido boa - ele não acho estranho ou nojento, ou sei lá.

Espero que não tenha confundido vocês com essa nota final gigantescas.

Mas só quero dizer que, talvez uma sementinha tenha sido plantada no Hyungwon (no coração dele, essa fic não é MPreg).

Annyeong!!