Capítulo 19

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Todos os dias pela manhã era um sacrifício para Malu acordar. Ela não se acostumava nunca com isso. Se arrumar de forma decente era uma tarefa mais impossível ainda. E o café da manhã? Era difícil manter os olhos abertos enquanto bebia seu achocolatado quentinho e comia seu pão.

A loira foi se arrastando até a porta de casa e quase teve um infarto ao ver seu pai conversando com Bernardo. Os dois pareciam bem animados e riam de alguma coisa. Malu pensou em como aquela cena mudaria se seu pai soubesse o que eles andavam fazendo escondido dele.

- Me contem essa piada, que também quero rir. - a menina parou em frente aos dois.

Bernardo a encarou e teve que segurar a risada. A Malu mal humorada pela manhã estava de volta.

- Bom dia pra você também, Maria Luiza.

- Bom dia, Bê. - ela deixou escapar um meio sorriso. - Do que vocês tão rindo?

- Bernardo tava me contando da sua aventura como surfista.

Ela lhe lançou um olhar furioso:

- Não tem nada de engraçado nisso. - Malu cruzou os braços. - Só porque eu cai uma vez?

- Algumas vezes! - Bernardo corrigiu.

- Espero que você seja melhor professor de matemática do que é de surfe. - Paulo brincou.

- E sabe o que eu espero? - Malu colocou as mãos na cintura brava. - Não chegar atrasada de novo na escola.

Paulo sorriu pra ela de forma engraçada:

- Eu já dei meu jeito nisso! - ele foi andando até a porta do motorista. - Adiantei todos os relógios lá de casa em 15 minutos. Nada de atrasos!

- Mentira! - Malu pegou seu celular para verificar a hora. E realmente estava mais cedo do que quando ela viu a hora na cozinha, antes de sair de casa.

- Até nos atrasos você é igual sua mãe. - ele falou quando todos já estavam dentro do carro. - Por ironia do destino a única vez que ela não se atrasou foi no dia do nosso casamento. Ela chegou antes de mim.

- Sério? - Bernardo perguntou confuso.

- Seu pai e o Caíque ficaram responsáveis por levar as alianças, mas esqueceram. - ele riu se lembrando. - A única coisa que eles tinham que fazer. E eu tive que voltar pra casa e buscar.

- Aí a mamãe chegou e você não tava na igreja. - Pedro falou.

- A gente já ouviu essa história um milhão de vezes. - Malu completou.

- Meus filhos são tão insensíveis. - Paulo disse falsamente ofendido. - Debocham dá história de amor dos próprios pais.

- Não estamos debochando, papai. - Malu se defendeu.

- Bernardo, quando você vai poder começar a dar aula pra Malu?

- Quando você achar melhor.

- Vocês começam hoje, então.

Malu e Bernardo se entreolharam e a menina teve que disfarçar o sorriso sacana que queria surgir em seu rosto. Eles chegaram pela primeira vez muito adiantados, mas Malu não teve tempo de ficar com Bernardo antes da aula começar. Teve que passar na coordenação com seu pai, para entregar as advertências.

A loira chegou na sala, alguns minutos antes da aula começar. E estranhou o fato de Victoria ainda não ter chegado. Será que ela ia faltar? Mas não havia mandando nenhuma mensagem avisando. Quando Vic chegou o professor já estava na sala, mas não implicou com o atraso da menina. Malu já estava começando a acreditar que o problema da escola era com ela.

Depois do fimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora