Prólogo

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Bruna entrou no quarto como se fosse um furacão. Seu penteado já estava quase se desfazendo e ela ainda não havia colocado seu vestido. O casamento iria começar em poucos minutos e ela ainda não estava pronta. Micaela e Letícia olhavam preocupadas para a amiga.

- Temos um problema! - Bruna disse prestes a ter um ataque de nervos. - Meu vestido não fecha!

- Calma, Bru. Eu te ajudo! - Micaela se prontificou a ajudar.

- Amiga, ele não fecha. Eu já tentei de tudo. Ganhei muito peso no último mês. - ela colocou o vestido e se virou para Mic. - Já devia ter previsto que isso ia acontecer.

- Bruna, se acalma. - Letícia falou dando risadas. - Parece até que é você que vai casar e não eu.

- Mas eu sou a madrinha, não posso entrar de qualquer jeito.

- Bru, dá pra parar de se mexer. - Micaela resmungou tentando fechar o zíper nas costas de Bruna.

- Por que essa barriga foi crescer tão rápido? - a loira choramingou acariciando a protuberância na sua barriga. - Eu tô grávida só de três meses, mas parece que engoli uma melancia.

- CONSEGUI! - Micaela gritou de felicidade por finalmente ter conseguido fechar o vestido.

- Nem acredito! Achei que fosse ter que entrar na igreja sem roupa.

- Mamãe! Mamãe! - uma voz infantil interrompeu.

A garotinha entrou correndo pelo quarto quase tropeçando em seu vestido branco. A roupa que a menina usava era uma miniatura perfeita do vestido de noiva de Letícia.

- Mamãe! - choramingou puxando a barra do vestido da mãe. - Eu não quero ir embora. Não quero deixar você e o papai.

Bruna se abaixou com um pouco de dificuldade para poder ficar da altura da filha, ou quase isso. Ela colocou uma mecha do cabelo loiro da menina que havia se soltado do penteado de volta no lugar.

Respirou fundo e disse com toda paciência do mundo:

- Meu anjo, o que aconteceu?

- Não deixa ele me levar, por favorzinho. Eu amo você e o papai.

- Malu, ninguém vai te levar embora. - ela soltou uma risada. - De onde você tirou isso?

- Foi ele. - disse a menina apontando pro garotinho que espiava toda a cena escondido na fresta da porta. - Ele disse que eu e ele estamos com as roupinhas iguais a da Tia Let e do Tio Caíque porque a gente vai se casar igual eles. - Malu choramingou mais um pouco. - Mas eu não quero me casar com ele, mamãe.

- Vocês não vão se casar. - Bruna segurou a risada. - Vocês só têm cinco anos, e só os adultos podem se casar.

- E quando a gente for velho, tipo com uns vinte anos? - o menino saiu do seu esconderijo e se pronunciou. - Você deixa a gente se casar, tia?

- Bernardo! - foi a vez de Micaela repreender o seu filho.

A pequena cópia de Nathan foi andando em sua direção e sentou em seu colo no sofá.

- O que foi, Mamãe? - ele encarou Micaela com as sobrancelha arqueadas, igual ao pai. - Por que eu não posso me casar com a Malu?

- Vocês ainda são duas crianças.

Bruna que havia se sentado com Malu no sofá ao lado deles respondeu.

- Mas tia, eu quero muito muito muito. - ele fez beicinho. - Eu quero casar com ela, por que quero que meus filhos tenham os olhos azuis iguais da Malu.

Depois do fimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora