Capítulo 2

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Pedro começou a esmurrar a porta do banheiro sem paciência. Malu estava trancada lá dentro fazia mais de meia hora e o caçula também precisava se arrumar para ir para escola. Se ela demorasse mais um pouco eles iam acabar se atrasando. Mais uma vez.

A garota encarava o espelho e tentava afastar o sono. Seus movimentos pareciam estar em câmera lenta. Estava exausta dos ensaios do dia anterior. Levantar da cama já havia sido um sacrifício, se arrumar para escola estava sendo mais difícil ainda. Ela tentava com dificuldade se concentrar em passar o rímel nos olhos, mas seu irmão não ajudava batendo na porta a cada segundo.

Por fim, a loira desistiu e saiu do banheiro. Não estava nem aí se sua cara de zumbi pudesse assustar quem a visse pela frente. Era bom que combinaria com seu mau humor. Assim que saiu do banheiro seu irmão sorriu para ela vitorioso.

- Bom dia, Malu!

A loira o fuzilou com o olhar e o respondeu da forma mais seca possível:

- Bom dia, pirralho!

María Luiza odiava acordar cedo, e seu humor pela manhã era dos piores. A garota seguiu até a cozinha, onde seu pai já estava com a mesa de café da manhã pronta. Sempre que estava em casa, Paulo fazia questão de preparar o café da manhã dos filhos e os levar para escola. Mesmo que a escola em que estudassem ficasse perto de casa e eles pudessem perfeitamente ir andando. Mas Malu não iria reclamar disso nunca.

- Bom dia minha princesa. - Paulo falou dando um beijo na testa da menina. - Comprei o pão que você gosta.

- Bom dia, pai. - a menina respondeu, pegando seu pão doce em cima da mesa.

A menina deu uma mordida generosa em seu pão doce e bebeu um gole do achocolatado que seu pai preparou. Malu adorava todo esse cuidado que o pai tinha com eles. Paulo sempre mimou os filhos e fazia questão de estar sempre presente, mesmo viajando sempre com a banda.

Pedro desceu pulando os degraus da escada e cantarolando uma melodia. Diferente da irmã, Pedro era uma pessoa matutina. O garoto estava sempre de bom humor. Malu havia puxado Bruna, que também odiava acordar cedo.

- Pê, você vai acordar a mamãe. - a loira o repreendeu.

O garoto não respondeu, apenas mostrou língua para a mais velha e foi se servir. Paulo também se sentou na mesa e tomou café da manhã com os filhos.

- Pai, hoje depois da aula de inglês você me leva pra andar de skate?

- Hoje não vai dar, Pê. A gente vai jantar na casa do Caíque.

- Eu posso levar meu skate?

- Não inventa, Pê. - Malu respondeu revirando os olhos.

- É melhor não, mas você pode levar seu videogame. - o homem bebeu seu café. - O Caíque convocou todo mundo pra esse jantar, porque disse que tem algo importante pra contar sobre o bebê.

- O que será? - Pedro perguntou curioso, ao mesmo tempo que Malu resmungava ao saber que Bernardo também estaria lá.

- Acho que eles descobriram o sexo do bebê.

- Tomara que seja uma menina, tô cansada de ficar no meio desses garotos chatos. - Malu comentou.

- Se for uma menina vai sofrer com o Caíque. Não vai deixar a filha nem sair de casa. - Paulo disse rindo.

- Você dizia a mesma coisa, meu amor. E olha só pra nossa filha agora. - Bruna que ia descendo as escadas falou.

A mulher deu um beijo de bom dia em cada filho e foi até o marido.

Depois do fimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora