Depois do fim

Capítulo 21

Malu se sentou ao lado de Bernardo no sofá e estendeu pra ele o balde de pipoca que tinha acabado de fazer. O menino encheu a boca de pipoca sem nem tirar os olhos do filme que passava na TV.

- Eu ainda nem acredito que seu pai deixou você sair nesse fim de semana.

- Também não. - ela comeu um pouco de pipoca. - Mas ele só deixou porque é de dia e com vocês.

- Só porque eu sou uma ótima influencia na sua vida. - ele falou com a boca cheia de pipoca. - Seu pai confia em mim.

- Será que se eu contar umas coisinhas pra ele, vai continuar confiando? - Malu falou com um sorriso malicioso no rosto.

- Tipo que eu tô pegando a filhinha dele.

- Me respeita, rapaz! - ela jogou uma pipoca nele.

- Desculpa, moça! - ele riu mostrando toda pipoca dentro da boca.

- Aí meu Deus, eu tô namorando um ogro. - Malu falou rindo. - Bem que falam que depois que começamos a namorar que vemos a verdade sobre a pessoa.

Ele engoliu o que estava mastigando e riu, dessa vez com a boca vazia:

- Não vem com essa, que você me conhece desde que a gente andava por aí com fralda suja, com nariz remelento. - ele soltou uma risada escandalosa. - Você lembra aquela vez que você tava muito resfriada e quando foi espirrar...

- Eu lembro! Não precisa terminar.- ela cruzou os braços em frente ao peito. - Quando tava tentando me conquistar era todo príncipe, agora virou um ogro. Jogando meus podres no ventilador.

Bernardo riu e puxou Malu para mais perto dele. Dando vários beijos no pescoço da menina, causando cosquinha nela, que caiu na risada.

- Eu sou os dois, mas tudo no momento certo. - ele deu um sorriso de lado. - Mas eu posso ser o que você quiser.

- Você já é tudo o que eu quero.

Bernardo abriu um sorriso de tirar o fôlego para Malu. Ele fez carinho no rosto dela.

- Não me acostumo com você assim, toda romântica comigo.

Malu revirou os olhos:

- Melhor não se acostumar mesmo.

Ele roubou um selinho dela.

- Cadê a Victoria e o Daniel? Eles tão demorando demais.

- Devem tá se pegando pelo caminho, pra variar.

- A gente deveria tá fazendo o mesmo.

- É mesmo, ogro?

- Vai me chamar assim agora? - ele arqueou as sobrancelhas. - Prefiro quando me chama de Meu Moreno.

- É mesmo, meu moreno ogrinho?

O Garoto deu uma risada e se aproximou mais de Malu, juntando seus lábios ao dela. Bernardo aprofundou o beijo, enroscando sua língua na de Malu e explorando sua boca. Uma de suas mãos apertou a cintura da menina com força. A campainha tocou, assustando os dois, que se separaram sem vontade.

- Dois empata! - ele resmungou.

Malu fez uma careta e Bernardo lhe deu mais um selinho. A campainha tocou mais uma vez e eles tiveram certeza que era a impaciente da Vic. Malu foi até a cozinha pegar as bolsas e Bernardo foi abrir a porta. O menino abriu a porta e era mesmo Vic e Daniel. Os dois estavam de mãos dadas e com sorrisos gigantes no rosto.

- Demoraram pra abrir essa porta, heim? Tavam fazendo o que? - ela deu um sorriso sugestivo.

- Provavelmente o mesmo que vocês, pra demorarem tanto pra chegar aqui. - Bernardo piscou pra ela.