Capítulo 12

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Moon p.o.v.

  Mal dormi a noite passada, tentei processar ao máximo toda a informação, mas era tanta que eu mal conseguia acreditar em tudo o que tinha acontecido ontem. O único ponto bom nisto tudo é que hoje era sábado, logo não me tinha de cruzar com o Zayn, ou com quem quer que seja da escola.
  Ainda não percebo como é que ele foi capaz… Nunca o tinha visto assim, só de me lembrar que um tempo antes de toda esta confusão acontecer eu lhe tinha confessado que o amava… “Amo-te”, uma palavra tão pequena cheia de emoções tão fortes. Ele é o meu primeiro amor, isso eu jamais poderei negar, mas a pessoa que eu vi ontem não é a pessoa por quem me apaixonei.

  Abdiquei da minha preguiça e fui comer alguma coisa à cozinha.

-Já acordada ?- a minha mãe olha para mim extremamente admirada.

-Sim, tenho de ir tratar de umas coisas.- despacho-a.

-Agora tens segredinhos comigo menina ?- franziu o olho.

-Não mãe, depois falamos.

  Saí apressada para ir tomar um banho rápido e deixei a minha mãe a falar sozinha. Tinha de chegar ao hospital a tempo do horário das visitas, senão não me iam deixar entrar. Não podia evitar este sentimento de culpa que me dava a volta à barriga. Ninguém sabia onde eu ia, já sabia o que me iam dizer, para não ir e não sei que mais. Mas eu sentia que era o certo a fazer, ignorei todas as mensagens, muitas delas eram a perguntar como eu estava, outras eram do Zayn a pedir desculpa. 

Zayn p.o.v.

  Não sei o que me passou pela cabeça, ela nunca mais me vai querer ver à frente. De que me vale o arrependimento ? Se ao menos ele me matasse, faria um grande favor. A vida dela é muito melhor sem mim, eu só a ia estragar, toda a inocência dela, toda a alegria característica dela, aquele sorriso contagiante, não posso viver comigo mesmo sabendo que fui o motivo pelo qual ela perdeu tudo isso.
  Mesmo sabendo tudo isto, não consigo estar longe dela, já perdi a conta às mensagens que lhe mandei, todas sem resposta. Tens de lhe dar tempo. Tempo ? Talvez já não haja mais tempo para nós, só queria voltar atrás para os minutos mal amados…

-Vê se levantas esse cu do sofá e fazes alguma coisa da vida rapaz !- oiço o meu pai gritar comigo.

  “Pai”, se é que o posso chamar isso. Durante todos estes anos eu nunca fui um filho para ele, não passo de um saco de boxe onde ele descarrega quando as coisas não correm como ele quer. Se ao menos fosse só em mim. A beleza da minha mãe já nem se nota por detrás de tantas marcas e a infância da minha pequena irmã será marcada por tristeza em vez de alegria como todas as outras crianças.

-Agora para além de insignificante também és surdo ?

  Nada digo, pego no meu casaco e bato a porta assim que passo por a mesma. Precisava de ar, precisava de a ver… Nada pode ser pior do que o cenário em casa. Preciso de tentar justificar algo sem justificação. Estava a tornar-me um monstro, tal como o meu pai.

Moon p.o.v.

  Mal chego ao hospital dirijo-me à receção.

-Procuro por Gigi Hagid.- tento fazer a voz mais forte que consigo.

-Quarto 12, 2 piso.- diz com um sorriso muito simpático.

  Logo me arrependo da brutidão com que tratei a pobre senhora.

-Desculpe, não devia de ter falado daquele modo consigo.- digo envergonhada.

-Não te preocupes linda menina, nada que já não esteja habituada por aqui.
-Obrigado pela informação.- viro costas, mas ela intervém.

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