capítulo doze

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Fui para o hospital na ambulância junto com ele. Meu coração parecia ter sido esmagado e vê-lo daquela forma me doía na alma.

"Deus! Porque tudo isso? Eu não sou a pior pessoa do mundo, eu só quero ser feliz. Eu não deixei de te buscar, não parei de fazer tua obra e em nenhum momento coloquei o Felipe ou a minha dor acima do Senhor na minha vida. Porque tá permitindo isso tudo? Porque tanta dor assim? Porque deixou o Felipe entrar na minha vida se por causa de mim a vida dele virou de cabeça para baixo?"

Chegamos no hospital e eu fiquei na recepção esperando notícias enquanto o Felipe foi levado pelos médicos. Avistei a Dona Lígia, Seu Carlos, A Amanda e a Heloísa entrando no hospital.

-Onde está o meu filho. –Seu Carlos me perguntou com lágrima nos olhos.

-Os médicos o levaram. –disse tentando controlar meu choro.

Eles me encaravam e pareciam querer alguma resposta ou explicação minha, mas não existia nada que pudesse falar que expressaria minha dor e o desespero da minha alma.

-Desculpa! –Digo desabando no choro. –Eu não queria que isso acontecesse, me perdoa Seu Carlos e dona Lígia.

-Calma amiga! –a Heloísa me abraçou forte e foi então que desabei mais ainda. Me permiti chorar toda impotência que sentia, todo medo de perder o Felipe, toda dor que me consumia e todo desespero da minha alma.

-Familiares de Felipe Andrade Maia. –um médico com prontuário na mão falou ao chegar na recepção.

Os pais dele responderam e o médico explicou que a bala atingiu o peito direito do Felipe e outra o braço do mesmo lado. Meu coração só se aliviou quando ele disse que o Felipe não estava mais na zona de perigo e que em algum tempo poderia receber visita.

-Nós sabemos que você não teve culpa do que aconteceu e quero dizer que é a felicidade o Felipe que importa para nós e sabemos que mesmo com todos os riscos que vocês correm por estarem juntos são felizes um com o outro. Não precisa mais se desculpar vocês se amam e é isso que importa. –Dona Ligia falou e logo me puxou para um abraço.

Nós conversamos por algum tempo até uma enfermeira nos autorizar falar com o Felipe. Os pais dele entraram depois a irmã e a Helô. Deixei que todos saíssem e então eu fui.

-Desculpa! –falei deitando minha cabeça devagar sobre o seu peito. –Eu tinha medo disso acontecer por isso eu tentei evitar, me perdoa, me desculpa... –repetia varias vezes.

-Ei! –Segurou minha cabeça me fazendo olhar pra ele. -Está tudo bem! –disse abrindo um sorriso.

-Olha o que eu fiz com você? Eu não sei fazer ninguém feliz, eu não sirvo para amar. –Falei me afastando dele.

-O que eu preciso te falar para você acreditar que eu te amo? Que eu assumi todos os ricos até o de te fazerem mal por estar comigo.

-Por que Fê?

-Porque eu acredito no amor, porque eu acredito em propósitos de Deus e mais ainda que ele une propósitos e caminhos e eu não tenho dúvida de que você é a escolhida de Deus para mim.

-Mas Fê... -

-Chega de mas, de porquês, de poréns é você e pronto, somos nós e ninguém vai nos separar, pois o que Deus une o homem não separa. –falou me puxando para ele.

-Eu te amo! –Disse e aquela foi a primeira vez na vida que eu disse aquela frase com tanta verdade, eu poderia contestar ou dizer qualquer outra frase, mas nenhuma expressaria mais o que eu sentia do que "eu te amo" pois eu o amava mesmo.

Os Riscos de amar  VocêWhere stories live. Discover now