CAPÍTULO 25

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– E com isso você quer dizer...?

– Que vamos te ajudar.

Por um segundo achei que tinha parado de respirar. Não que eu não gostasse da ajuda das minhas amigas, mas estava na cara que elas não estavam acreditando em mim. Era estranho pensar que, justo agora, tudo o que eu precisava era de alguém que acreditasse? Que não achasse aquilo coisa da minha cabeça. Podia até achar loucura, mas que pelo menos aceitasse isso.

– Não quero ajuda, quero que vocês entendam.

– É por isso que vamos te ajudar, certo Fabi? – ela olhou para a prima.

– Certissimo!

– Mas, gente. Eu já aceitei isso a muito tempo.

– Você não tem que aceitar nada, tem que entender. E se a causa não for os remédios? – Como assim?

– O que mais podia ser?

– Eu sei lá, é isso que vamos descobrir. Ela podia ter outra doença. – Adriana fez uma careta pensativa.

– Doença? Não. Meu pai teria me contato.

– Você não é a única a ter segredos Melissa, ele pode muito bem esconder coisas de você. Talvez não tenha contado nada pra não te fazer sofrer mais. – Ela falou com carinho.

– Faz sentido. – Fabiana concordou.

– Até faz. – falei, pensando comigo mesma. – Nunca pensei nisso. Quer dizer, que alguém mais podia ter segredos.

– Você se culpou demais. – Ela disse com sua mão em cima da minha.

– Mas e se não for isso? E se tudo o que eu descobri for verdade?

– Primeiro, você não descobriu nada. – Adriana enumerou com os dedos. – Segundo, tudo isso é uma suposição. Ainda não temos certeza. Terceiro, precisamos perguntar para o seu pai.

– Não! – Aquilo nunca.

– Sim!

– Não, não! – Disse, já entrando em pânico.

– Sim, sim! E nem mais um piu. – ela falou, colocando o dedo na minha boca. – Mel, você não vai saber de nada se não perguntar.

– E quem disse que quero saber?

Tudo bem, aquilo não era exatamente verdade.

– Você não quer? – Ela me olhou desconfiada.

– Q–quero – tentei respirar fundo. – Mas, e se tudo for verdade?

– Ai pelo menos você vai saber e poderá se culpar. Mas não pode dizer algo que não sabe, mesmo que isso prejudique só você. – Ela olhou bem pra mim, como se só agora me enxergasse de verdade – Com todas essas suas mentiras, já pensou que você pode estar mentindo pra si mesma?

– Tudo bem. – respirei fundo. Ela tinha razão. – Mas deixa que eu conto, por favor.

– Pode ser, Mel. O que achar melhor, mas não demora muito. Quando esperamos perdemos a coragem. Sei por experiência própria, se eu pensasse duas vezes antes de acertar a cara de algum idiota era ele quem acertaria a minha.

– É como nos filmes, não é? – Ambas olhamos pra Fabi. – É sim. Quando o vilão fala um monte de abobrinha e explica todo o seu plano cruel ou o que vai fazer com o herói. Enquanto ele fala, o herói já escapou e fugiu.

Adriana estava sorrindo.

– Viu só como você deveria ter contado isso pra gente faz tempo. Você fala de morte e já estamos mudando o assunto pra super heróis.

O jogo da verdade [COMPLETO]Where stories live. Discover now