CAPÍTULO 15

392 40 5
                                    

– Como vai, Melissa?

Olhei um instante para o Fernando, mas de repente não me importei. Aliás, o que poderia acontecer? Ele é meu amigo, precisa saber quem é meu ex–namorado.

– Oi, Matheus. – Não sei por que, mas fiquei muito sem graça pelo o jeito que ele estava me olhando. Como se ainda restasse amor em seus olhos. Ou quem sabe, pena. – Já conhece o Fenando? Ele é um velho amigo meu de infância.

Matheus olhou rapidamente para o Fernando e voltou sua atenção para mim.

– Não. Prazer em conhecê–lo. Sou namorado da Melissa. – Assim que disse isso, sua atenção foi direcionada para o Fernando, que estava surpreso com a noticia, já que não mencionei nada disso pra ele ainda, na verdade, eu mesma estou surpresa. Depois de ontem, não era nem pra ele chegar perto de mim. – Podemos conversar?

– Er, infelizmente não vai dar. Vou acompanhar o Fernando, apresentar ele para as minhas amigas. Elas estão esperando. Fica pra próxima.

Eu já estava voltando para o meu grupo com o Fernando, quando o Matheus chamou.

– Por favor, eu realmente preciso conversar com você.

Olhei para ele por um momento e vi que ele estava muito nervoso, só agora que fui perceber o quão tenso ele estava, como e a qualquer momento a Adriana fosse pular nele de novo. Bom, nisso ele podia ficar tranquilo, pois minha amiga estava mais concentrada no corpo do Fernando que estava indo em sua direção.

Suspirei por um momento e falei rapidamente com o Fer.

– Se você quiser, pode me esperar, ou já ir pra lá. – apontei para minhas amigas. – Elas são legais. Apesar de te acharem uma tentação, não vão te morder.

– E você? Vai falar com seu namorado? – Ele tentou rir brevemente, mas não tinha humor naquele sorriso.

– Ele não é meu namorado. Não fique bravo por eu não ter te contado isso, mas se eu tivesse namorando eu iria te contar na nossa primeira conversa. Na verdade, eu estava até ontem, mas descobri da pior maneira que não estou mais.

– Como assim da pior maneira?

– Longa historia, depois a gente conversa. Agora tenho que ter uma palavrinha com meu ex.

– Você vai ficar bem? – Ele parecia mesmo preocupado.

– Eu? Por favor, quem deveria perguntar isso sou eu. – Soltei uma breve risada. – Aquelas duas lá não são fáceis, e por alguns minutos você não terá meu apoio. Uma é super romântica e a outra parece uma predadora quando se trata de homens bonitos, então se eu fosse você, tomava cuidado com ela.

– Então eu sou bonito? – Fernando jogou seu sorriso convencido.

– Ah para com isso! Você sabe muito bem que é, ou não percebeu os olhares que já atraiu por esse corredor?

– É só porque eu sou novato. – Ele deu de ombros.

– É o que você pensa, mas daqui a pouco receberá cartinhas românticas na sala de aula. Se prepare.

– Você é uma figura mesmo, Mel. – dessa vez ele riu de verdade. – Bom, vou me preparar então e me apresentar a suas amigas. Boa sorte com seu ex, precisando eu to aqui. Você não vai fugir de mim de novo.

Aquilo me deixou bem sem graça e eu não sabia mais o que responder, então simplesmente disse: Ok. E segui minha direção, pensando por que ele disse aquilo. Eu não fugi dele. Fugi? É claro que não, Mel. Você não teve escolha.

Estava perto do Matheus, mas não consegui ouvir suas palavras.

– O que?

– Queria só me desculpar.

– Ah tudo bem.

Era só isso?

– Olha só. Não precisa fingir tá bem? Eu sei que você tá pê da vida comigo. Eu mereço qualquer tipo de palavra. O que eu fiz não foi certo, já ouvi muito isso. Fui fraco, a Rebeca é uma mulher linda e aquilo me conquistou, mas ela só tem beleza, entende?

– Acho que sim.

Não estava dando importância para o que ele dizia.

– Então. Você me perdoa e volta pra mim?

– O que?!

– Quero você de volta, Melissa. Me arrependo muito do que fiz e garanto que vou melhorar.

– Mas e a Rebeca?

– Ela é passado. Eu sempre amei você. Temos uma historia juntos. Somos o casal perfeito, não é? É o que todo mundo diz.

– E por causa disso você quer voltar? Porque é o que todos dizem? Todos dizem que eu sou melhor que a Rebeca e você vai ouvir os outros ao invés de ouvir a si mesmo?

– Do que você está falando? Sabe o quanto gosto de você. Não é só pelos outros.

– Se gostasse tanto assim de mim não ia ligar para a Rebeca.

– Já disse que aquilo foi um erro!

– E quantas vezes você já cometeu esse mesmo erro, em? Quantas vezes você já mentiu pra mim, falando que estava em um lugar, sendo que estava com ela? Quantas vezes se encontravam escondidos?

Ele não sabia mais o que falar. Apenas olhava para mim.

– Olha só Matheus. A verdade é que eu te amei e você não se importou com isso. Você acha que é fácil assim? Que é só pedir desculpas que eu vou perdoar? Você me enganou na frente da escola inteira! Se declarou com a cara de pau de nem terminar comigo antes. – Eu já estava vermelha de raiva. A Melissa boazinha se foi, chega de se importar com a opinião dos outros.

Meu pai tem toda a razão, mesmo ele não sabendo de tudo, pelo menos nisso ele tá certo. Tenho que me preocupar comigo e não fazer as coisas só porque é melhor para todos, mas sim para mim.

– Mel... – Ele voltou a falar, um pouco sem graça.

– Não ouse me chamar de Mel.

Não sei por que fiquei tão irritada com isso. Mas só o Fernando e minha família me chamavam assim e ele não tinha esse direito.

Eu estava vermelha de raiva, toda a percepção de ontem caiu na minha frente. Eu não me importei na hora, mas agora, com ele aqui perto de mim e falando essas coisas, eu só podia revidar.

– Não vou desistir de você assim tão fácil. – Ele disse, determinado.

– Então continue tentando, mas você já teve sua chance.

No meio da raiva, não havia notado a garota baixa de cabelos curtos que observava escondida nossa discussão, resolvi por um fim nisso. Rebeca agora tem ele todo pra ela e vai adorar isso. Encarei ela por um momento e ele percebendo para onde eu estava olhando se colocou em minha frente.

– Por favor, Melissa...

– Acabamos aqui, Matheus.

E fui embora.

e[H

O jogo da verdade [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora