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Ele olhava para o punhal e respirava fundo, eu tirei a arma da mão de Ryan, queria fazer aquilo sozinha, era meu momento, eu o assisti chorar e adiar aquilo em total desconforto então engatilhei a arma, o som vou audível, e ele congelou na minha frente, eu o encarei comum olhar fuzilador.
-Anda! - eu estava começando a perder a paciência.
-Por favor...- ele pediu.
- Vou te dar uma chance, uma pergunta, se você acertar pode sair livre, se você errar terá que fazer em um prazo de 20 minutos, se não... - eu sorri.- Bang- apontei para seu joelho e fingi atirar- Bang- apontei para seu cotovelo e fingi atirar- Bang - apontei para seu pênis e fingi atirar.- Lembrando que isso não mata querido, vai demorar muito para você morrer. - ele engoliu em seco e acenou com a cabeça.- Ok, quantas vezes eu te pedi para parar e você efetivamente parou ?- ele arregalou os olhos, parecia tentar buscar na mente- Tic, tac, tic, tac, o tempo está passando- ele ficou nervoso- Tic, tac, tic, tac, vai ter buraquinho na barriga querido- ele começou a suar e ficar inquieto. - Tempo esgotado, qual a resposta?
-É... É ...eu... Eu não sei... Eu.. Três ? Talvez três- o suor escorria pelo seu rosto e lágrimas também.
-PEEEEEEEEENNNNNNN, resposta incorreta, a resposta correta era ZERO! Isso mesmo, ZERO!- falei como se estivesse em um Talk show. - É vamos a contagem dos seus incríveis vinte minutos, conte assistente os minutos de nosso querido participante da noite.- Ryan olhou para o relógio dourado em seu pulso e acenou com a cabeça que já estava contando, eu fiquei cantarolando uma musiquinha colo se fosse um show mesmo "tan, tan, tan, tan, tan, tan, tan, tananananã" eu estava aproveitando aquele momento, e o olhava fixamente, minha libertação estava próxima, quase sentia seu gosto.
-Faltam quinze ruiva.- disse Ryan me chamando atenção eu assento com a cabeça.
- Se eu fosse você corria meu amigo, ainda tem muito a ser feito para quinze minutos.- eu disse quase em um sussurro, o monstro respirou fundo e pegou a adaga, ele a olhou e respirou fundo, empunhou o pênis com a outra mão e iniciou a escrever o número um em sua barriga, quando a lâmina começou a cortar a pele e iniciou uma sessão de gritos e urros, tentando se concentrar ao mesmo tempo em manter a masturbação e os cortes, ele travou de dor por um momento quando estava perto de terminar o número um. -Vamos, são três números. - ele chorou e grunhiu, mas viu que eu não estava brincando, então respirou como uma respiração de cachorro e voltou a tentar, concluiu o número um e iniciou o dois gritando e chorando muito alto, ele tentava fazer as duas funções mas parecia sentir muita dor, mas isso não me incomodava nenhum pouco.
-Ruiva. Faltam nove minutos. - Ryan me alertou, ele parecia estar se divertindo tanto quanto eu, ele entendia o que passei, me lembre do dia em que assisti aquele vídeo sobre a verdade, me lembrei de Joan, me lembrei de seu choro e então o choro daquele crápula me deu mais prazer, eu me lembrei também do que Ryan disse, que monstros como esse mereciam uma lição de dor, era justamente o que ele estava tendo, deus soluços me faziam ficar vidrada, e ele se via no espelho, via como parecia patético, como ele ali se masturbando e se furando era ridículo e podre, e era isso o que ele era, podre. Depois de mais algum tempo ele finalmente estava desenhando o zero em sua barriga, o sangue escorria pelas feridas, não eram tão fundas a final ele não tinha muita coragem de fazer então mesmo que sangrando não era nada muito alarmante, quando o zero foi concluído Ryan me informou que ele tinha 3 minutos.
-Bom seu porco ainda falta uma parte não é mesmo ?-eu falei com um sorriso nos lábios.- Já fez muito carinho nessa porcaria, agora faça as honras.- eu via que ele se olhava no espelho com tamanho desconforto que parecia que vomitaria a qualquer momento, eu queria que ele se sentisse assim, mas eu não via nada além de medo, não via arrependimento nenhum, era só alguém lutando para viver. Ele olhou para baixo e chorou bastante por alguns segundos- Está perdendo tempo. - avisei, ele engoliu o choro e eu o provoquei apontando para seu joelho, ele suava e então começou a riscar com muita leveza usando a lâmina, mesmo assim saiu bastante sangue e ele gritava loucamente, assim que fez o primeiro traço gritou e largou o punhal segurando seu membro como se fosse perdê-lo.- Vamos eu estou te dando uma chance e acho que você só tem dois minutos para fazer isso meu querido, controle suas emoções!- ele engoliu em seco limpou algumas lágrimas e sujou o rosto de sangue.
-Por favor Lizi, tenha piedade.- ele implorou e eu quase não entendi o que ele falou de tanto que soluçava.
-Eu já tive e você errou a pergunta.- disse serena e ele encarou o punhal por alguns segundos antes de pega-lo, me olhou então com um olhar furioso e eu estava tão hipnotizada com sua dor que não percebi quando ele levantou em um ato de desespero para me acertar, por sorte, Ryan em um reflexo rápido tirou uma arma da cintura que estava bem escondida já que eu não tinha reparado e atirou no joelho do crápula, ele caiu gritando, eu olhei chocada para trás e vi Ryan com a arma na mão.
-Sem sentimentos.- ele falou duro e com um olhar de repreensão.- O tempo dele já tinha acabado.- eu o olhei e olhei para o crápula gemendo no chão depois voltei meus olhos para Ryan novamente.
-Não  seja por isso.- disse com um sorriso. Morri em seu cotovelo e atirei, quase errei, mas acabei acertando uma bala tora que acertou a lateral da dobradura e parou em seu osso ele gritou novamente e colocou sua mão no cotovelo, o tiro foi ruim, mas pelo menos de alguma forma acertei, sorri para Ryan como quem buscava aprovação, ele estava sereno, eu então peguei o punhal e Ryan colocou a arma na cabeça do monstro, e então sendo e afundando bem o punhal terminei o que pedi, "1/10" sangrando como nunca vi antes, eu ri peguei a arma rapidamente e me levantei, ali estava o fim de tudo, apontei para seu pênis e atirei, uma droga, acertei na virilha, mas ao menos acertei os gritos eram ensurdecedores, eu não aguentava mais, mandei Ryan ir para trás e coloquei uma bala em um de seus olhos. BANG! E eu congelei, eu não me sentia bem e nem mal, eu só congelei, parei ali travada sem culpa, mas sem satisfação, ouvi um barulho mas não consegui me mexer, o mundo entrou no mudo e eu senti alguém me puxar e me arrastar pela cintura me levando para longe do corpo, quando me dei conta vi Ryan sendo detido por 5 policiais, ele não resistiu muito, acho que pensou que eu fui quem os chamou, ele disse que aceitaria se eu fizesse isso e como acreditou que fui eu ele realmente aceitou, eu fui levada para fora da casa e me colocaram dentro de uma ambulância, ouvi alguém dizer m "está em choque" , mas eu simplesmente não conseguia me mover ou responder, me deitaram na maca e vi muitas pessoas de mascara em cima de mim, olhando para mim, uma luz muito forte, mas eu não consegui proteger meus olhos com nenhum reflexo natural, eu não sentia o meu corpo, não sabia o que estava acontecendo comigo, alguém estava me chamando mas eu ouvia tudo como se fosse muito longe, como se falassem a metros de mim eu não entendia o que estava acontecendo, não consegui assimilar nada por um momento é então tudo ficou escuro.
Acordei no hospital, uma moça de branco estava de costas para mim, tentei falar, mas ela se virou antes, ficou alarmada e apertou um botão.
-Ainda bem que acordou senhora, tiveram que te dar tranquilizante na veia, a senhora estava muito chocada e com os batimentos muito rápidos. - ela falou pausadamente, mas eu tive que pensar um pouco para juntar tudo, minha cabeça dois e pesava bastante, sentia que estava martelando.
-An...o ... Onde ele...?
-A sim ele logo será julgado pelo o que fez com a senhora e com o seu tio, fique tranquila.- ela me interrompeu.
-Meu tio?- perguntei confusa, eles acharam que foi Ryan?
-Coitada, não se lembra, já volto querida.- ela saiu tão rápido que não pude dizer nada, logo depois uma médica entrou, parecia cansada e cheia de problemas, levemente atormentada.
-Senhorita, como se sente ?- ela disse se aproximando de mim.
-A um pouco dolorida.- disse colocando a mão na cabeça.
-Isso é normal, o sedativo provavelmente, bom-ela pegou sua prancheta para checar alguma coisa.- Sinto informar a senhora, mas logo um advogado de sua família vira conversar sobre o ocorrido a senhora terá uma audiência e acompanhamento de médicos e psicólogos por tempo indeterminado.- ela não me olhou nem por um momento é para mim tudo aquilo parecia uma loucura não estava entendendo nada- Bom claramente a senhora está confusa, mas está bem, vou deixá-la sozinha um pouco para assimilar já que são muitas informações.-ela colocou a prancheta de baixo do braço e saiu do quarto. Droga, deu tudo errado, não esperávamos por isso, alguém deve ter passado pela rua é chamado a polícia, céus eu vou para trás das grades, que ótimo, revirei os olhos. Ryan talvez pudesse dar um jeito, ele poderia contratar o melhor advogado do país, já eu... Espero que o senhor Golder ainda seja tão bom advogado quanto antes, eu iria precisar. Para minha surpresa minutos depois ele entrou, estava tranquilo e sorridente, mascando chiclete como sempre é quando se aproximou pude perceber que era de canela, sempre era de canela, os cabelos tingidos de um castanho avermelhado, penteados para trás com muito gel, os sapatos surrados que ele dizia ser "da sorte".
-Pequena Lizi, quem diria que você iria se meter em uma dessas em?- ele estava com um rosto confiante e eu não disse nada.- Bom teremos uma audiência, mas já está quase tudo certo. Causa mais que ganha, tudo está ao nosso favor - eu fiquei completamente confusa, não fazia sentido, eu matei alguém, como causa ganha?
- Eu não entendo.
-Foi visível para a polícia manipulação mental que você passou no último mês, tanto que não te consideram habilitada para tomar atividades da vida então terá que passar por um bom tratamento e acompanhamento psicológico sem previsão de término, mas tudo será por conta do infrator. Dará tudo certo, mas por enquanto é tudo o que temos em vista.- ele segurou minha mão e eu não conseguia assimilar nada.
-Mas fui eu quem matei.
-Foi uma manipulação que você passou querida e todos sabem, tem testemunhas e talvez não precise ficar revivendo essa história muitas vezes, poucos depoimentos vão resolver isso.- será que ele ouviu o que eu disse? Eu matei, eu não fiz aquilo sem querer, eu quis muito, quis de mais na verdade, onde as pessoas estavam com a cabeça ? E que testemunhas? Não fazia o menor sentido, nunca houve testemunhas de nada, de ninguém, simplesmente não se encaixava, e sinceramente não acreditava rua eu precisava de laquear tipo de reabilitação mental, eu estou livre, nunca estive tão livre em toda a minha vida.
Eu não fazia ideia do que estava por vir então decidi esperar para ver.

A mulher perfeita Where stories live. Discover now