11- Brincadeira de criança

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Minhas mãos suavam, tive receio do que estava por vir, começaram risos e então um vídeo caseiro antigo apareceu na tela, uma criança, um menino, com pouco mais de um ano estava correndo, tinha cabelos escuros e lisos, eu não via seu rosto ele estava de costas, ele ria muito como as crianças pequenas fazem.

-Vamos meu amor, corre pra mamãe ver.- uma voz doce e feminina vinha de traz da câmera que filmava o menininho que corria animado em um gramado grande e verde muito bem cuidado, a mulher então começa a tossir, mas a criança não ouve, ela está longe da mãe, a mãe tosse de novo, e agora mais forte o menininho parou de correr, acho que ele ouviu, a tosse começou a ficar forte e ela começou a perder o controle da câmera, ela tremia muito e a imagem ficava quase impossível de se identificar, mas era possível perceber que o menininho correu em direção a mãe. A câmera caiu no chão, provavelmente a mãe do garotinho também, ele finalmente chegou perto de sua mãe, eu via seus pezinhos, ele sentou do lado da mãe, ela continuava a tossir.

- Chama o papai, mamãe não tá bem.- ela tentava falar com dificuldade. O menininho permaneceu sentado, não conseguia ver seu rosto, mas ele apertava as mãozinhas como se algo estivesse terrivelmente errado. -Chama o papai.

-Ma...- o menininho não conseguia falar, era a unica "palavra" que saia de sua boca e parecia desesperado, ele repetia várias vezes, mas não era alto o suficiente, fiquei angustiada por aquele menininho.

-Tá tudo bem, mamãe ama você tá?-  o menino colocou a mão para frente provavelmente querendo tocar em sua mãe, a criança começa a chorar e quando sua mãozinha volta com sangue um imaginei os motivos do choro, pobre menino, chorava tanto.- Não esqueça que mamãe te ama.

-Mã...- o menino chorava desconsoladamente, mas não berrava como as outras crianças,não! o choro dele era de profunda dor. E então o vídeo começou a ficar cheio de estáticas e aparentemente a câmera estava sendo levantada por alguém.

- Seu imbecil como pôde deixar isso acontecer?- a voz de um homem, parecia a voz de Ryan estava por trás da câmera, enquanto ele levantava a câmera esbravejando com a criança eu pude perceber uma mulher no chão em um vestido branco, sangue , sua pele alva e seus cabelos de fogo, o menino estava de cabeça baixa, não pude ver seu rosto, será que Ryan tinha tido uma família antes de sua obsessão? E se tinha como ele teria perdido essa família? a imagem escureceu e houve alguns segundos de total silêncio e nada acontecia apenas uma tela preta, então um jornal é jogado diante da tela, uma notícia do New York Times " Garoto de 10 anos é violentado e assassinado por vizinho " uma notícia de 96, o rosto do menino estava embaçado na imagem, após alguns segundos outra imagem, mais um jornal sobreposto ao primeiro  "Yomiuri Shimbun" do Japão, a notícia foi traduzida "menina de 8 anos é vendida para trafico pelo próprio tio", e antes que eu pudesse ler ou ver mais, outra notícia que sobre pôs a segunda muito mais rápido, Daily Mail, Grãn Bretanha, "Jovem de 13 anos é assassinado e serve de comida para cães" e logo depois foi sobre posta por outra notícia e mais outra e mais outra, todas noticias de grandes jornais de todo o mundo, com notícias de crianças que passaram pelos piores momentos de suas vidas, dentre eles afogamentos, mortes, moléstia, abuso, comercialização, mortes na família, ataques á suas casas, entre outras coisas terríveis, e cada vez passando mais rápido em minha tela, mas todas eram notícias do mesmo ano, 1996. Eu comecei a me angustiar, todo o sofrimento daqueles pequeninos, tanta dor, tanta tristeza, tantas coisas horríveis e tantos monstros soltos pelas ruas trazendo dor á pequenos anjos que deveriam conhecer apenas o amor. Por ultimo antes que meu incomodo interno fosse insuportável uma notícia que congelou na tela por alguns segundos, praticamente um minuto, era verão e 1996, a notícia era do "USA Today" e dizia em sua manchete: "Família rica destruída por doença" seu subtítulo era: " Será que o dinheiro compra tudo?" e então a foto no centro da mulher de cabelos de fogo sentada em uma cadeira com o menino que corria no vídeo, ele estava sentado em seu colo e logo atrás dos dois um homem que se parecia com uma versão de Ryan mais velho, então eu pude entender, aquele não era Ryan, ele não deve uma família antes, aquele era o pai de Ryan e o menino era ele, o menino que tanto chorava por sua mãe era aquele psicopata em minha frente, o homem diferente de Ryan tinha uma barba fechada e usava um terno que tinha uma clara aparência de ser caro, já a mulher tinha seus longos cabelos de fogo soltos, um lindo sorriso nos lábios e usava um vestido de ceda cinza, parecia com metal liquido, o menino estava com uma calça de algodão e um suéter azul, ele tinha um olhar lindo e brilhante na foto e o sorriso radiante como o de sua mãe, ela tinha o rosto arredondado e maçãs rosadas, seus lábios eram rubros e ela tinha lindos olhos azuis como o céu, o menino tinha o rosto rosado como o da mãe, porém seu formato era quadrado como o do pai, ele tinha sobrancelhas expressivas e os lábios rosados como os do pai. A tela novamente estava preta durante alguns segundos depois uma palavra começou a subir na tela, letras em branco como no título "monstros estão a solta", demorou alguns segundos e mais letras subiram "eles modificam você" outro intervalo "ou isso te faz melhor"  eu engoli em seco, aquele vídeo não estava me fazendo bem "ou te mata".

A mulher perfeita حيث تعيش القصص. اكتشف الآن