7- Um "presente"

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Cheguei no ultimo degrau, minhas pernas tremiam e ele me esperava, meu corpo congelou quando ficamos frente a frente e minhas pernas não paravam de tremer, de repente meu corpo todo começou a tremer, meu coração acelerou e eu estava sendo conduzida por todo meu ódio, toda a raiva que ele deixou em mim. Eu agarrei o seu pescoço com as mãos tentando enforca-lo, ele não reagiu e eu pareci estar fazendo um bom trabalho, ele estava começando a ter dificuldades para respirar.

- Seu desgraçado! você não pode me manter aqui, não pode, você não pode me magoar mais seu desgraçado! - Eu gritava em plenos pulmões, era como se eu não enxergasse nada, não sentia meu corpo, eu só via Ryan perder o ar e minhas mãos em seu pescoço, meus dentes se serravam entre si e eu engolia seco, a adrenalina corria por minhas veias, meu coração acelerado como talvez eu nunca tenha sentido na vida.

- Lizi...- ele tocou uma de minhas mãos e sua voz era quase um sussurro, e como um estalo aquilo me trouxe para a realidade, o que eu estava fazendo? o que eu estava fazendo ? minhas mãos foram afrouxando do pescoço de Ryan até que eu o soltei, fiquei alguns momentos estática e de olhos arregalados sem saber o que fazer ou como explicar o que eu estava fazendo, como pude me reduzir daquela forma e como pude me deixar levar dessa forma? Ryan colocou a mão no pescoço e procurou recobrar o ar, me afastei lentamente em total indignação comigo mesma. - Você conseguiu- ele respirou fundo.- Conseguiu Lizi, você dominou sua vida, pelo visto não posso te destruir emocionalmente.- minha cabeça girou, deixei de olhar fixamente para minhas mãos e me virei bruscamente para Ryan.

- Então era outra droga de lição?!- eu comecei a caminhar em sua direção, estava furiosa, e ele deu um sorriso com o canto da boca.

- Tudo se trata de te melhorar Lizi.

- Eu vou acabar com você seu desgraçado. - eu avancei em sua direção, ele revirou os olhos e bufou, estiquei minhas mãos para enforca-lo, mas ele agarrou meu pulso direito com uma das mãos e num movimento rápido trouxe meu braço para o meio das minhas costas, aquilo doía muito e me fez ficar dominada, eu gritei de raiva e ele me forçou a caminhar alguns paços para frente e me sentou em uma cadeira de metal.

- Chega Lizi, senta e fica tranquila, não complica. - ele falou tranquilamente como se fosse uma simples conversa, sabia que o prudente seria me manter ali até identificar algo que eu pudesse usar contra ele, meus olhos correram por toda a sala enquanto ele se distanciava centímetros de mim em direção á uma mesa, a sala era muito limpa, limpa até de mais, apenas duas mesas, a cadeira que eu estava sentada, a enorme caixa de vidro na qual eu esta dentro e um gancho no teto pelo qual eu estive suspensa . Antes que eu pudesse maquinar algo ele voltou. - Lizi, você foi muito bem hoje, por isso eu vou te dar um presente, mas é uma surpresa- ele disse isso enquanto colocava novamente uma venda em meus olhos. Qual seria este "presente" do qual ele falava, vindo de Ryan eu poderia esperar muitas coisas, e dificilmente elas eram boas, Ryan amarrou minhas mãos , eu engoli em seco, algo de muito errado estava por vir e eu tinha certeza, depois ouvi ele mexer em algo que parecia vidro ou coisa assim, talvez fosse metal, mas era leve, pelo som que fazia na mesa com certeza era leve, logo depois ele se aproximou de mim, eu sentia sua presença, sua mão tocou o lado oposto do meu pescoço ao que ele estava, a tenção tomou meu corpo e então fui espetada.

Meu corpo doía e eu estava muito zonza, não fazia ideia de onde estava e nem muito menos fazia ideia de quanto tempo estive desacordada, mas eu via flashes de luz, mesmo com tudo rodando eu via luz, então provavelmente já tinha chegado onde Ryan queria, ainda zonza e bastante confusa ergui minha cabeça e comecei a piscar com força para que minha visão se recobrasse, aos poucos as imagens foram se unindo, eu via uma silhueta de uma pessoa sentada em minha frente, via muitas cadeiras e mesas de madeira aparentemente e paredes grandes e brancas, depois pude perceber que a silhueta era de uma mulher e que nos encotrávamos em um escritório. Apertei meus olhos fechados por alguns segundos e os abri, e quando os abri eu torci para que não fosse verdade o que eu estava vendo na minha frente. Lá estava Julia com uma das lentes de seu óculos quebrada, uma fita em sua boca e com os pulsos amarrados, ela estava com o rosto suado e de pijamas, seu olhar era apavorado. Eu certamente não gostava dela, mas não queria aquilo para ela.

A mulher perfeita Where stories live. Discover now