Capítulo TRINTA E DOIS

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Olympia, Washington DC, Domingo, Bellevue Palace Hotel. Sete e cinquenta e sete da noite...

Eu olho frustrada para meu reflexo diante do espelho. Oh, Deus, bolsa com brilho ou sem brilho, eis a questão? Droga, maldita indecisão! Eu simplesmente não consigo decidir qual combina melhor com meus brincos. Maldito Christian por me deixar nessa situação complicada! Eu gostaria de estar em casa jogada no sofá me enchendo de pizza ou praticando qualquer outro ato mais produtivo com o Grey, mas ao invés disso eu estou aqui, na suíte de um dos hotéis mais caros do mundo, em Olympia, a capital de Washington DC, me arrumando para o tal evento dos 15 executivos mais importantes de diferentes ramos e indecisa entre a bolsa que vai deixar meu look mais extravagante ou a que vai deixar meu look mais moderno. Qual escolher? Eu sempre fico nesse dilema, indecisa entre uma coisa e outra quando vou me arrumar para sair. Brilhante ou sem brilho? Brilhante ou sem brilho? Brilhante ou sem brilho? Repetindo baixinho pra mim mesma, eu tento, mais uma vez, escolher entre as bolsas em minhas mãos. Rosno irritada, direcionando meu olhar para a garota de cabelos castanhos avermelhados e olhos azuis penetrantes que olha de volta pra mim através do reflexo e um sorriso esperto se abre em meu rosto.

— A sem brilho. — Christian dá voz ao meu pensamento interrompendo meu devaneio e parando atrás de mim. Sorrio, é uma ótima escolha afinal. Então, decido por fim ir com a bolsa sem brilho. — Já está pronta?

Olhando assim, através do espelho, podemos ser considerados como o "casal do Oscar". Christian está impecavelmente vestido em seu terno preto combinado a sua gravata cinza, destacando seus olhos que definitivamente são minha parte favorita em seu conjunto corporal perfeito. Seus cabelos estão acomodados como se tivessem sido penteados por horas, e seus sapatos brilham mais que os candelabros do hotel.

Já eu, uso um vestido verde esmeralda de alças grossas, colado até um pouco abaixo do meu bumbum e completamente solto desse ponto em diante, delineando bem minha cintura e meus seios em um decote discreto. Saltos cristalizados dignos da Cinderela brilham em meus pés, enquanto o cordão de pérolas que ganhei de Christian reluz em meu pescoço. Brincos escuros de tamanho médio enfeitam minhas orelhas e pulseiras misturadas em prata e dourado brilham em meus pulsos. No rosto, uma maquiagem forte, diferente do que eu normalmente uso. Meus olhos estão bem destacados por uma grossa camada de lápis, rímel e delineador, sendo reforçado com uma sombra verde fosca, nada muito berrante. Meus lábios cintilam com o brilho do gloss transparente sobre o batom vermelho, que desenha perfeitamente minha boca, enquanto um pouco de blush é responsável por me deixar um pouco corada e afinar um pouco mais meu rosto.

É, horas em frente ao espelho até que me serviram de algo. Meus cabelos estão moldados em uma trança lateral não muito firme, o que permite que minha franja caia despreocupada sobre meu rosto, sem tirar a elegância do penteado. Me sinto bonita. Realmente bonita. Porém algo em toda essa beleza me incomoda.. Não sei, é como se a pessoa refletida no espelho não fosse Anastácia Steele. Me sinto uma boneca de porcelana que a qualquer momento pode quebrar e revelar a gata borralheira comedora de sanduíches da Subway.

— Sim, chefe. — levanto meu olhar, encontrando seus olhos através do reflexo, mexendo meu corpo como se me avaliasse, confirmando minhas palavras.

— E o anel? — pergunta e automaticamente sua atenção desce até minha mão direita, que calmamente eu levanto e balanço meu dedo anelar de forma divertida, mostrando a ele que estou usando o anel de noivado inexistente que ele me deu. Noivado inexistente, eu digo, porque Christian não me pediu em casamento quando me entregou o delicado anel rodeado de pequenas pedrinhas brilhantes e onde, no meio delas, no centro, uma um pouco maior se destaca, menos ainda oficializou nosso namoro, ou seja lá como eu posso intitular o que temos. O anel nada mais é do que um presente, uma jóia como outra qualquer. Porém eu sinto que Christian nutre uma necessidade absurda de que eu o use essa noite, como se para desfilar por aí que está comigo, que eu o pertenço. Talvez seja por isso que um anel exatamente igual ao meu, tirando as pedrinhas brilhantes, também enfeite seu dedo anelar direito. — Fico feliz que esteja usando. — ele puxa minha mão até sua boca, dando um beijo suave sobre o anel. Não consigo evitar um pequeno sorriso diante do gesto e devo parecer uma boba por isso. Quem diria que um dia eu estaria sorrindo como uma boba apaixonada outra vez.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELWhere stories live. Discover now