Capítulo DEZOITO

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— O que está fazendo aqui? — repito a pergunta pela segunda vez, olhando-o com um misto de curiosidade e surpresa que eu tento não deixar minha expressão transparecer. Eu estou, tecnicamente, irritada com ele. E não vou facilitar as coisas, apesar de desejar com todas as minhas forças, correr em direção a ele, abraça-lo, nunca mais solta-lo e dizer que não importa o quão idiota ele seja, ele é meu e de ninguém mais. Sim, eu já perdi completamente minha sanidade, e não 'to nem ai. Foda-se minha visão lógica. Foda-se meu lado racional. Foda-se minha resistência. Eu não tenho muita certeza de como me sentir quanto a isso, mas eu não quero ficar sem ele.

Os olhos de Christian estão em mim. Mas sua expressão não me dá nenhuma pista do que ele possa estar pensando. O que só me deixa ainda mais frustrada e irritada com ele e comigo mesma.

— Se bem me lembro, você me disse que me queria aqui, então, aqui estou. — diz, sua voz é suave, me indicando que ele está aparentemente calmo.

— Eu nunca disse isso. — retruco com relutância, mantendo minha expressão dura.

— Eu entendo muito bem as entrelinhas, Senhorita Steele. — afirma calmamente. — E parte do meu papel é cuidar de você e entende-la... Por mais difícil que seja. — acrescenta com um suspiro exausto.

Olho-o de cima abaixo, antes de estreitar meus olhos com desconfiança.

— Então você entende por que estou zangada com você, Christian?

Ele enruga ligeiramente a testa.

— Não estou certo. — admite. — Poderia ser mais específica, por favor?

Inevitavelmente, eu abro um sorriso debochado.

— Tem certeza de que o Senhor Perfeição não sabe? — ironizo. — Afinal, você sempre sabe de tudo, não é? Está sempre um passo a frente de tudo e de todos.

Christian suspira profundamente.

— Não sou nenhum adivinho, Anastásia. — ele semicerra os olhos em minha direção. — Mas eu tenho um palpite... — comenta em tom observador. — Acho que isso tudo é porque eu fui embora, estou certo?

Balanço a cabeça negando.

— Não só por isso. — murmuro.

— Então converse comigo, me diga o que mais eu fiz de errado, e diga logo pois eu não tenho a noite toda. — diz baixo e pacientemente.

Eu chio irritada, olhando de um lado para o outro antes de voltar a focalizar meu olhar zangado sobre ele.

— Está fazendo de novo. — afirmo acusadoramente. — Veja, é exatamente por isso que estou zangada! Você não mede suas palavras! Me trata como se fosse um privilégio eu estar com você. Como se eu fosse só mais uma tarefa a cumprir na sua agenda lotada de compromissos. — minha voz soa indignada.

Ele franze a testa, com um olhar sombrio em seu rosto, em seguida passa ambas as mãos por seu cabelo.

— Anastásia... — inicia hesitante, e sua expressão se suaviza um pouco. — Eu não sabia que se sentia assim... — consigo captar a sinceridade em sua voz. — Eu não tenho todo o tempo do mundo para dar a atenção que você merece, Ana. Mas eu me empenho ao máximo para estar com você sempre que eu posso. Infelizmente eu tenho muitas tarefas a fazer e não posso deixar meu trabalho de lado quando milhares de pessoas dependem de mim. Acredite, estou me empenhando ao máximo para administrar meu tempo. — confessa. — Acredite... Eu não sou o vilão da história, Ana.

Droga! Droga! Droga! Mil vezes droga! Eu não esperava que ele fosse ser tão fofo e atencioso. É errado eu querer espancar a mim mesma agora? Não, né?

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon