Capítulo TRÊS

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Kate está em êxtase. Literalmente, surtando. Será que só eu não vejo motivos pra isso?

- Mas o que é que ele estava fazendo na Clayton's? - sua curiosidade ecoa pelo telefone.

Eu estou nas profundezas da sala de estoque, tentando manter minha voz baixa, afinal, eu deveria estar trabalhando. Deveria.

- Eu sei lá. - suspiro. - Ele é maluco.

- Eu acho que isso é uma coincidência enorme, Ana. - supõe com uma risadinha sapeca. - Você não acha que ele estava ai pra te ver? - Ela especula. Eu suspiro, cansada demais pra discutir o sério problema psiquiátrico da minha amiga.

- Sabe o que eu acho? - pergunto sem esperar por resposta. - Que você precisa de um psicólogo. Urgentemente.

Ela bufa do outro lado.

- Admita, Ana, ele estava ai pra te ver. - insiste teimosamente.

Minha vez de bufar.

- Kate pelo amor de Deus! Ele veio visitar a divisão de agricultura da Universidade. Ele está financiando algumas pesquisas. - explico impaciente. Kate as vezes consegue ser mais louca que a minha mãe.

- Oh sim... - murmura em sinal de compreensão. - Ele deu ao departamento uma doação de $2.5 milhões.

Arqueio uma sobrancelha mesmo sabendo que ela não pode me ver.

- E como é que você sabe disso?

Ouço a risada de Kate do outro lado.

- Hello-o! Ana, eu sou uma jornalista, e eu escrevi um perfil sobre o cara. É meu trabalho saber disso. - diz como se fosse óbvio. Kate é a única pessoa que acha que é normal saber tudo sobre a vida pessoal de um cara que ela nem ao menos conhece... Minha amiga é louca. Eu sei.

- Ok, senhorita fissurada em Christian Grey, relaxa. - ironizo. - E então você vai querer as fotos, sim ou não? - pergunto, mesmo sabendo sua provável resposta.

- Claro que eu quero! - exclama empolgada. - A questão é, quem vai fazê-las e onde?

- Será que eu sempre tenho que dar um jeito em tudo? - pergunto sarcástica.

- ANA!

Afasto o celular da orelha rindo do surto repentino de Kate.

- Ok, ok... Nós podemos perguntar pra ele onde tirar as fotos. E ele me disse que vai "ficar na área". - digo a ultima parte como um cantor de rap do Brooklyn.

- E você pode contatá-lo? - questiona um pouco apreensiva.

- Posso... Eu tenho o número do celular dele. - digo sem dar muita importância.

Kate engasga, ofegando bruscamente.

- O mais rico, esquivo, e enigmático solteiro do Estado de Washington, simplesmente te deu o número do celular dele? Assim? Do nada? - pergunta perplexa.

Bufo. As vezes Kate fala as coisas como se fossem algo sobrenatural.

- Sim. E dai?

- ANA! - exclama meu nome, fazendo-me afastar o telefone do ouvido outra vez. - Ele gosta de você. Não há dúvida sobre isso. - seu tom é enfático.

- Kate, é só a droga do número do celular dele. Só isso. - digo lentamente, tentando faze-la compreender. - E, ele só fez isso porque está tentando ser um pouco amigável.

- Christian Grey não é amigável. Ele é educado, talvez, mas amigável não.

Balanço os ombros rindo. Kate está um pouquinho certa. Ele realmente não é amigável, mas isso não significa que ele está afim de mim. Não mesmo.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELWhere stories live. Discover now