Capítulo NOVE

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Seattle, Casa do Grey, Domingo. Nove e trinta e dois da manhã... Ou quase isso.

A claridade invade o quarto sem permissão, arrancando-me de um sono pesado e profundo. Me espreguiço e abro os olhos. É uma linda manhã de maio, com Seattle dizendo "Olá" aos meus pés. Quando a sonolência me abandona, percebo onde estou. Arregalo os olhos. Caralho! Olho rapidamente para o lado encontrando Christian profundamente adormecido com o rosto enterrado no travesseiro. Tampo a boca, evitando um grito de surpresa, em seguida enrugo a testa estranhando o fato dele ainda estar na cama. Oh Deus, não acredito que estou aqui! Aceno com uma mão na frente do rosto dele só para confirmar que está mesmo dormindo. E para o meu alívio, está. Sorrio sapeca. Como Christian está em sono profundo, tenho a oportunidade de examinar seu quarto com clareza pela primeira vez. Olho envolta. É um quarto grande. Tão grande quanto o resto da casa. Das altas janelas, que vão do chão ao teto, pode-se ver os reluzentes arranha-céus de Seattle. As paredes são também brancas, e os acessórios são de um azul bem claro. A enorme cama é ultramoderna, de madeira maciça de cor cinza, com quatro postes, mas sem dossel. Na parede da cabeceira há um quadro com uma impressionante paisagem marinha. Volto meu olhar para Christian. Seu formoso rosto parece mais jovem, relaxado em seu sono. Parece tão inofensivo... Tão adorável. Sinto a tentação de esticar a mão e tocá-lo, está tão inocente dormindo, como um bebezinho. Em um momento de sanidade, recordo-me da noite anterior... Droga! Grey é um grande filho da puta! EU sou uma grande filha da puta. Agito minha cabeça espantando minhas lembranças, tive uma noite agitada, tenho muito em que pensar. Levanto-me devagar da cama, tomando cuidado para não fazer qualquer movimento brusco. Olho para meu corpo, estou vestindo apenas a camisa do Grey. Dirijo-me para uma porta acreditando ser o banheiro, mas acabo dentro de um closet tão grande quanto o meu quarto. Filas e filas de trajes caros, camisas, sapatos e gravatas. Chacoalho minha cabeça atordoada. É quase tão grande quanto o closet de Kate. Oh, não... KATE! Merda. Ela vai me matar! Senhor, por favor, que ela esteja muito ocupada trepando com o Eliot... Volto para o quarto, Christian continua a dormir. Ando na ponta dos pés e abro outra porta. É o banheiro. E só pra constar, é maior que meu quarto também. Para que um homem sozinho necessita de tanto espaço? Olho-me no enorme espelho. Pareço diferente. Sinto-me diferente. Honestamente, estou desconcertada e confusa. Transei com o Grey. Mas ele é um dominador. Que quer que eu assine um contrato. E agora? Como ficam as coisas? Me sinto estúpida. Estou me odiando. Não acredito que sucumbi as tentações carnais. Oh droga! Já estou começando a pensar como o maluco do Christian! Encaro-me no espelho, apontando o dedo indicador para meu reflexo.

- Nunca mais faça isso, Steele. Ou vai se arrepender amargamente. - me ameaço rigidamente, esquecendo por um minuto que provavelmente se Christian acordasse e me visse falando sozinha me acharia uma louca. Bem, ele não estaria errado... Eu sou uma louca.

Balanço a cabeça, volto outra vez para o quarto e encontro o belo adormecido ainda dormindo como uma pedra. Eu não vou acorda-lo, não sou despertador. Me dirijo para a porta, ainda olhando para Christian e acabo tropeçando em alguma coisa e desmoronando no chão. Essa sou eu, a sutileza em pessoa. Levanto-me em um pulo, afastando meu cabelo do rosto e verificando se Christian acordou. Eu fico imóvel quando ele se mexe na cama, mas respiro aliviada vendo que ele continua a dormir. Suspiro profundamente. Evitando mais desastres, saio rapidamente do quarto deixando-o dormir e vou até a cozinha, mas no caminho lembro-me de Kate e o quanto ela deve estar furiosa por eu não ter mandado uma mensagem como prometi. Droga! Vou até o escritório do Grey, pego minha mochila e vou em direção a cozinha. Arregalo os olhos assim que acho meu celular. Trinta e duas mensagens. Quarenta e oito chamadas perdidas. Ferrou! Vasculho minha mochila e encontro dois elásticos para o cabelo e rapidamente faço duas Maria-chiquinhas. Possivelmente quanto mais infantil eu pareça, mais a salvo estarei do Senhor Christian Maníaco Grey. Ligo pra Kate, mas ela não atende. Decido deixar uma mensagem na secretária eletrônica apenas para que ouça minha voz e perceba que não morri.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELWhere stories live. Discover now