Capítulo TRINTA E UM

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Seattle, Casa do Grey, Sábado. Aproximadamente onze e vinte e cinco da noite...

...I HAVE NOTHING, NOTHING, NO...thing... If I don't have you... — Kate cantarola escandalosamente enquanto, literalmente, espanca o piano de Christian como se estivesse produzindo alguma nota audível. Mas, na verdade, só está machucando nossos ouvidos mesmo. Imagino que se Christian estivesse aqui para observar essa cena, com toda certeza não aprovaria. Ela agride o piano mais algumas vezes, jogando os cabelos para frente e para trás teatralmente, e então subitamente para, e se vira com expectativa para Eliot e eu, que a observamos assustados do canto do sofá. — E então?

— Isso foi...

Perturbador. — completo a frase de Eliot, que me olha como se eu tivesse sido muito malvada.

— Não fui tão mal assim... Fui? — Kate olha sugestivamente para Eliot, que volta a olhar pra mim em um pedido desesperado por ajuda. Eu apenas dou ombros como quem diz "se vira".

— Não, amor! Você foi ótima, maravilhosa, esplêndida! Quase uma Stevie Wonder branca! — ele diz em um tom exagerado, fazendo Kate rir.

— Eliot, você ganhou o segundo lugar no prêmio "barbaridade do ano". — digo, abrindo um sorriso sarcástico antes de direcionar meu olhar a Kate. — O primeiro lugar vai pra Kate e "Ana, corre, Sebastian 'tá vomitando sangue! Ele 'tá morrendo!"

— Foi o que o médico disse! — ela tenta se defender, e eu estreito os olhos em sua direção.

— Não foi não! — eu não consigo permanecer séria e acabo rindo. — O médico disse que ele cuspiu um pouco de sangue por causa da irritação na garganta e que provavelmente ele devia estar com uma inflamação. Mas é normal nesse caso e ele não vai morrer por causa disso, sua louca.

— Eu fiz um bem em te avisar, ok? — ela murmura enfezada.

— Oh, sim, claro que fez. — ironizo, rindo de sua expressão de poucos amigos.

O fato é que, no fatídico dia, quando Christian e eu chegamos ao hospital, encontramos Kate, Ethan e Sebastian, sim, o Sebastian, sentados na recepção do hospital. A consulta fora tão rápida quanto o meu trajeto de ida até lá. Com a promessa de que iriam me explicar o que aconteceu, nós decidimos ir ao café mais próximo para conversar. Mas conversar só me fez ter vontade de estrangular Kate e seu exagero demasiado. Ela poderia ter me dito ao telefone que não era nada grave, que eu não precisava correr feito uma desesperada, mas ao invés disso preferiu me deixar em completo estado de nervos imaginando o pior.

— Querem mais vinho, meninas? Porque eu sei que eu quero. — Eliot vai em direção a área da cozinha com sua taça vazia em mãos.

— E você ainda pergunta? — Kate pega sua taça e o segue.

Eu varro o ambiente com o olhar. Nenhum sinal de Christian. Não estou exagerando quando afirmo que já faz uns quinze minutos que ele foi em direção ao seu quarto e ainda não retornou. Eu estou impecavelmente vestida, com um vestido simples, mas elegante, na cor azul. Mas não deveria ter gasto meu tempo me arrumando. Kate, Eliot, Christian e eu iríamos sair para jantar, mas como sempre, Christian surpreendeu a todos quando contratou um chef italiano particular para cozinhar para nós esta noite. Eu não deveria me surpreender com coisas desse tipo, de Christian eu sempre devo esperar tudo. Mas não me assustar com esse tipo de coisa, é mais difícil do que parece.

— Eu já volto, crianças! Não façam nada que eu não faria. — digo, levantando-me decidida a descobrir o que diabos Grey está fazendo. Eliot grita algo como "Então está liberado fazer tudo", mas eu apenas o ignoro.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELWhere stories live. Discover now