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*Capítulo Revisado*     

          Eu abro o vidro e vejo uma ruiva completamente obcecada, mas não sei se é esta a Vivi ou quem ela é, mas calculo que vou descobrir em breve.

– Sai do carro devagar, com as mãos no ar e depois vira-te de costas e eu vou revistar-te.

          Eu assinto e tento sem ela se aperceber atirar o telemóvel para debaixo do banco do carro, que entretanto quando parei o carro tinha pegado no mesmo, possa ser que a Matilde se lembre de rastrear-me pelo GPS ou pedir ao Gui para fazer isso, ele sabe fazer isso. Eu acho que ela não se apercebeu do que eu fiz. Eu saio lentamente do carro com as mãos no ar e viro-me de costas, ela empurra-me contra o carro e começa a revistar-me, sinto-me um pouco constrangido ser revistado por uma mulher.

– Sou eu que te estou a revistar e não o André, porque não confio nele, presumo que estejas constrangido, mas não precisas – Ela diz lendo os meus pensamentos – Tu só estás aqui porque não soubeste ficar quieto, não tens telemóvel contigo, isso é estranho.

– Não o trouxe! – Digo firme – Esqueci-me dele em casa. Tomar conta da minha filha dá trabalho, mas eu amo-a – Digo a ver se ela se descai.

– Tua filha? Ela é minha filha, não tua.

– Legalmente ela é minha, tu abandonaste-a, afial és tu a Viviana, que rico exemplo de mãe. Eu vou adota-la e se quiseres ter uma prova, eu tenho uma coisa que diz que sou tutor dela. – Eu sei que a estou a provocar, mas é mais para ganhar algum tempo. – Eu não vou deixar que lhe faças mal! – Digo irritado – Eu a protegerei até ao fim minha grande vaca!

     Dito isto ela dá-me uma estalada bem dada que até a minha cara virou para o lado, a mesma aperta-me a garganta e cospe estas palavras de forma cruel.

– Diz lá isso outra vez, repete se tens coragem. – Diz a Ruiva (vou continuar a chamar-lhe ruiva), vendo que eu não me deixei afetar pelo estalo, nem me doeu assim tanto, já levei murros piores do Gui.

– Repito, se tu quiseres, eu repito, não há problema. Ruiva (vou continuar a chamar-lhe ruiva) Digo irritado.

          Ela larga-me e eu começo a tossir e a rir e ela leva a mal, apontando a arma dela para mim, mesmo assim eu não tremi de medo por fora.

– Faz o que quiseres, se quiseres disparar, dispara, irás presa à mesma sem me ferires ou me ferires, a decisão é tua de quantos anos queres apanhar, simples. – Digo sem mostrar medo.

– Estás a fazer-me perder a paciência puto! – Ela diz em tom bastante alto e com isso acorda a miúda.

– Viste o que tu fizeste? E agora? Vais fazer a bebé que deste à luz presenciar estas cenas e com armas? Isso não é ser uma boa mãe Ruivinha.

– Cala-te, Rúben! Cala-te, antes que eu faça algum disparate, puto.

          O André acaba por se meter na conversa a medo.

– Rúben não a provoques mais, mano. Não sabes do que ela é capaz. Ela mata-nos a todos, até à Letícia.

– É melhor fazeres o que ele diz e ninguém se magoa.

– Tu estás completamente louca, miúda. Eu não vou fazer nada daquilo que tu pretendas que eu faça. Eu a única coisa que posso fazer é oferecer-te dinheiro para deixares o André e a Letícia em paz!

– Nem pensar! – Ela neste momento distrai-se e eu tento tirar-lhe a arma e não consigo de primeira e começámos os dois a disputar pela arma. Começámos a disputar os dois pela arma e ouve-se a arma a disparar, eu sinto uma dor enorme, ponho a mão ao fundo da barriga e levo as mão à frente dos olhos e caio ao chão e tudo fica preto.

#Pov Rúben's Off#

Pov André's

          Eu vejo o Rúben a cair inanimado no chão e a minha primeira reação é ir a correr para ele, mas ela segura-me e não me ia deixar, eu apenas a empurro-a com bastante força, e a mesma cai ao chão e bate com a cabeça e fica um pouco atordoada e eu corro ate ao Rúben e tiro a minha camisa e pressiono com ela e faço um pouco de pressão no ferimento do Rúben.

          Eu procuro o meu telemóvel nas calças e pego no mesmo e tento ligar para o 112 (Número de Emergência em Portugal), mas quando vou fazer a chamada, ela tenta tirar-me o telemóvel. Mas eu seguro-o firme e procuro uma pedra por ali no chão ou qualquer coisa para a fazer desmaiar e encontro-o, pois ela já estava a tentar esganar-me, mas acerto-lhe devagar, só para a fazer desmaiar. E felizmente consigo e ligo para a emergência, pois ele já perdeu muito sangue e em instantes depois aparece a Matilde e a Alysa e o Guilherme e eu dou um olhar ao Guilherme e o mesmo abraça a Alysa, para ela não ver o Rúben naquele estado.

– Deixa-me ver como ele está. – Ela pede

– Não vale a pena. Ele ficará bem. – Diz o Gui

– Prometes? – Insiste a Alysa.

     Ele nega.

– Não posso prometer isso, mas acredito que ficará tudo bem.

          Entretanto chega o INEM, vão até ao Rúben, tratam dele e levam-no há pressa, eu digo que vou com ele, tenho obrigação disso, pois ele salvou a minha vida, mas antes disso digo ao Guilherme.

– Leva a Letícia, ela daqui a pouco vai querer comer.

– Não te preocupes.

          Eu assinto e entro na ambulância para ir com ele. 

#Pov Andre's Off#

Pov Gui's

          A Matilde tinha-me ligado, a contar o que o Ruben iria fazer, também tinha ligado à Alysa, que só iria ter alta logo à noite, mas por tanta insistência fomo-la buscar, que o médico acabou por lhe dar alta, recomendando não fazer esforços. Só a deixou vir com essa condição, a Matilde pega no carro e dá-me o telemóvel, ela já tinha tentado rastrear, mas não conseguiu na totalidade, eu acabo por rastrear a localização exata do Ruben, daí termos demorado a chegar, porque se tivéssemos chegado uns instantes mais cedo, eu poderia ter impedido desta cabra ter atirado no Ruben, só vejo o André a olhar para mim percebendo que era grave e abracei a Aly, para ela não o ver assim. Prometi ao André que tomava conta da Alysa.

#Pov Gui's Off#


Dreamer? - EditadaWhere stories live. Discover now