5 - Diferente

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Pareceu uma eternidade até que pudesse abrir meus olhos e quando o fiz, fiquei totalmente maravilhada. Havia um mundo que eu estava perdendo como humana. Fiquei encantada ao ver cada partícula de poeira minúscula, no entanto minha atenção não se prendeu a isso por muito tempo, logo passei a observar o teto e suas falhas.

Uau!

Sentei-me. Mas não foi como costumava ser, em um segundo eu estava deitada e no seguinte já estava sentada. Observei o lugar. Era uma sala, repleta de moveis em tons claros e suas paredes eram brancas decoradas com quadros que pareciam estranhos a mim. Desci minhas pernas da maca e pisei no chão, olhei para meus pés e vi o sapato que Esme tinha colocado em mim. Ele era preto e tinha um salto médio. Isso me deixou insegura, pois eu não costumava a andar com sapatos tão nobres e com saltos, dei alguns passos na direção da única porta que tinha a minha frente e fiquei orgulhosa por me sair bem.

Sabia que eles estavam no cômodo ao lado, pois ouvia sua respiração. Contudo antes que eu chegasse a porta, um homem loiro de olhos dourados apareceu, seu sorriso cheio de carinho e expectativa me fizeram crer que se tratava de Carlisle. Acabei sorrindo para ele.

-Carlisle...? – sussurrei e ao ouvir minha voz tapei minha boca de tão surpresa que estava; não parecia uma voz comum. Assemelhava-se a um canto jamais ouvido, um trinar perfeito.

-Sim, você está bem? – ele estava feliz, mas ao mesmo tempo receoso. A voz era o som mais lindo que eu já havia escutado.

-Sua voz... Minha voz. Tudo é tão diferente. – dei dois passos na sua direção. Estava começando a ficar empolgada.

-Você já não é mais a simples Agnes.

-Percebi.

-Esme, traga o espelho. – pedira educadamente. Em um segundo entrara na sala uma mulher com um espelho enorme que estava tampado por um pano.

Ela era mais baixa do que eu, e seus cabelos castanhos estavam um pouco maior que a medida de seus ombros. Vestida com um vestido florido, ela parecia resplandecer de tão graciosa que era.

-Esme... Você é tão linda! – fui até ela e segurei uma de suas mãos.

-Ainda não se viu no espelho, querida. – a voz dela era simplesmente incrível.

-Tem um problema. – falei sem pensar. Carlisle se aproximar de mim.

-E qual seria?

-Por três dias eu senti brasas por meu corpo, pareciam estar me queimando.

-É o veneno.

-Veneno?

-Quando aquele vampiro mordeu você, o veneno dele começou a correr por suas veias até chegar ao seu coração.

-Entendo, mas de qualquer forma quero deixar bem claro que se eu estiver queimada, quero que me mate. Posso morrer, não è?

-Pode sim. – ele estava rindo.

-Então já sabe, se eu estiver deformada pelo fogo ou veneno, tanto faz, quero que me mate. Não posso conviver com isso pela eternidade. Promete Carlisle?

-Prometo. – ele ainda estava sorrindo.

-Estou falando com toda a minha seriedade. – olhei com convicção.

-Sei disso. – ele apontou para trás de mim, me virei e vi que Esme tinha colocado espelho perto de mim. Sem esperar nada ela puxou o pano e me colocou de frente a uma desconhecida.

Comecei a analisar mulher no espelho. Os cabelos que outrora foram castanhos e lisos, agora tinham um tom avermelhado e uma ondulação nas pontas, dando um volume e charme aos fios. O corpo não tinha defeitos, totalmente perfeito. Qualquer mulher morreria pra ter um corpo tão bem desenhado e atrativo, parecia que tinha se apagado os defeitos e realçado as qualidades. Os braços e pernas eram harmoniosos e graciosos.

Recém-Criada - Livro I (COMPLETO)Where stories live. Discover now