58. still love

10.5K 576 61
                                    

Andamos por uns cinco minutos, já não aguentava mais.
Gabriella: Aonde estamos indo? Não aguento mais andar
Pixote: Ah, você não aguenta andar? - debochou e riu.
Gabriella: Tomei uma surra de um garoto ontem, minhas costas estão doendo, minha cabeça está doendo
Pixote: Você bateu a cabeça? - perguntou.
Gabriella: Bati
Pixote: Tá bom - Se aproximou de mim, me pegou no colo e recomeçou a andar.
Gabriella: Me coloca no chão! - gritei. Ele me ignorou completamente. - Por que tá fazendo isso?
Pixote: Porque você não pode andar
Gabriella: Posso sim, só estou cansada e com dor
Pixote: Por que é tão difícil aceitar ajuda? - Parou e ficou me encarando.
Gabriella: Não é difícil aceitar ajuda, só é estranho o que está fazendo - murmurei. Ele revirou os olhos.
Pixote: Não é nada demais, eu preciso de você pra conseguir o que eu quero. Preciso que fique bem, não quero que seu namoradinho pense que te machuquei mais do que já está machucada - explicou. - Aliás, quem fez isso com você? Foi ele?
Gabriella: Não, é claro que não! Foi o primo dele
Pixote: O Menor? - perguntou. Assenti. - Por que?
Gabriella: Ele é apaixonado por mim, e não quero nada com ele além de amizade
Pixote: E ele te bateu por isso?
Gabriella: Me bateu por que não deixei ele me beijar
Ele riu.
Pixote: Ual. Você sabe mesmo o que quer!
Era estranho estar ali com o Pixote, e conversando com ele... Encarei ele por alguns segundos depois desviei o olhar.
Pixote: O que foi? - Perguntou e eu hesitei ao responder. - Não vou te matar não - Riu. - Pode falar
Gabriella: Não sei, só é estranha essa situação
Pixote: Eu te carregando? A gente conversando? - Riu de novo. Eu ri também.
Gabriella: É... - Dei de ombros. Ele foi diminuindo o sorriso aos poucos.
Pixote: É fácil falar com você...
Gabriella: Você não tem muito com quem conversar né? - perguntei. Ele me olhou feio, depois desviou o olhar e respondeu.
Pixote: Na verdade não. Não converso muito com meu pai, ele é muito revoltadão, sabe? - Fiz que sim com a cabeça, ele continuou. - Trata todo mundo mal, inclusive a mim. Sou o único que o atura, talvez por ser filho, talvez por uma obrigação. Não sei... Só sei que não tenho ninguém além dele, e de um amigo meu, que trabalha com a gente. O Carlos
Gabriella: Carlos? Não pode ser... - sussurrei. Ele me olhou.
Pixote: Conhece ele?
Gabriella: Se for o Carlos que eu to pensando, namorei com ele faz quase 2 anos...
Pixote: Ah! Você tá brincando? Você que deu o fora nele e ele matou 30 pessoas?
Gabriella: O que? - Encarei ele confusa.
Pixote: Caramba! Não acredito. - Riu. - Ele fico maluco quando você terminou com ele... Hum, é você sim - Riu de novo. - Ele tá puto por que você tá namorando o Polegar
Gabriella: Ele não tem nada a ver com isso!
Ele deu de ombros e fez que sim com a cabeça.
Pixote: Também acho isso
 Olhei pra ele confusa.
Gabriella: Concordamos em alguma coisa
Pixote: Você acha que sou um monstro, né? 
Dei de ombros.
Gabriella: Talvez - Confessei.
Pixote: Cara, não sou tão ruim. Eu faço o que meu pai manda - Deu de ombros.
Gabriella: Você sabe que tem escolha, não sabe?
 Ele me olhou.
Pixote: Não tenho não... Mesmo que quisesse! - falou sério. Assenti. O assunto morreu ali. E eu não me esforcei pra continuá-lo. - Chegamos! Não diz que sou legal! - Sorriu. Eu sorri também e assenti. Chegamos em uma estrada separando uma mata da outra. Olhei em volta e vi ele: Carlos. Estremeci.
Carlos: Então você conseguiu? - Falou com o Pixote, me ignorando.
Pixote: É cara, não foi difícil. Agora é só esperar que o Polegar vem
Carlos: Ótimo, mas antes tenho assuntos pra resolver com ela! - Me olhou.
Pixote: Não Carlos, deixa a mina, na moral. Só trouxe ela pro Polegar me entregar o que quero, quando ele entregar eu libero ela
Carlos: Não vai ser assim tão fácil, ela me deve! - Puxou a arma. Pixote não teve tempo pra impedir, ele estava me segurando. O Carlos pegou a arma e atirou na minha barriga, quase na virilha. Gritei de dor.
Pixote: Você ficou doido? - gritou, me virando e me tirando do alcance do Carlos.
Carlos: Ela merece! Ela me largou! - Gritou. - Eu a amava, ainda amo! - Começou a chorar. Ele ficou maluco... Eu me assustei e olhei pro Pixote.

Mulher de Traficante (TEMP 2) COMPLETAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora