Mulher de Traficante (TEMP 2) COMPLETA

36.

Acordei com gritos vindos de todos os lados, abri os olhos e fechei novamente, a claridade que entrava pela janela quase me cegou. Olhei pro lado e a Manu tava sentada me olhando.
Gabriella: O que tá acontecendo? - perguntei sonolenta.
Manuella: É a sua mãe, amiga - disse. Sentei ajeitando o cabelo.
Gabriella: Ela tá bem?
Manuella: Sim, mas ela e seu pai estão brigando, eu ouvi algumas coisas e reconheci a voz deles - contou. Levantei, fui no banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Voltei pro quarto prendendo o cabelo num coque mal feito, e abri a porta do quarto. - Tem certeza? - olhei e ela já tava atrás de mim com a Lari e a Babi.
Gabriella: Sei lá - dei de ombros. Desci na hora em que minha mãe deu um tapão na cara do meu pai.
Melinna: É pra você aprender, seu frouxo!
Gabriella: Mãe! - gritei e ela me olhou - Que palhaçada é essa?
Melinna: Teu pai, me traindo, acha que eu sou trouxa!
Gabriella: Pai! - gritei e ele me olhou - Que porra é essa?
Bobby: Não trai ela não, Gabi, ela tá doida, alucinada! Eu vou trabalhar viu - pegou a arma, colocou na cintura e saiu seguido do meu tio, Guto e TH.
Gabriella: Tia, isso é verdade? - olhei pra minha tia sentada no sofá com a Tia Carla e a Núbia.
Patrícia: É nada, tua mãe que é alucinada
Melinna: Não sou alucinada coisa nenhuma! - olhou feio pra minha tia.
Patrícia: Acha que tenho medo de você ou da sua cara feia? - minha tia debochou e levantou. Desci correndo e fiquei parada entre elas.
Gabriella: Sério que vocês vão brigar? Se virar uma contra a outra? Vocês são família, são irmãs... gêmeas! - dei ênfase no gêmeas. - Não podem se dar ao luxo de fazer mais inimigos! - parece que minhas palavras fizeram efeito, porque as duas recuaram.
Melinna: Vamos descer pra pegar dinheiro, depois vamos fazer compras - assenti e me afastei devagar delas e subi. As meninas me seguiram, Dylan fechou a porta do quarto e eu fui pro closet.
Larissa: Virando filósofa - rimos.
Gabriella: Eu só disse a verdade - encarei elas. - Não podemos nos dar ao luxo de brigar entre nós, com a nossa família!
Bárbara: Você tá certa, temos que ficar juntos e transparentes sempre, pra não correr riscos! - assenti e começamos a nos arrumar. Coloquei uma regata azul, um short jeans branco da Hot Pants, um chinelo e deixei no coque mesmo. Saímos do quarto e os seguranças nos seguiram, descemos e sentamos pra esperar a tia Carla e a Núbia. Agatha, Kelly, Mari e Barbie desceram e ficaram com a gente esperando.
Barbie: O que houve entre nossas mães? - cochichou enquanto as meninas conversavam alto
Gabriella: Quase brigaram...
Barbie: Elas não podem!
Gabriella: Eu sei, eu consegui separar, mas não culpo elas, as coisas estão difíceis, Ba. Não sabemos nada sobre o inimigo nem sobre o que ele planeja. Qualquer coisa dessa forma, pode nos destruir. Estamos vulneráveis
Barbie: O que faremos?
Gabriella: Precisamos ajudar, só ainda não sei como
Barbie: Temos que ficar unidos, todos...
Gabriella: E vamos, vamos encontrar um meio de desfazer essa vulnerabilidade, um meio de nos fortalecer, por que se não estaremos mortos na primeira oportunidade que tiverem...

***

Foto da mídia: Felipe Andrade (Filé)