Capítulo 14 ( Parte 02 )

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Damien

Sabe quando você está em um jogo de pôquer? É a sua última mão, a sua última ficha. Que você sabe que vai ter que arriscar e se perder, já era. Mas se ganhar, aquele pote é seu e você faz a única coisa que pode. Usa e abusa da sorte, tenta manter a fé, segue a intuição que acredita ter, mas se esquece que o jogo não é apenas sorte e ninguém joga sozinho. Para quem é fã de paciência e alguns outros jogos até que vai. Mas no pôquer é você, o cara da direita, o da esquerda, o do meio apostando alto. Olhando para aquelas últimas fichas, você tem a chance de sair. E ao invés de dizer: Eu passo. Você diz: Aposto tudo. Você só tem que apostar e esperar as cartas serem viradas, mas a adrenalina e os batimentos cardíacos é a única coisa que pode te impulsionar.

É mais ou menos a sensação de estar encurralado, dando uma batida em um depósito de drogas. A Swat é a primeira a entrar, eles parecem não ter medo, mas tem. Como nós, que estamos atrás também sentimos, mesmo usando coletes e armados até os dentes. Mas como as fichas de pôquer, as balas também acabam, as lanternas também param de funcionar e para isso existe uma palavra: Improviso e estratégia.

Mas como no pôquer e nas batidas em campo, não podemos nos envolver. É de onde vem a mão errada, a aposta errada. Ou você perde tudo, corre como um covarde, ou morre lutando. Eu não assinalaria nenhuma das opções acima, eu daria um jeito. Contando que eu não corresse como um covarde, não perdesse nada e viveria para lutar, já estava bom.

Eu sou um exemplo claro de mão errada no pôquer, até blefo e muito bem. Mas quando eu vejo do outro lado da mesa um cara fodido, que tem mulher e filhos em casa e está praticamente implorando para todos os santos que a minha mão esteja ruim. Eu digo, passo. E quando ele sai da mesa levando o dinheiro eu apenas penso, aquele poderia ser eu.

Mas eu não sou ele, sou um agente do FBI. E sabe aquela mão errada, do cara? Eu sou o exemplo de batida errada. Onde as balas acabam, a lanterna falha, e é a hora de recuar eu faço exatamente o contrário. O modo de improvisar do meu jeito, ganha força. Mas no meu caso, como um jogador, um blefe não é perdoado por um profile de perfil, como eu. O meu blefe nesse caso, tem que ser eu e o meu orgulho. Porque nesse jogo eu já entro como um perdedor. Pode parecer a coisa mais louca que vou fazer nos meus vinte e oito anos, mais uma loucura entre muitas. E quem se importa com mais um blefe, quando se tem a última ficha para apostar no jogo? Quando se tem apenas uma bala no pente? Se arrisca ou corre como um covarde perdedor?

A pergunta de Thalles me afetou mais do que eu imaginava, quando ele perguntou se eu amava Natalie. Responder essa pergunta não é como quando você chega em uma lanchonete e eles te perguntam: Café puro ou com leite? Mas lembrar de Natalie sorrindo, poderia se comparar a uma tarde de verão, onde nem te perguntam qual sabor do sorvete que você quer, porque todos os sabores são gostosos, até o mais azedo.

Atraída a Você - Série Destinos traçados - Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora