Falhas

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Você esta bem? – Carl perguntou pela terceira vez desde que entramos nessa loja.

Já estava farta de todos perguntarem isso, por incrível que pareça, acabamos esbarrando com o resto do pessoal, pelo que parece, meus gritos chamaram a atenção não só deles, mas de uma horda de errantes.

Maggie olhava preocupada pra mim, sentia falta dela mas, não queria conversar com ninguém, mesmo tentando esquecer o que havia ocorrido, não conseguia.

Imagens ganhavam vida em minha mente, os olhos brilhantes e cativantes agora sem vida de Thomas, me olhando, ansiosos por sangue.

Carl ainda estava parado à minha frente, o fuzilei com os olhos e implorei mentalmente que ele fosse embora.

– Tudo bem, você que sabe – o olhei sair do meu campo de vista indo em direção ao seu pai e aos outros que conversavam sobre o meu pai.

Aquele desgraçado tinha feito aquilo com a gente, atacou a prisão, várias pessoas morreram, e ele ainda continua a me procurar.

E o fato era que ele — ou os homens dele — haviam sequestrado Thomas, como sei disso? Simples, no bolso do casaco dele havia um bilhete.

"Entregue a garota"

Aquilo fervia o meu sangue, pensar que aquele homem esta atrás de mim me da ânsias, meu estomago revira só de pensar em ve-lo outra vez.

E ter a coragem de matar uma criança, que tipo de pessoa faz isso? Não consigo nem imaginar.

– Alex – escuto Maggie me chamar, bufo e olho pra ela. – Eu sei que é difícil pra você, mas temos que conviver com isso...

– Maggie por favor, não quero falar com ninguém agora – me levantei e caminhei nervosamente até a escada no fundo da loja que levava ao telhado.

A noite estava limpa, não havia uma nuvem e como resultado o céu estava repleto de estrelas, me sentei em um canto e apoiei minha cabeça na parede e fitei o céu.

– O que faz aqui fora?  – Não demorou muito até que uma voz perguntou com um ar de ignorância, bufei reconhecendo a voz de Carl, não sei por que, mas aquele garoto havia voltado a ser o Carl chato de antes.

– Ah, por favor a noite ta tão linda não é como se meu pai assassino estivesse me procurando, e pessoas mortas estivessem lá fora, se esgueirando entre as árvores prontas para arrancar um pedaço da minha pele. É como se o céu estivesse sorrindo pra mim e que se eu sorrisse de volta, ele me tiraria deste lugar e me levaria para outro totalmente diferente, sem mortes, sem desespero ou fome, apenas a felicidade.

– As vezes você fala de uma forma estranha Ray.

– Desculpa, mas... Sei lá... É só o que eu sinto.

Ele sorriu e se sentou ao meu lado, direcionando seu olhar para o céu, seu rosto sereno me fez sentir algo, balancei a cabeça afastando esses pensamentos e olhei pro céu.

Podia ser minha imaginação mas, acho que vi Carl me olhar pelo canto dos olhos e sorrir.

– Queria que fosse mesmo verdade – disse por fim.

No outro dia acordei exausta e me dirigi até Daryl que estava sentado em um canto analisando suas flechas.

Me sentei próximo e dediquei minha atenção para o que ele estava fazendo. Aproveitei e dei carinho no Bucky que descansava perto de onde eu havia me sentado.

Ele sentindo meu olhar, desviou seus olhos de suas flechas e suspirou.

– As suas estão ali Alex – disse meio sem paciência apontando pra  aljava que descansava ao lado de meu arco em um canto qualquer.

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