Príncipe [Capítulo 8]

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Minhas mãos tremiam enquanto eu tirava o maço de cigarros de dentro da mochila, colocando-o entre os lábios. Peguei o isqueiro no bolso do meu jeans e gemi quando suguei a fumaça para dentro dos meus pulmões. Deixei minha mochila cair sobre meus pés e encostei a parede no fundo da minha casa.

Puxei meu celular de dentro do bolso, quando ele começou a tocar. Meu coração deu um salto ao ver o número e uma foto de Mickey na tela.

— Oi. – atendi ao telefone, soprando a fumaça do cigarro.

— Te procurei por toda parte. – disse Mickey, antes de torci duas vezes. — Não foi a escola hoje?

— Fui. Mas meio que sair correndo de lá. – traguei meu celular.

Ouvir o barulho de conversa de outras pessoas do outro lado da linha.

— Problemas com o seu ex-babaca? – ele perguntou.

— Problema com todos! – revirei os olhos. — Não quero falar sobre isso. – joguei a bituca do cigarro no chão e o apaguei com a sola do meu Allstar.

— Está ocupado? – outra torci.

— Não.

— Ótimo. Te pego em frente a sua casa as oito.

Mickey não esperou uma resposta, desligando o telefone na minha cara.

Joguei uma bala de menta na boca e entrei pela entrada dos fundos na minha casa. Minha mãe estava na sala, ocupada ao telefone, provavelmente conversando com uma das peruas que ela chamava de amiga.

Depois de tomar um banho e vestir jeans e um moletom, fiquei debruçado na janela do meu quarto. Não demoraram, os faróis altos do Chevrolet apareceram no inicio da rua. Desci as escadas correndo, ignorando o chamado de minha mãe. Ela iria me questionar sobre está saindo de casa sem avisar. Eu não queira me explicar.

Deslizei para o banco do carona, ao lado de Mickey, que aproximou o rosto do meu pescoço, causando arrepios pelo meu corpo. Assim como eu, ele usava moletom, porem com aparência de segunda mão. Olhei para o banco traseiro, onde Dog enrolava um pequeno pedaço de papel entre seus dedos. Ele fez um aceno de cabeça para mim e voltou a sua atenção para o que estava fazendo.

Mickey acelerou, o barulho produzido pelo atrito dos pneus no asfalto ecoou pela vizinhança.

— Outra festa? – perguntei, olhando o mundo do lado de fora voar enquanto passávamos.

— Você quer ir a uma festa? – perguntou Mickey, passando o polegar por minha bochecha.

— Quero ir aonde você me levar. - suspirei quando seus dedos passaram do meu rosto para o meu pescoço.

— Já foi a um luau? – Mickey sorrir.

— Não. – fiz uma careta. Havia uma galera na escola que costuma fazer luaus, mas Kyler sempre disse que não era coisa boa. — A palavra luau costuma afastar as pessoas que eu conheço.

— Isso porque você só conheceu otários. – ele voltou sua mão para o volante. — Mas você tem sorte de me conhecer. Vou lhe apresentar algumas coisas boas.

Mickey dirigiu até uma área mais afastada da cidade. Andamos por uma estrada até chegamos à praia. De inicio pensei que fossemos os únicos ali, mas aos poucos o brilho da fogueira se fez visível e ganhou intensidade à medida que nos aproximávamos. Dog saltou do carro correu em direção as rochas. Acho que ele não estava mentindo quando disse que estava apertado.

Seguir atrás de Mickey, enquanto ele cumprimentava a todos. Não era um grupo muito grande. Conseguir contar oito pessoas ao redor da fogueira, além dos que estavam enrolados em cobertores, um pouco afastados. Eu não conseguir guarda o nome de metade das pessoas, mas acho que isso não faria diferença, já que estão quase todos bêbados ou chapados.

— Cerveja? – Veronica, uma garota ruiva, com os cabelos trançados e roupas largas, estendeu a lata na minha direção. — Tem muito mais de onde venho essa. Ou você não toma cerveja barata?

— Cerveja e cerveja, não e mesmo? – aceitei a lata que ela me ofereceu, tomando um gole logo aposto romper o lacre.

— Não precisar mentir. Esse troço tem gosto de mijo de gato. – ela riu alto e bateu nas minhas costas. Para uma garota magra, ela tinha bastante força. — Então você e o novo namorado do Mick? – ela olhou para Mickey que se virou para nos ao ouvir seu nome.

— Toma conta da sua vida, Vadironica. – ele envolveu minha cintura com um dos braços.

— Vai se fuder. – ela mostrou o dedo do meio para Mickey. — Está com medo que eu conte ao David o verdadeiro vadio que você e?

— Isso foi no passado! – ele revirou os olhos. — Por que você não vai às rochas, atrás do Dog? Aposto que ele que você o chupe.

— Você e muito baixo. – disse Veronica, antes de se afastar de nos.

— Você não pegou pesado com ela? – disse me livrando do braço dele. — Veronica parecer ser uma garota legal.

— Ela e uma garota legal! – Mickey pegou a minha cerveja e tomou dois longos goles. — Ela está acostumada. – ele sorriu e apontou com a cabeça para que eu virasse.

Acompanhei o seu olhar e vi as tranças vermelhas de Veronica. Dog estava ao eu lado, com uma das mãos por dentro de sua blusa, enquanto ele sussurrava algo no ouvido dela.

— Então você e um vadio? – disse me virando de volta para ele.

— Não de ouvidos para ela. – ele passou o braço em torno de mim novamente. — Ela diz isso porque eu não quis come-la, como todos os garotos aqui.

Mickey suspirou.

— O que foi?

— Dog gosta realmente dela. – ele coçou a cabeça. — Mas ela não quer nada serio com ele.

— E você gosta de alguém? – perguntei, tomando o que sobrou da minha cerveja.

— Digamos que eu estou começando a gostar de alguém. – ele pegou um cigarro no seu bolso.

— Legal. – olhei de novo na direção de Dog e Veronica. Os dois estavam se pegando na areia da praia, sem se importar com a plateia.

Uma nuvem de fumaça se formou em torno de nos, do cigarro que Mickey acabara de acender. Ele me entregou logo após traga-lo.

— Estive pensando em uma coisa essa semana, Mitchell. – Mickey sobrou a fumaça na direção do meu rosto. — O que você acha de ser meu príncipe? 

Será Que é Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora