Traição [Capítulo 2]

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Oliver olhava para todas as direções, enquanto tentava desconversar sobre o paradeiro de Kyler. Ele tentou me dizer que não fazia ideia de onde ele pudesse está, mas com o seu desconforto visível, não havia como negar. A raiva tomou conta de mim, de uma forma como nunca ocorreu na minha vida. Agarrei a gola da sua camiseta, puxando-o para perto de mim.

- O que está acontecendo, Oliver?

Ele se encolheu ao notar a iria em meus olhos.

- Eu não sei onde ele está, Mitchell! - ele tentou se afastar, mas não o soltei. - Por que você está todo sistemático?

- Você e um péssimo mentiroso. - empurrei Oliver para longe e sair a procura de Kyler pela festa.

Meu namorado não estava em nenhuma das barracas, nem foi visto por nenhum dos nossos amigos. As pessoas começaram a notar meu incomodo, então resolvi não ficar na festa. Adentrei pelos corredores da escola e parei quando estava longe o bastante para as pessoas conseguirem me ver.

Nunca sentir ciúmes de Kyler, não tinhamos motivos para um sentimento bobo como esse. Começamos a namorar há cerca de um ano, no inicio do nosso ensino médio. Eu tinha total confiança nele, assim como ele sentia o mesmo por mim. Mas a reação de Oliver me deixou preocupado. Os dois eram melhores amigos desde o primário. Estavam sempre juntos e eram confidentes. Minha desconfiança de que havia algo errado não era uma coisa boba.

O barulho de algo sendo derrubado chamou minha atenção. Alguém resolveu dar uma escapadinha durante a festa em uma das salas da escola, o que me traria problemas mais tarde. Seguir em direção ao barulho, que veio do segundo andar. O barulho da música vinda do ginásio era menor, o que possibilitou ouvir ruídos no corredor vazio. Parei de frente a porta, onde os gemidos ficaram mais intensos.

Abrir a porta e procurei o interruptor para acender a luz.

- Desculpa pessoal, mas... - quando eu acendi a luz, as palavras escaparam minha boca. Isso não podia ser verdade. - Mas que porra essa?

Kyler estava com a calça arriada ate os pés, inclinado sobre a mesa, com as nádegas rígidas contraídas. Ele estava chegando ao clímax, no momento que entrei na sala. Seu rosto era uma mistura de prazer e espanto. Seu gemido saiu entrecortado. Sobre a mesa utilizada pelos professores, estava à pessoa que eu jamais pensei que pudesse fazer assim comigo. Amanda tentou empurrar Kyler de cima dela, cobrindo os seios expostos. Seu vestido foi erguido para dar acesso ao meu namorado as suas partes baixas.

Eu ainda segurava a maçaneta da porta, incrédulo do que meus olhos viam. Os dois se afastaram depressa, Kyler tentando esconder o pênis já flácido e sem proteção. Ele correu na minha direção, mas acabou tropeçando na sua própria calça que ele não conseguia subir. Amanda abaixou o vestido, e tapou a boca por alguns segundos, antes de resolver quebrar o silêncio.

- David, me desculpe. - Amanda, tentava ajeitar sua roupa. - Ai meu Deus, eu estou tão envergonhada.

- Não, você não está! - retruquei.

- Baby... - Kyler começou a falar, mas eu fechei a porta antes que ele pudesse terminar.

Desci as escadas correndo. Havia pessoas no correr, que pensei em ignorar, mas não foi possível.

- Aconteceu alguma coisa, David? - perguntou Vic, uma garota morena que fazia do meu circulo de amizade.

- Kyler e Amanda, estavam... - notei pela expressão estupefata de Vic que ela já sabia do que eu estava falando, assim como todos os outros ao redor dela. - Vocês sabiam, não é? O único trouxa nessa história sou eu.

- Você entendeu tudo errado, David. - Vic forçou um sorriso para mim. - Os dois beberam e fizeram besteira. Não deixe que essa besteira atrapalhe o seu relacionamento com o Kyler.

- Não precisa mentir mais, Vic. O David já viu o que estava acontecendo há um bom tempo. - disse Oliver, indiferente. Vic lançou um olhar, repreendendo. - Ele não vai acreditar nessas besteiras, de que os dois estavam bêbedos. - ele revirou os olhos e voltou pelo corredor, de volta para o ginásio.

- Como eu pude ser tão cego para a falsidade de vocês? - virei para escada, onde Amanda e Kyler desciam correndo.

Virei-me e sair, para não ter que ouvir desculpas ridículas sobre o que ocorreu. Sair do prédio o mais rápido que pude. Quando o ar gelado da noite tocou meu rosto, me permitir derramar as lagrimas que eu segurei, para que ninguém as visse. Não deixaria que aquelas pessoas me vissem chorar. Eles não mereciam aquelas lagrimas.

Sentei na calçada de frente para a escola, escondendo meu rosto com as mãos. Odiava-me por ser um idiota por tanto tempo. Eu não conseguia acreditar que minha melhor amiga teve coragem de transar com o meu namorado. Amanda era a pessoa para quem eu contava meus problemas, com dividi meus medos, que queria levar para toda uma vida. Meus pais surtaram quando souberam do Kyler, mesmo assim eu suportei vê-los virando as costas para mim, para continuar ao lado do garoto que pensei ser o amor da minha vida.

Cheguei a pensar algum dia que eu tinha amigos. Mas depois dessa noite. Todos estavam ao meu lado, por causa da minha popularidade. Ser namorado de um dos caras mais desejados da escola te dar certo status, ser amigo da garota que todos os garotos queriam levar para a cama, te fazia amigo de muito desses garotos. Ser de uma família tradicional me trazia certo status. As pessoas não estavam interessadas em mim, elas queriam o que vinha com a minha imagem.

Levantei o rosto e sequei as lagrimas com as costas da minha mão. Eu não iria ficar ali para sempre, no fundo do poço, por quem não merecia o meu sofrimento.

Será Que é Amor?Where stories live. Discover now