Grávida do Melhor Amigo (CONCLUÍDO)

Capítulo 22

Oi lindos mais um capitulo fresquinho!!

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Havia feito as pazes com a minha mãe e ela vinha aqui todo dia, meu pai veio algumas vezes e parecia está arrependido do que me fez, meu irmão aparecia vez por outra pois estava trabalhando em outra cidade agora. Estava com 7 meses e duas semanas, João havia marcado uma reunião de família, queria tomar decisões sobre o meu parto, pelo que eu entendi.

Estava de repouso absoluto a um mês, as dores haviam aumentado pois além da coluna agora tinha dores na barriga, os bebês haviam rompido 2 costelas minhas, não conseguia mais ficar em pé, mesmo com ajuda. As perspectivas de melhora eram nulas, eu só piorava. Havia perdido mais 5 quilos e meio, estava magra, meu rosto que sempre fora mais bochechudo estava magro, fino e meus braços e pernas tinha os ossos dos joelhos, cotovelos e ombros marcando.

O meu quarto parecia um quarto de hospital, estava sempre com soro e cheia de hematomas nos braços e nas mãos de tanto receber agulhadas de novos exames e da agulha do soro. Os remédios me davam enjoos fortíssimos, mas sem eles eu não suportaria as dores. Matheus já não dividia mais a cama comigo e dormia em um colchão no chão ao meu lado. 

Ele havia cumprido o prometido e não saia de perto de mim em circunstância nenhuma. A fisioterapia evitava minha piora, mas não conseguia reverter minha situação, me sentia num filme de Crepúsculo onde sabia que meus bebês de certa forma estavam me matando e me enfraquecendo a cada dia mais.

- Amor, sua mãe já está aí - falou Math que havia acabado de chegar no quarto.

- Que bom, então podemos começar logo? - perguntei.

- Sim, vamos começar agora! - falou João entrando no quarto junto com minha mãe, minha tia e Adriana - Bem, vamos lá.

- Fala logo pai - ouvi Matheus dizer ao meu lado e apertar minha mão delicadamente.

- Como sabemos, a gravidez de Júlia está sendo muito delicada nesse finalzinho, e eu não vejo escolhas se não adiantar o parto - falou.

- Mesmo ela estando com 7 meses? - perguntou minha mãe.

- Sim, podemos marcar para a próxima semana e fazemos a cesárea - respondeu.

- Mas pai os meninos estão pesando um quilo e meio apenas, isso não é arriscado para eles? - perguntou Matheus olhando para mim.

- Sim - respondeu.

- Então por que tirá-los agora? - perguntou novamente Math.

- Porque a Júlia não aguenta mais muito tempo - falou João fugindo de olhar para mim e Matheus.

- Não fale assim João! - repreendeu Adriana e eu vi o semblante de seu marido ficar triste ele não queria dizer aquilo, mas precisava.

- Tem que ter outra saída - pronunciou-se pela primeira vez tia Lu.

- Não tem. A não ser que ela quera esperar mais um pouco, não é certeza, mas talvez der certo - falou João.

- E se ela não tiver eles agora, as chances dela diminuem? - perguntou minha mãe.

- Sim - respondeu João.

- Então faça o parto o quanto antes! - respondeu minha mãe.

O silencio se instalou no quarto, só era ouvido basicamente a minha respiração por estar ofegante e o ar condicionado do quarto. Lagrimas escorriam no rosto de tia Lu, Adriana estava chocada e era possível ver seus olhos marejados, João nos olhava sem saber o que dizer e Matheus, ah meu pobre Math, tentava ser firme mas havia encostado seu rosto na minha mão e deixado que lágrimas escorressem.

Aos poucos as cabeças foram se mexendo, tia Lu, Adriana e João, respectivamente. Apenas Matheus não havia concordado e isso apenas me dava mais forças para tomar minha decisão. Os filhos eram meus, a grávida era eu e eles só sairiam quando eu achasse que era a hora, ou quando eu não suportasse mais.

- Marcaremos o parto para semana que vem então. Pode ser dia...

- Não! - consegui que minha fraca voz se sobressaísse a de João e o interrompi.

- Como? - foi a vez de Matheus que ergueu sua cabeça e perguntou olhando em meus olhos. Levei minhas mão ao seu rosto.

- Eu sei que você não quer isso tanto quanto eu - fiz uma pausa passando minha língua em meus lábios secos e tomei ar - Não cheguei até aqui para ter meus filhos e correr o risco de eles não sobreviverem pelo simples fato de eu ser fraca de mais para suportar uma gestação! Os Gêmeos só saem quando eu não aguentar mais ou na hora certa! - vi mais lágrimas escorrerem dos olhos do amor da minha vida, mas soube que ele concordava comigo. Nesse momento descobri o que as mães falam, sim, viraria uma leoa para defender meus filhos sem pensar duas vezes! Definitivamente havia amadurecido.

- Você só pode estar louca - a rígida voz de minha mãe rompeu o silencio - Eles nascem na próxima semana sim!

- Não! - falei, apenas.

- Eu sou sua mãe! - gritou.

- Isso não muda nada - falei.

- Claro que muda, você é menor de idade! - respondeu se aproximando de minha cama .

- Não pensou nisso quando fui parar na rua, grávida e sozinha, perdeu seus direitos de mãe ali! - falei.

- Como pode jogar isso na minha cara assim! - gritou apontando o seu dedo indicador, que tanto já me assustou em minha direção - Eles nascem semana...

- Para de gritar, por favor, ela não pode se estressar, já chega! Respeita a decisão dela! - Matheus se pronunciou como forma de me proteger, sua postura havia mudado, ele também era capaz de virar leão.

- Você vai matar minha filha! - minha mãe falou isso olhando nos olhos de Matheus e começou a chorar - A culpa é sua! - falou apontando para ele e saiu do quarto. Sei que isso acabou com o meu grande menino, mas ele tentou não falhar, ele se culpava, eu percebia isso.

- É isso que você quer meu filho? - perguntou João.

- Eu quero o que ela quiser pai! - respondeu.

- Tudo bem. A vontade de vocês será respeitada - Adri falou e saiu do quarto junto com João.

- É pelo jeito vocês viraram adultos antes de mim! - brincou tia Lu tentando conter as lágrimas - Estou orgulhosa de vocês, essas crianças mudaram vocês, para melhor. Venho ver vocês amanhã, minha bonequinha - nos beijou na cabeça e saiu do quarto. 

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Beijocas da Beca💕