Capítulo 4

43.2K 2.3K 249
                                    

Eu vi Matheus tremer, e deixar lagrimas escorrerem por seus olhos. Ele rapidamente me pegou nos braços, pegou minha bolsa na mesa e saiu do apartamento. Fechou a porta e chamou o elevador. De repente, tudo que tinha passado pelo meu bebê passou diante de meus olhos, estava perdendo meu filho, tanto que eu já o amava. Tudo que eu já havia enfrentado parecia nada agora.

Eu me contorcia de dor nos braços de Matheus, que se contentava em apenas chorar olhando pra todo lugar menos pra mim, como se doesse nele me ver naquele estado.

Matheus voltou seus olhos para mim e eu vi seus olhos se arregalarem.

– Ju, você ta sangrando - falou gaguejando

Levei minha mão até minha coxa e senti o sangue escorrendo, me desesperei, chorei mais, acabou, meu bebê, eu não acredito. Senti meu corpo ficar fraco, meus olhos foram fechando, ouvi Math gritar meu nome e abri novamente meus olhos, até que não deu mais, havia desmaiado.

___________________________________

Senti minha cabeça doer, doer muito, ouvi um choro baixo do meu lado. Com muito esforço abri meus olhos e vi uma sala branca, um quarto de hospital, então era isso estava em um hospital, quem chorava e por que chorava?

Fechei novamente os olhos e tentei pensar o porquê de estar ali. Lembrei. Matheus descobriu, tanto trabalho de esconder para ele descobrir. Eu havia sentido uma forte dor, estava sangrando...

– Meu filho! – gritei – Eu quero meu filho!

Matheus se levantou e veio na minha frente.

– Calma Jú, não se exalta, calma – disse ainda chorando, então era ele q chorava?

– Meu filho Math, meu filho, eu não posso perder meu filho – falei em meio ao choro, eu chorava alto – Meu filho, diz que ele não morreu Matheus, diz que ele está aqui ainda – apontei pra minha barriga – Por favor – supliquei e ele me abraçou

– Eu não sei Jú, só sei que lhe levaram pra cirurgia e depois lhe botaram aqui dizendo que em breve acordaria. Ainda tentei falar com meu pai talvez ele descobrisse alguma coisa – o pai dele era obstetra – Mas disseram que ele havia acabado de sair de uma cirurgia de urgência e tava analisando prontuários. Não sei como esta nosso filho.

– Nosso? – disse confusa – Meu!

– Nosso, eu sei que é meu também, esses olhos que eu tanto amo, nunca mentem pra mim – disse alisando meu rosto e se aproximando da minha boca.

– Com Licença - disse alguém na porta fazendo com que Math se afastasse e pegasse minha mão, seja la quem fosse, traria noticia do meu bebê.

Era um homem alto, com o cabelo e a barga grisalha, o médico, ele olhou pra mim e em seguida intensamente para Math, seu olhar era sério e rígido, havia um misto entre preocupação e raiva, ele olhou novamente pra mim e não falou nada, apenas leu uns papeis que carregava e voltou seus olhos para a minha barriga de forma fulminante, e fez sinal de negação com a cabeça.

Instintivamente pus minha mão livre sobre minha barriga e apertei a mão de Matheus, seja lá o que aquele homem quisesse ele me assustou. Virei o rosto não queria ver aquele homem e esculto Matheus falar baixinho

– Pai?

Grávida do Melhor Amigo (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now