Grávida do Melhor Amigo (CONCLUÍDO)

Capítulo 6

Abri os olhos lentamente, notei que ainda estava no hospital. Minha cabeça doía muito, consequência do choro. Notei que alguém segurava minha mão e vi que era Matheus que estava ali, e isso me aliviou, me consolou e me acalmou... era tranquilizante tê-lo ao meu lado. Não estar só... como estava até horas atrás...

Na verdade, eu sempre o quis ali, apesar de tentar me convencer que conseguiria enfrentar tudo só. Vejo que não conseguiria, a segurança que ele me passa só em estar aqui não se compara a mais nada. É como se todos os problemas sumissem e o fato de termos 15 anos fosse inexistente.

Como ele era lindo, lindo ate dormindo! Como queria que os bebês nascessem iguais a ele, com esses cabelos castanhos, os olhos mel, e a minha filha realmente tem que ter os cílios dele (eles são gigantes) e se meu filho for alto assim? Tipo, 1,85. Não que eu seja feia, eu sou até bonitinha... 1,65 de altura, cabelos castanhos ondulados, olhos castanhos... cintura fina, bubum médio, seios médios; acho que dou pro gasto. Já ele, definitivamente é um dos meninos mais desejados. Porém, tem dona, pena que essa não sou eu.

E pensar que são gêmeos... definitivamente eu vou surtar!!!!! Não vou conseguir só, preciso dele comigo.... não posso deixar que ele vá embora novamente, não quero deixar que ele mais uma vez seja da Marcella, ela já o traiu... ela o trai. Ela não o merece!

– Eu preciso de você... - falei baixinho enquanto fazia cafuné nele

– Eu também preciso de você - escuto a voz de Matheus, e me sinto arrepiada

– Não sabia que estava acordado... - falei enquanto tirava minha mão do cabelo dele

– Continua - ele pediu e eu o olhei sem entender - Mexe em meu cabelo... só você sabe fazer isso tão bem - eu sorri - Senti falta disso! - falou fechando o olho - Senti falta de você...

– Também senti sua falta - falei meio que sem querer, acho que soaria clichê se dissesse que minha boca falou sem minha permissão, mas foi realmente isso que aconteceu, alias isso sempre acontecia quando estava com ele

– Ainda não entendo porque você queria se afastar de mim - fala ele com voz triste e cansada

– Eu só queria te poupar...

– Me poupar de meus filhos? - pergunta se levantando da cadeira e me encarando - Me poupar de ser pai? De criar meus filhos? - noto que ele ta muito magoado - Realmente, muito justo da sua parte...

– Você não entende! - falei chorando

– Não entendo o que? - falou serio, muito serio

– Teremos que passar por muitas coisas, você entende que é um filho? Alias, dois! Não é simples. Você sabe o que é receber olhar de nojo em ver que uma menina, eu, uma adolescente está gravida? Não é fácil... - falei aos prantos

– Você já parou pra pensar que se eu tivesse contigo talvez fosse tudo muito mais fácil? - falou irritado

– Eu sei que seria, ok? Só que eu não queria que você passasse por tudo que adolescentes passam nesses casos, não queria que te julgassem

– Que egoísta da sua parte...

– EGOÍSTA? - grito

– Sim - fala seco

– Faça me rir!! Eu me preocupo com você e você me chama de egoísta? Tento te poupar de todos os proble...

– Essa é a questão - me interrompe - Você não tem como poupar só os problemas, sera que você não pensou que quando você me poupa dos problemas, me poupa também dos momentos bons... me poupa dos meus filhos!

– Você tava tão feliz com ela! Tão bem - falo chorando - Ela não é a perfeita? Ela te daria filhos em momentos mais oportunos. Ela já tava te fazendo feliz, você não precisava de mim.

– Sim ela tava me fazendo feliz, sempre fez - chorei mais ainda ao ouvi-lo falar isso

– Sai daqui agora então! Sai daqui e vai ficar com ela! - gritei com raiva, muita raiva

– Mas ela não é você! Eu já te falei isso! Aceita que eu te amo porra! Aceita que eu quero você! Que eu quero estar contigo, com meus filhos... - gritou de volta, até ser interrompido por seu pai que abriu a porta do quarto e entrou

– Acho que o hospital não é o melhor lugar para vocês resolverem seus problemas, principalmente, gritando - falou sério enquanto eu e Matheus baixávamos a cabeça envergonhados - Júlia, vou te examinar, e ver se você já está bem pra receber alta.