Capítulo 6 - Hugo.

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— Direto? Eu não estou gritando Heitor! E vai lavar esse rosto e enxaguar essa boca, não vou falar como você sentindo esse bafo de bebida!

Heitor bufa mas faz o que eu peço. Minha sala não é muito chique. Não sou muito de ostentação, minha exigência é só em relação a organização. Organização é uma qualidade e também um defeito. Não chega ser um toque, porém não suporto bagunça nem nada fora do lugar. A mesa de Heitor é uma bagunça, são papéis e mais papeis e realmente não sei como ele consegue produzir tanto em e meio a bagunça.

Quando me casei com Sofia, não tivemos impasse em relação a isso. Ela também era muito organizada e tentou ao máximo enquanto pôde ensinar Yago a ser também organizado e centrado. Mas, eu não tenho obtido muito sucesso nisso. Yago é inteligente, obediente, porém extremamente desorganizado. Mesmo que eu tente ensiná-lo e com meus atos mostrando o que é certo, o garoto realmente não aprende. Marina que o diga, sofre arrumando o quarto dele, que é o único lugar, mesmo a contra gosto que eu permito que fique bagunçado.

— Pronto senhor organizado e limpo, pode falar comigo agora?

Olho para o meu amigo que está com a cara amassada e minha vontade é de rir.

— Você precisa mesmo sossegar Heitor. Está envelhecendo com essas farras que não acabam nunca.

— Cara, você precisa mesmo arrumar uma namorada. Está ficando velho e rabugento. Os cabelos brancos não mentem. Está chato.

— Namorada não é a solução para os meus cabelos brancos.

— Claro que não! Mas para o velho rabugento sim.

— Não estou rabugento.

— Está sim. Quer que eu te prove?

Não preciso que ele prove. Eu sei que estou. E não vou mesmo prolongar este assunto.

— Heitor, não vim falar de mim e nem de você? Vamos ao que interessa? Tenho compromisso com Yago hoje.

— Tudo bem.

Ficamos ali por umas duas horas, organizando tudo relacionado a festa de inauguração, resolvendo algumas questões em relação ao acabamento de alguns apartamentos que ainda faltavam para serem concluídos e alguns documentos ainda para serem assinados.

Recebi a ligação de Álvaro que queria saber se tudo estava em ordem. Meu pai havia ido pescar com minha mãe. A vida deles tem sido assim agora. Aproveitam tudo que pode e passam todo o tempo juntos.

— Bom acho que por hoje é só isso! — Meu amigo diz bocejando.

— Ainda bem Heitor, pelo jeito você está custando da conta de abrir os olhos.

— Velhinho, não vou negar, estou morto. Sai com uma garota ontem, e cara, vou te contar, há muito tempo não me divertia assim. Linda, diferente e muito autêntica — ele diz empolgado.

— Hum, e qual o nome da garota da vez?

— Tenho certeza que ela me disse em algum momento, mas, não me lembro, estava pra lá de Bagdá.

— Não entendo isso Heitor. Como pode sair com uma mulher e nem lembrar o nome dela.

— Relaxa Hugo, ela não é nada minha. Não é como se eu tivesse um compromisso, não tenho que saber o nome. — ele diz sorridente.

— Sei que não tem compromisso, aliás, essa palavra não faz parte do seu vocabulário, mas não sei onde você vai parar com isso.

— Hugo não é o fim do mundo certo? Eu apenas não encontrei a pessoa certa. Certas coisas você não pode me dizer, porquê está fazendo o mesmo. Se escondendo e fugindo de tudo que te possa levar á um relacionamento, a diferença de nós dois é que eu me divirto enquanto eu espero, e você meu amigo, desculpa o que eu vou te dizer agora, você morreu junto com a Sofia!

Curando Feridas ( Hiatus)Where stories live. Discover now