— Direto? Eu não estou gritando Heitor! E vai lavar esse rosto e enxaguar essa boca, não vou falar como você sentindo esse bafo de bebida!
Heitor bufa mas faz o que eu peço. Minha sala não é muito chique. Não sou muito de ostentação, minha exigência é só em relação a organização. Organização é uma qualidade e também um defeito. Não chega ser um toque, porém não suporto bagunça nem nada fora do lugar. A mesa de Heitor é uma bagunça, são papéis e mais papeis e realmente não sei como ele consegue produzir tanto em e meio a bagunça.
Quando me casei com Sofia, não tivemos impasse em relação a isso. Ela também era muito organizada e tentou ao máximo enquanto pôde ensinar Yago a ser também organizado e centrado. Mas, eu não tenho obtido muito sucesso nisso. Yago é inteligente, obediente, porém extremamente desorganizado. Mesmo que eu tente ensiná-lo e com meus atos mostrando o que é certo, o garoto realmente não aprende. Marina que o diga, sofre arrumando o quarto dele, que é o único lugar, mesmo a contra gosto que eu permito que fique bagunçado.
— Pronto senhor organizado e limpo, pode falar comigo agora?
Olho para o meu amigo que está com a cara amassada e minha vontade é de rir.
— Você precisa mesmo sossegar Heitor. Está envelhecendo com essas farras que não acabam nunca.
— Cara, você precisa mesmo arrumar uma namorada. Está ficando velho e rabugento. Os cabelos brancos não mentem. Está chato.
— Namorada não é a solução para os meus cabelos brancos.
— Claro que não! Mas para o velho rabugento sim.
— Não estou rabugento.
— Está sim. Quer que eu te prove?
Não preciso que ele prove. Eu sei que estou. E não vou mesmo prolongar este assunto.
— Heitor, não vim falar de mim e nem de você? Vamos ao que interessa? Tenho compromisso com Yago hoje.
— Tudo bem.
Ficamos ali por umas duas horas, organizando tudo relacionado a festa de inauguração, resolvendo algumas questões em relação ao acabamento de alguns apartamentos que ainda faltavam para serem concluídos e alguns documentos ainda para serem assinados.
Recebi a ligação de Álvaro que queria saber se tudo estava em ordem. Meu pai havia ido pescar com minha mãe. A vida deles tem sido assim agora. Aproveitam tudo que pode e passam todo o tempo juntos.
— Bom acho que por hoje é só isso! — Meu amigo diz bocejando.
— Ainda bem Heitor, pelo jeito você está custando da conta de abrir os olhos.
— Velhinho, não vou negar, estou morto. Sai com uma garota ontem, e cara, vou te contar, há muito tempo não me divertia assim. Linda, diferente e muito autêntica — ele diz empolgado.
— Hum, e qual o nome da garota da vez?
— Tenho certeza que ela me disse em algum momento, mas, não me lembro, estava pra lá de Bagdá.
— Não entendo isso Heitor. Como pode sair com uma mulher e nem lembrar o nome dela.
— Relaxa Hugo, ela não é nada minha. Não é como se eu tivesse um compromisso, não tenho que saber o nome. — ele diz sorridente.
— Sei que não tem compromisso, aliás, essa palavra não faz parte do seu vocabulário, mas não sei onde você vai parar com isso.
— Hugo não é o fim do mundo certo? Eu apenas não encontrei a pessoa certa. Certas coisas você não pode me dizer, porquê está fazendo o mesmo. Se escondendo e fugindo de tudo que te possa levar á um relacionamento, a diferença de nós dois é que eu me divirto enquanto eu espero, e você meu amigo, desculpa o que eu vou te dizer agora, você morreu junto com a Sofia!
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Curando Feridas ( Hiatus)
RomanceJuliana sempre foi expert em usar máscaras, afinal, eram nelas que ela podia se esconder. A sua defesa sempre foi não deixar suas fraquezas e dores a mostra. Ela sabia que não podia se mostrar fraca, e apesar de todo o esforço, e depois de anos enja...
Capítulo 6 - Hugo.
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