Eles voltaram para o apartamento de Will, ele agradeceu por seu pai não ter se importado com as despedidas, assim não o viram quando foram embora. A verdade é que Daniel preferiu evitar aquilo, mas era fato que ficaria pensando sobre aquele encontro a noite inteira.
Seria possível aquela garota ser...não, quando Kettylen o deixou ela não falou nada sobre aquela hipótese. Terá ela mentido e escondido a verdade? - Daniel ficou refletindo - eu estou imaginando de mais...__está tudo bem com você? - Susana o perguntou encostando a cabeça em seu ombro.
__está. É apenas cansaço, tive muitos pacientes hoje. - ela fechou os olhos e voltou a dormir. Enquanto isso, Daniel continuou com suas dúvidas.
Will guardou o carro em seu lugar do estacionamento, eles subiram pelo elevador, Jess sentou-se no sofá ao entrar no apartamento, enquanto Will foi guardar a mochila no quarto e voltou para a sala com o notebook.
__então, o que tem naquela mochila?
__alguns cabos pra conectar no PC e outras coisas, não adiantaria te explicar, você não entenderia.- ele liga o notebook e dá uma risada sarcástica.
__obrigada. Você é tão... cavalheiro.
__cavalheiro? Você não existe garota.- ele fala sem tirar os olhos da tela do computador.
Eles ficam calados e aquele silêncio incomoda Will.
__você não vai falar nada? -ele pergunta.
__o que você quer que eu fale?
__nao sei, só não fique calada. Isso é muito chato.
__como sua mãe faleceu?- ela falou.
__isso..eu não quero falar sobre isso. Pode mudar o assunto?
__você a amava muito?
__claro, ela era minha mãe.
__e seu pai? A amava?- essa garota não entende quando falamos algo.
__talvez, ou não.-O silêncio volta- e você? Como seus pais morreram?
__em um acidente de carro. Eles estavam voltando comigo de uma consulta, a culpa é minha..- Will olha pra ela.
__porque sua?
__porque eu nasci com um problema cardíaco..se eu não tivesse... Eles não precisariam ter ido naquela consulta..- Jess começa a chorar, um choro calmo, suas lágrimas caíam e ela rapidamente as enxuga afim de não deixar Will notar. Mas o esforço foi inútil, ele já tinha percebido.
__a culpa não é sua.- ele fala, de alguma maneira tentando consolá-la e de outra porque é verdade, ninguém tem cilpa por nascer doente.
__eu não entendo.. Porque só eu sobrevivi. O carro ficou destruído, eles morreram na hora, mas eu... Eu não. Eu fiquei, sozinha.
__você tem seus avós.- ele voltou os olhos para o computador.
__não é a mesma coisa. Eu nem os conhecia antes de vir morar com eles. Meus pais nunca falavam sobre eles.
__estranho..
__é por isso que eu preciso investigar sobre eles.
__minha mãe ficou doente. Ela descobriu que tinha um câncer, meus pais gastaram muito com remédios, mas nada adiantou. Ela morreu. - ele não entendeu porque estava falando aquilo pra ela, ele nunca se abria com ninguém. Talvez o fato dela também ter perdido os pais o fez falar.
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Uma Carta Para DEUS
SpiritualUma narração, e você pode me dizer que é apenas uma história. Mas eu te respondo: atrás de cada história há um pingo de verdade. Você acha a sua vida ruim? Reclama por tudo? Acha que deveria ser mais feliz? Pois bem, a narração aqui contada é sobre...