Uma Carta Para DEUS

Capítulo 18- Perseguição parte II

Bruno tinha razão em falar que Estela não dirigia bem, mas isso não a impediu de conseguir seguir Will sem o perder de vista, mesmo ele estando a uma alta velocidade.

Ao contrário do avô de Jéssica, Will não precisou ir ao outro lado da cidade para chegar ao seu destino, e em poucos minutos ele parou o carro em um bairro próximo. A rua em que estacionou não era muito movimentada, havia poucos carros transitando por ali, e o número de pedestres era ainda menor.
Estela estacionou a uma certa distância, e como os vidros de seu carro eram escuros, facilitava a descrição.
Will desceu do carro e começou a andar.

__ele tá se afastando.- Jéssica falou.

__vamos continuar seguindo ele?

__sim, mas não no carro. Ele vai desconfiar, precisamos segui-lo a pé.

__Jess - Estela pega no braço de Jéssica - isso tá ficando maluco, já viemos muito longe. O que ele faz não é da nossa conta. Vamos embora.

__eu preciso ir atrás dele. Fique aqui, eu vou sozinha, vai chamar menos atenção.

__não vou deixar você ir atrás dele...

__ele não vai me fazer mal, confie em mim. Eu te ligo se alguma coisa acontecer, me espere aqui.-Jéssica desce do carro e anda um pouco rápido para alcançar Will.

Will anda por algumas ruas até entrar em um terreno com uma casa abandonada. Jéssica acha aquilo muito estranho, mas continua mesmo assim.
Ele vai para os fundos da casa e Jéssica se esconde atrás de uma parede quando vê que eles não são os únicos ali.
Outros cinco homens, não especificamente homens, mas jovens rapazes, alguns da idade de Will, outros até mais novos. Todos se levantaram de onde estava sentados para cumprimentar Will quando chegou. Era o cumprimen mais estranho que Jéssica tinha visto, mas ela aprendeu a respeitar a maneira dos outros e decidiu não ficar pensando no jeito como eles se saudavam.

Ela ficou observando até ver Will tirar um saquinho de dentro do bolso da jaqueta e entregar ao rapaz que parecia ser o mais velho da turma, tirando Will.
Quando o rapaz abriu o saquinho, tirou de lá algumas pequenas embalagens, que pareciam tanto como de confeitos. Mas será que Will tinha ido até aquele lugar pra entregar confeitos ?

foi quando sua fixa caiu. Ela já tinha estudado sobre aquilo na escola, e se fosse o que ela estava imaginando... Não, Jéssica se recusava a acreditar.
Tudo bem que Will fosse um pouco chato, mas ele não tinha jeito pra traficante.
Enquanto ela pensava, um outro rapaz se aproximou por trás dela sem que ela percebesse, segurou seus cabelos e prendeu seus braços e a levou até onde Will e os outros estavam.

__olhem quem eu encontrei espionando. -o rapaz falou - o que vamos fazer com ela?

__Jéssica? - Will falou surpreso quando a viu ali.

__você conhece ela?- o outro rapaz, o qual Will tinha entregado a droga perguntou.

__conheço. O que você tá fazendo aqui?

__eu..eu..-Jéssica não conseguia falar, ela estava muito nervosa. Decidiu que deveria ter tomado o conselho de Estela, aquilo não fôra uma boa ideia. Mas ela decidira isso muito tarde.

__acho que ela viu de mais - o rapaz que a segurava falou - a culpa é de vocês, principalmente sua Will. De onde conhece essa garota?

__é uma amiga, ela não vai falar nada.

__deveríamos dar uma lição nela -um dos rapazes mais novos fala com um sorriso entre dentes- tem três dias que não fico com uma garota, ela poderia..

__cala a boca pirralho! - Will grita sério fazendo o mais novo se calar.

__já que você a conhece, trate de resolver isso. - o rapaz empurra Jéssica com força em cima de Will, mas ele a segura antes que ela caía.

__pode deixar, eu vou garantir dela ficar de boca fechada.

__Will -Jéssica fala um pouco baixo - eu não tou....me sentindo muito be... -uma forte dor de cabeça, semelhante a que ela teve naquela noite volta acompanhada de uma tontura, e Jess vê tudo girando ao seu redor, até não ver mais nada e perder seu equilíbrio.

Will a segura -a garota! de novo não- ele pensa - não poderia esperar a gente sair daqui?

__shiiii - o rapaz mais velho fala- o que aconteceu com a piranha?

__o que você acha? -Will responde arrogantemente.- ela se assustou com a sua cara feia. Precisavam exagerar tanto?

__dá um jeito cara! Ela não pode morrer aqui, você é louco? O bagulho não pode sujar pro nosso lado.

__ela só tá desmaiada, me ajudem a acordá-la. Victor, tome -Will joga as chaves do carro para o rapaz que antes tinha segurado Jéssica pelos cabelos - tá estacionado no lugar de sempre.. E tente não roubar nada. Volte rápido, talvez precisamos levá-la ao hospital.

Will fez de tudo, tudo que seu pai havia ensinado a fazer quando uma pessoa desmaiava, mas de nada tinha adiantado, Jéssica simplesmente não acordava.

__tou falando cara, acho que ela morreu mesmo.

__não seja idiota -Will respondeu já sem paciência e um pouco nervoso pela situação desacordada de Jéssica. - sua cara é feia mas ainda não mata. Ela não tá morta, ainda tem pulsação.

__o que vamos fazer se a mina não acordar?

__vou levá-la ao hospital, meu pai pode...

__Will - o rapaz que ele mandou buscar o carro entrega as chaves de volta - o carro tá lá fora.

__me ajudem a levá-la.

Will pega Jéssica no colo e a leva para o carro, ela não acordou, então não teve como ele à levar para casa dela ou novamente para seu apartamento, e sua única opção foi levá-la realmente ao hospital.