Capítulo 40

838 36 3
                                    


Se Alfonso não tivesse reflexos rápidos e segurado Anahí, quem estaria agora segurando o menino pela gola da camisa seria Anahí.

- Me solta Alfonso! – gritou enquanto se debatia.

- Amor fique calma. – ele pediu a fim de que ela realmente se acalmasse.

- Calma? – gritou histérica – Você ouviu o que esse moleque chamou nosso filho?

- Isso é verdade Théo? – Olivia dirigiu a pergunta ao menino.

Ele apenas baixou a cabeça. Estava envergonhado demais. Disfarçadamente enxugou uma lágrima que caiu em seu rosto.

- Alto lá! Meu filho não seria capaz disso! – a outra mulher, Leticia, praticamente gritou.

- E não é verdade? – Vitória indagou fazendo cara de nojo - Ou por acaso o menino é branco?

- O problema está na cor do meu filho? – Anahí perguntou incrédula.

Como alguém poderia ser tão cruel a ponto de julgar uma criança pela cor? E o pior, ensinar os filhos a agira da mesma maneira. Anahí sentiu vontade de voar para cima daquelas duas mulheres metidas a madame e arrancar um a um os fios de cabelo.

- Eu acredito que esse menino nem deveria estar estudando nessa escola de pessoas educadas e refinadas. Ele é uma ameaça!

- Repete o que acabou de dizer! – Alfonso perguntou irritado, em um movimento rápido estava segurando o senhor Matinez pela camiseta.

- POR FAVOR! MANTENHAM A CALMA! – Olivia gritou. – Vamos resolver isso como pessoas civilizadas. Camila, você pode prosseguir?

- Claro que sim diretora Olivia. Como eu ia dizendo... – ela pausou e olhou os meninos séria – eu estava andando pelo pátio quando vi esses dois insultando o Théo, e induzindo aos demais coleguinhas fazer a mesma coisa. Aliás, porque aqueles outros monstrinhos não estão aqui? Todos estavam insultando o meu irmão! – a voz dela estava embargada – Qual o problema dele ser negro?

- Desde quando ser negro é crime? – Isadora perguntou cruzando os braços.

- Se eu fosse verde ou azul, também receberia insultos, ameaças e rejeição? – Manuela questionou parando ao lado de Isadora, cruzando os braços também, porém ela sustentou o peso do corpo na perna direita – É errado ser de outra cor?

- Nós partimos para a porrada porque eles iam bater no Théo! – Enzo falou bravo. – Bem, fui eu que bati, assumo a culpa! Minhas irmãs não tem nada haver com isso...

Anahí olhava os filhos com lágrimas nos olhos, não sabia se era pela emoção de vê-los assim unidos defendendo Théo, ou se era por conta da raiva que sentia pela discriminação do filho.


Eu nasci para amar você - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora