Se Alfonso não tivesse reflexos rápidos e segurado Anahí, quem estaria agora segurando o menino pela gola da camisa seria Anahí.
- Me solta Alfonso! – gritou enquanto se debatia.
- Amor fique calma. – ele pediu a fim de que ela realmente se acalmasse.
- Calma? – gritou histérica – Você ouviu o que esse moleque chamou nosso filho?
- Isso é verdade Théo? – Olivia dirigiu a pergunta ao menino.
Ele apenas baixou a cabeça. Estava envergonhado demais. Disfarçadamente enxugou uma lágrima que caiu em seu rosto.
- Alto lá! Meu filho não seria capaz disso! – a outra mulher, Leticia, praticamente gritou.
- E não é verdade? – Vitória indagou fazendo cara de nojo - Ou por acaso o menino é branco?
- O problema está na cor do meu filho? – Anahí perguntou incrédula.
Como alguém poderia ser tão cruel a ponto de julgar uma criança pela cor? E o pior, ensinar os filhos a agira da mesma maneira. Anahí sentiu vontade de voar para cima daquelas duas mulheres metidas a madame e arrancar um a um os fios de cabelo.
- Eu acredito que esse menino nem deveria estar estudando nessa escola de pessoas educadas e refinadas. Ele é uma ameaça!
- Repete o que acabou de dizer! – Alfonso perguntou irritado, em um movimento rápido estava segurando o senhor Matinez pela camiseta.
- POR FAVOR! MANTENHAM A CALMA! – Olivia gritou. – Vamos resolver isso como pessoas civilizadas. Camila, você pode prosseguir?
- Claro que sim diretora Olivia. Como eu ia dizendo... – ela pausou e olhou os meninos séria – eu estava andando pelo pátio quando vi esses dois insultando o Théo, e induzindo aos demais coleguinhas fazer a mesma coisa. Aliás, porque aqueles outros monstrinhos não estão aqui? Todos estavam insultando o meu irmão! – a voz dela estava embargada – Qual o problema dele ser negro?
- Desde quando ser negro é crime? – Isadora perguntou cruzando os braços.
- Se eu fosse verde ou azul, também receberia insultos, ameaças e rejeição? – Manuela questionou parando ao lado de Isadora, cruzando os braços também, porém ela sustentou o peso do corpo na perna direita – É errado ser de outra cor?
- Nós partimos para a porrada porque eles iam bater no Théo! – Enzo falou bravo. – Bem, fui eu que bati, assumo a culpa! Minhas irmãs não tem nada haver com isso...
Anahí olhava os filhos com lágrimas nos olhos, não sabia se era pela emoção de vê-los assim unidos defendendo Théo, ou se era por conta da raiva que sentia pela discriminação do filho.
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Eu nasci para amar você - Livro 02
FanfictionO que aconteceu dez anos depois da descoberta da gravidez? Muita coisa mudou na vida de Anahí e Alfonso. Após a chegada do primogênito a família não parou de crescer. Agora Anahí é a reconhecida dona da grife Portirroni, junto com a sócia Maite...