A porta do carro foi fechada com força demonstrando toda a raiva que Anahí estava sentindo. Théo encolheu-se no banco traseiro. A mãe estava furiosa e sabia que nessas horas a melhor opção era manter-se calado.
- Em casa conversaremos e você vai me dizer a verdade. – falou olhando pelo retrovisor, Theo assentiu e abaixou a cabeça. Anahí deu partida no carro, olhou mais uma vez pro filho pelo retrovisor. – Não pense que essa historia colou. – ela baixou o óculos escuros no rosto.
Theo escorregou o corpo no banco do carro. Queria contar a verdade a mãe, mas tinha medo dela fazer o mesmo. Olhou para ela. A mãe era linda, branca e de olhos azuis. Ele era feio, negro e cabelo ruim. Porque tinha de ser tão diferente dos pais? A dor era imensa em seu coração. Ele era extremamente diferente a seu ver, não queria que os pais tivessem vergonha dele.
Anahí estacionou o carro e Theo tratou de sair correndo, arrastando a bolsa. Havia sido suspenso por três dias, teria de ouvir um sermão do pai quando este chegasse em casa. Observou o filho sumir de seu campo de visão. Respirou fundo, pegou o celular e ligou para Alfonso. Encostou a cabeça no volante e fechou os olhos.
- Atende bebê...- sussurrou. Chamou mais algumas vezes e ele atendeu.
- Aconteceu alguma coisa pequena? – perguntou preocupado assim que atendeu. Anahí já havia lhe ligado várias vezes e por estar em uma reunião com clientes ele não pode atender – Não pude atender antes, desculpa minha vida...
- Você pode vir pra casa? – a voz dela saiu chorosa.
- Posso, daqui a pouco eu chego. – ele respirou fundo, estava preocupado com ela – Quer me adiantar algo?
- Não bebê. Vou esperar você chegar... – pegou a bolsa no banco do carona, colocou-a no ombro - te amo! – saiu do carro e bateu a porta com força. Ela encolheu os ombros com o barulho, na certa Alfonso ouviu.
- Estou preocupado amor... – a voz dele soou terna, ela sorriu. Ele realmente estava, podia perceber pela voz dela que alguma coisa estava acontecendo. Fora que tinha mais de dez ligações não atendidas dela.
- Em casa conversamos vida... – disse caminhando até a porta. – Estarei no quarto, a coisa é séria.
- Ok, já eu chego. Te amo muito!
- Tchau bebê, também te amo minha vida! – ela sorriu e mandou beijos. Do outro lado da linha Alfonso sorria apaixonado ouvindo os estalidos dos beijos que ela mandava.
Anahí entrou em casa e foi recebida por Lorena, que agarrou suas pernas. Abaixou-se para ficar do tamanho dela e beijou-lhe demoradamente nas bochechas. A menina contornou com os bracinhos no pescoço da mãe e beijou no nariz, depois em cada bochecha e na testa.
- Estava com saudade mamãe! – falou com sua voz meiga e infantil.
- A mamãe também estava meu anjo! – afundou o rosto no pescoço da pequena que sorriu. Nana apareceu na sala.
- Chegou mais cedo menina! Aconteceu algo? Theo estava chorando...
- Théo levou suspensão Nana, brigou com uns coleguinhas...- Anahí levantou – Vou tomar um banho, Poncho já deve estar chegando. – suspirou – a conversa vai ser longa hoje...
ESTÁ A LER
Eu nasci para amar você - Livro 02
FanfictionO que aconteceu dez anos depois da descoberta da gravidez? Muita coisa mudou na vida de Anahí e Alfonso. Após a chegada do primogênito a família não parou de crescer. Agora Anahí é a reconhecida dona da grife Portirroni, junto com a sócia Maite...