Capítulo 06

932 36 2
                                    


Theo mexia concentrado em seu tablet, sentado sobre a cama com as pernas cruzadas como índio. Alfonso entrou primeiro e logo atrás Anahí. Ao ver os pais no quarto, largou o tablet do lado, sentou com uma das pernas fora da cama enquanto a outra permanecia dobrada.

- Theo, eu e sua mãe precisamos conversar contigo... – Alfonso foi o primeiro a falar, caminhou até o filho e sentou ao seu lado.

- Eu sei... Por causa da escola. – encolheu os ombros, olhando para as mãos que estavam sobre a sua perna dobrada – A mamãe foi lá, já sabe o que aconteceu... – ergueu o olhar para a mãe e logo voltou a baixa-lo.

- Se você se refere à história que contou na sala da diretora, pode mudando o roteiro que aquela porcaria não colou! – falou rapidamente e visivelmente irritada. Ela estava com os braços cruzados sobre o peito e balançava a perna direita, impaciente.

- Eu falei a verdade mamãe! – Theo olhou para ela com os olhos mareados, Anahí sentiu um aperto no coração – Porque não acredita em mim?

- É por acreditar em você – apontou para o menino - que eu sei que está mentindo Theo! – andou de um lado para o outro, nervosa.

Alfonso observou a esposa, ela estava muito nervosa e dessa forma poderia acabar assustando o filho. Aliás, essas mudanças constantes de humor dela estavam a cada dia piores.

- Filho... – Alfonso chamou, Theo olhou para o pai – Quero que me conte como tudo aconteceu.

- Foi como eu já disse... Eu estava brincando e... – soltou o ar pelo nariz – eles me chamaram de burro. – olhou para a mãe que estava de costas, com as mãos apoiadas na cômoda do quarto – Eu fiquei muito irritado e bati neles...- deu de ombros.

- A verdade Theo! – Anahí falou entre os dentes.

- Estou falando a verdade mamãe, acredite em mim! – pediu, já começando a chorar.

- Pare de chorar Théo! – pediu falando devagar e pausadamente - Não vai me comover com essas lágrimas. – sentiu um nó se formar em sua garganta e se arrependeu do que disse.

Alfonso abraçou o menino que chorava. Anahí se sentiu a pior mãe do mundo, deu três passos até ele, parou. O que ela estava dizendo ao filho? Sendo rude dessa forma não conseguiria nada.

- Mamãe não disse por mal campeão... – Alfonso interviu por Anahí.

- Eu sei – disse se soltando do abraço do pai – Ela está irritada – enxugou as lágrimas com a costa das mãos – São coisas de mulheres não é mesmo?

- Sim... – Alfonso disse sorrindo enquanto enxugava uma lágrima que escorreu no rosto de Theo – Você sabe como a mamãe é...

- Difícil? – Theo perguntou e Alfonso soltou um riso fraco. Theo chamou o pai para mais perto – O pai do Bruno disse que a mamãe era petulante e desiquilibrada – cruzou os braços sobre o peito, com a cara fechada, queria demonstrar que estava bravo – Aí a mamãe chutou bem nos países baixos dele – fez um gesto como se estivesse dando um soco no pai e riu.

Eu nasci para amar você - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora