Capítulo 18

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"Mamãe e papai,

Desculpa por todas as malcriações que cometi, por terem de ir a escola ontem e pela suspensão. Não quero ser mais um incomodo, não vou mais dar trabalho para vocês.

Mamãe você é a melhor mamãe do mundo, a mais linda também. Obrigado por me amar sempre, por me ensinar tantas coisas, por ficar do meu lado quando fiquei doente, por segurar a minha mão quando tive pesadelos. Eu te amo muito, muito, muitão.

Papai você é o melhor papai do mundo. Quando te conheci eu sabia que você era especial como a mamãe. Obrigado por me ensinar a jogar futebol, por me dar dicas para conquistar as gatinhas como a mamãe.

Não se preocupem comigo, eu estou bem! Vou ficar em um lugar onde tem mais pessoas parecidas comigo. Queria me parecer com o papai como o Enzo e a Manu, ou como a mamãe como a Isa e a Mila, ou com os dois como a Lolô. Mas eu sou bem diferente. Vou procurar minha gente.

Mila, Manu, Enzo, Isa e Lolô eu sempre vou amar vocês!

Com carinho, Théo."


Anahí tremia e teve de sentar para não cair, suas pernas fraquejaram. Alfonso saiu correndo em busca de algum vizinho que talvez tivesse visto o pequeno sair. Ninguém sabia a que horas ele tinha saído e nem como. O choro de Anahí podia ser ouvido por toda a casa, ela soluçava. As crianças também choravam e estavam ao redor da mãe, abraçadas a ela.

- Eu sou uma péssima mãe! – Anahí falou em meio as lágrimas – Eu briguei com ele, eu não acreditei nele... – era notório o sofrimento na voz dela.

- Não mamãe, você é a melhor do mundo! – Camila afagou os cabelos da mãe, depositou um beijo demorado na bochecha – Vamos encontrar o Théo... – ela também queria chorar, mas precisava demonstrar força a mãe. Os outros irmãos estavam na sala chorando. Ninguém iria a escola, não hoje.

- Eu não vou ficar aqui, eu preciso encontrar o Theo – levantou da cama e saiu apressada.

- MAMÃE! – Camila saiu gritando atrás dela, desesperada, com medo de que pudesse ocorrer uma tragédia se Anahí saísse de carro. As outras crianças correram atrás de Camila.

Anahí pegou as chaves do carro e foi em direção a porta, ela mal conseguia enxergar a dois palmos a sua frente por conta das lágrimas. A porta se abriu e ela trombou com Alfonso que a segurou. Camila ao ver o pai abraçado a mãe respirou aliviada.

- Onde pensa que vai nesse estado amor?

- Eu vou procurar meu filho – falou tentando se soltar dos braços de Alfonso – ME SOLTA! EU QUERO MEU FILHO! – se debateu, os outros filhos assistiam a cena e se apavoraram, estavam abraçados, Lorena chorava no colo de Nana e Maria estava com os outros – Eu quero o Théo... – ela sentou no chão e abraçou as pernas.

Alfonso se desesperou ao ver o estado da mulher, abaixou-se na frente dela, acariciou suas costas.

- Amor eu já liguei para a policia, eles estão vindo pra cá. Alguns vizinhos vão sair pra procura-lo comigo – beijou-a nos cabelos, ela ergueu o olhar para ele. – Fica aqui, tenta se acalmar. Eu prometo trazer nosso campeão pra casa.

- Eu vou com vocês... – falou rapidamente e se levantou. Alfonso achou melhor não contrariar. Quando Anahí quer algo ela não desiste ate conseguir, e não seria diferente nesse momento. Se ele não a levasse, ela pegaria o carro e sairia pelas ruas buscando o filho. E Anahí não estava em condições de dirigir.


Eu nasci para amar você - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora