Capítulo 2

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Eu abri meus olhos e eu estava em uma cama de hospital, minha cabeça doía muito, a enfermeira que estava sentada ao meu lado, ela se virou para mim quando viu que eu havia acordado

-Como se sente? -Ela perguntou

-Minha cabeça doí. Muito... -Eu disse levando a mão a cabeça.

-Vou buscar uns analgésicos. Você...sabe seu nome? -Perguntou ela antes de se virar

-Hanna. Porque eu estou aqui? -Eu disse tentando me sentar.

-Eu não sei. Só me pediram para ficar aqui com voce.

-O que aconteceu comigo?

-Você teve um overdose.

-Uma o que? -Eu perguntei confusa.

-Você deve ter bebido demais ontem. -Disse a enfermeira, casualmente como seus amigos fazem quando você acorda com resaca no dia seguinte, mas não foi isso que aconteceu comigo.

-Quem me trouxe aqui?

-Não sei dizer, ele disse que não quer ser revelado.

-Então foi um homem? -Nesse momento eu me lembrei que eu estava no apartamento daquele fotógrafo...era Dean?

-Sim, ele disse que te achou caída em um beco escuro

-O-O que? -Como eu fui parar em um beco? Nada fazia sentido na minha cabeça.

-Ele disse te trouxe para cá logo depois.

-Que horas foi isso?

-Foi de madrugada, se não me engano.

-Meu Deus. - O que aconteceu depois que eu desmaiei ? Eram perguntas que eu fazia para mim mesma, mas não sabia as respostas

-Se estiver se sentindo melhor, você pode ir se quiser. Só vou buscar seus analgésicos.

A enfermeira saiu do quarto. Meu telefone tocou, mas eu não sabia onde ele estava. Eu me sentei na cama, minha cabeça doía muito, eu também tinha marcas vermelhas no braço direito, mas bem claras. Olhei em volta, meu celular estava ao lado da cama. Eu atendi.

-Você esta bem? Dormiu fora sem avisar. -Era Lena, parece preocupada

-Sim, eu estou bem, acho.

-Aconteceu alguma coisa? 

-Não...eu te conto tudo quando chegar.

A enfermeira voltou trazendo dois comprimidos, ela disse que minhas roupas estavam no armário. Eu logo sai do meu quarto. Quando olhei na minha bolsa, vi que só tinha meu celular lá. Sendo que lá tinha meus documentos, cartão de credito e outras coisas. Será que eu fui roubada? Eu fiquei apavorada, e agora? Não da pra fazer nada sem meus documentos, e eu nem ao menos sabia onde era a casa do tal fotógrafo, ele havia pegado o cartão de volta.

Como eu ainda estava no elevador, eu resolvi perguntar para a recepcionista, ela deve ter visto o homem que me trouxe pra cá. Eu me aproximei dela, ela já sabia o que eu queria, porque me olhou com uma cara de que já tinha repetido isso mil vezes.

-Não posso dizer nada.

-Eu não perguntei nada ainda.

-Sei o que voce vai perguntar. Ele preferiu não se identificar. Ele te salvou, já é informação suficiente não?

-Por favor... -Eu não vi nenhum crachá nela, mas não sabia porque ela estava tão brava.

-Susy..

-Susy, eu só quero sabe onde ele me encontrou.

-Você não sabe onde estava ontem a noite?

-Olha, eu não sei o que aconteceu para eu parar em um beco, não me lembro de nada, não sei o que fizeram comigo antes de apagar.

-Olha, me desculpa. Ele não me disse nenhum nome, só a trouxe aqui, eu sinto muito.

Ela disse. Eu desisti, ela não sabia de nada.

Fui interrompida do meu devaneio, uma mensagem chegou. Deve ser das garotas, eu olhei no celular.

Desconhecido: Saudade da nossa noite de ontem, voce se divertiu ? Pois eu me diverti com voce.

Hanna: Quem é voce?

Desconhecido: Você não disse isso ontem a noite. 

Hanna: Quem é voce?

Desconhecido:  Alguém que finamente conseguiu te encontrar

Hanna: Vou perguntar de novo, quem é voce? 

Desconhecido:  Dando voltas no mesmo assunto Hanna ? Você quer uma taça para se soltar mais ? Isso funcionou ontem.

Hanna: Então é voce. Dean. O que voce fez comigo ontem?

Dean: Nada que voce não tenha gostado. 

Hanna: Seu...cretino se voce fez algo comigo vai se arrepender

Dean: Você esta me procurando querida ? Estou mais perto do que voce imagina.

Eu comecei a olhar para todos os lados possíveis, ele podia estar em qualquer lugar. 

Dean: Eu amei esse vestido vermelho, amei tanto que fiquei com pena de tira-lo ontem.

Hanna: Como voce sabe que estou vestindo vermelho?

Dean: Como voce sabe que não estou atrás de voce?

Hanna: Olha, devolva meus documentos, por favor.

Dean: Você vai ter que vir buscar.

Hanna: Se eu soubesse onde eu iria mesmo.

Dean: Eu não te devo mais nada. Você veio, possou para as fotos e recebeu seu dinheiro.O que mais voce quer?

Hanna: Que dinheiro ? Eu não recebi nada.

Dean: Olha na sua bolsa.

Eu peguei minha bolsa e eu não tinha visto que tinha um envelope lá dentro. Eu abri e tinha muitas notas de cem.

Hanna: Tem muito mais do que o combinado.

Dean: Você fez um ótimo trabalho. Não acredite no que os outros digam para voce, estão todos mentindo

Hanna: Você esta mentindo também?

Dean: Eu não mentiria para voce.

Aquilo estava muito estranho, porque eu ainda estou conversando com ele ? Eu peguei um ônibus para ir para a casa. Quando cheguei lá, tinha uma nota na geladeira.

''Fomos comprar comida.''

Ótimo, eu não tinha nada para comer. Eu troquei de roupa e sai para almoçar em algum lugar, sorte que tinha meio que um restaurante ali  perto. A comida até que era muito boa. Hoje eu devia procurar um emprego de novo, eu precisa voltar na casa dele cretino do Dean, porque ele roubou meus documentos, ou será que eles estão na minha casa e eu estou achando que os levei?

Eu comecei a voltar para casa. Quando vi um carrinho de bebe um poucos mais a frente, ele estava encostado no meio fio, tinha uma mulher, provavelmente a mãe dele, conversando com outra. Eu não dei muita atenção e ai atravessar a rua quando o carrinho começou a descer o morro, sua mãe não estava olhando, ele passou por mim sem ao menos eu conseguir segura-lo. Sua mãe ficou desesperada, eu corri atrás do carrinho, de onde eu estava dava para ouvir o bebe chorar, se ele continuasse descendo, iria parar na rua mais movimentada da cidade,e isso seria horrível, o carrinho parou bem no meio da rua, eu me aproximei e tirei o bebe lá de dentro.

Eu só não tinha visto o carro vindo em nossa direção.

Continua...

Não fale com estranhos | Concluído Onde as histórias ganham vida. Descobre agora