"O quê?" Arregalou os olhos. "Não! Porquê?" 

"Eu esqueci-me que estou sem telemóvel, e sem telemóvel o plano já era." Deixei-me cair de costas sobre a cama, a ver em frente dos meus olhos todo o império que construímos a cair por terra...

Ele ajoelhou-se no chão e tirou uma caixa de debaixo da cama. Abriu-a e tirou um telemóvel mais antigo. 

"Não é o melhor, mas funciona." Entregou-mo. "Eu tento oferecer-te um no Natal, ok?" Sorriu. "Mas não prometo nada." 

"Obrigada..." 

"Deixa-me gravar o meu número aí." Eu devolvi-lhe o telemóvel e ele gravou o seu número. "Esse foi o cartão que eu comprei ainda no aeroporto quando cheguei aqui e é o telemóvel que trouxe ainda de Inglaterra, depois comprei este e como trazia cartão, deixei esse para alguma emergência... agora até acabou por dar jeito."  

"Mas e as fotos do meu pai?" 

"Vai ter de ser à moda antiga. Descreve-o."

"Mas isso é tão falível, David..."

"É a nossa única hipótese. Descreve até ao mais ínfimo pormenor." Sentou-se na cama ao meu lado para me ouvir.

"É um pouco mais baixo que tu, magro, cabelo grisalho, sempre muito bem penteado, com risca ao lado, anda sempre de fato, normalmente preto ou cinzento escuro, pasta castanha, tem olhos escuros, nariz mais ou menos comprido, e tem um sinal no queixo. Se for ele vai entrar num BMW preto que costuma estar em frente ao prédio. O porteiro costuma ir buscar o carro dele à garagem cerca de 5 minutos antes dele descer. A matrícula do carro acaba Z0R6. É tudo o que me lembro." 

"Acho que consigo chegar lá assim..." Sorriu. "Casava contigo só por te lembrares da matrícula, miúda... és a maior." Nunca o tinha visto tão animado, e a sua animação contagiou-me. 

Voltou para a cozinha e eu fui atrás dele, bebemos o café e saímos. Deixei-o em frente ao prédio do meu pai, mas antes mostrei-lhe como ir até à traseira. Ele ficou encostado a uma parede em frente à entrada. 

"Boa sorte..." Desejei antes de me ir embora. Ele segurou a minha mão, puxou-me e desviou o cachecol, beijou os meus lábios. 

"Vai correr tudo bem, minha rebelde...princesa má." Sorriu e largou-me.

Apanhei o metro de novo para ir até ao meu prédio. Ele emprestou-me um gorro, um cachecol e um casaco, para mesmo que a minha mãe me veja de relance não me reconheça, só tenho os olhos à mostra, e dentro deste casaco dele, nem pareço eu. Estou com o olhos constantemente no telemóvel à espera de uma chamada ou de uma mensagem dele a dar-me carta branca para avançar com o plano. Esperei cerca de trinta minutos até que o telemóvel vibrou.

"Sim?" Atendi, já na expectativa. 

"O teu pai saiu, podes vir. Conduz com cuidado." 

"Ok, eu vou já. Conduzo sempre. Até já." 

"Ei, babe?"

"Sim?" 

"Nós vamos conseguir..." 

"Eu sei que vamos." Sorri e desliguei a chamada. 

Entrei na garagem do meu prédio, fui até ao meu carro, entrei, coloquei a chave na ignição e respirei fundo. Vamos a isto. Arranquei e saí da garagem. Conduzi, nem sei bem como, porque tenho as mãos a tremer, até ao prédio do meu pai, estacionei na traseira, onde o David já estava à minha espera. Saí do carro e ele entrou. Despi o seu casaco, tirei o gorro e o cachecol, entrei pela porta principal e o porteiro está no seu posto habitual. 

"Boa dia, o meu pai já saiu?" Perguntei, com a maior das simpatias. 

"Já sim, menina." 

"Ah que pena... eu precisava mesmo de ir a casa, mas deixei lá a chave." 

"Nós temos chaves extra de todos os apartamentos, posso emprestar-lhe uma, se depois a devolver."

"Claro, eu devolvo, não vou demorar muito." O porteiro entregou-me a chave, eu entrei no elevador.

Cheguei ao meu andar e abri a porta, guardei a chave no bolso. Fui até ao quarto em que estava a dormir. Ainda bem que não cheguei a desfazer as malas, assim é mais fácil. Eu tinha três malas, uma com a roupa do dia a dia, outra com a roupa de festa que nunca, repito: nunca uso, por isso essa mala está excluída, e uma terceira com sapatos. Abri a terceira mala, tirei os três pares que uso mais e coloquei na mala da roupa, dentro dessa mala coloquei também os livros da escola e o computador. Folheei o livro de história para ver se estava lá o que costuma lá estar, e que me faz falta, agora mais que nunca. E lá está o envelope. Tirei-o do livro e guardei-o na mala, debaixo de tudo. Fechei-a e saí. Passei pela sala, vi uns papéis em cima da mesa. Se for o que eu estou a pensar hoje é o meu dia de sorte. Peguei-lhes e comecei a ler... não acredito que são os papéis da autorização para a transferência, é bom demais para ser verdade. Dobrei os papéis e guardei-os no bolso. Quero sair desta casa o mais rápido possível. 

Saí, desci no elevador até ao primeiro andar e a partir dali fui pelas escadas para ter acesso à traseira sem o porteiro me ver. O David já está a postos para arrancar. Abri o porta-bagagens, meti a mala lá para dentro e dei duas pancadas para ele perceber que pode seguir. Voltei à entrada principal. 

"Obrigada pela chave. Está aqui." Entreguei-a de volta. 

"De nada, menina. Tenha um bom dia." 

"Obrigada, igualmente." Sorri, porque tenho razões para isso. 

Saí do prédio e o David está parado à minha espera. Entrei no carro, ele arrancou, com um sorriso nos lábios. 

"Conseguimos?" Perguntou, acho que ainda não consegue acreditar, e não posso julgá-lo porque eu também não consigo. 

"Conseguimos."

"Conseguimos!" Repetiu. "Deixa-me levar-te para casa, agora... temos de festejar."

Hey babes <3 Contra todas as probabilidades, e contra tudo aquilo que costuma acontecer nas minhas historias eles conseguiram! Será que o meu coração de pedra amoleceu, finalmente, com estes dois? Será que pela primeira vez eu tenho pena de fazer sofrer um casal das minhas histórias?? ahahaha

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