"Sem olhar para trás..."

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"Obrigada

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"Obrigada..." Desviei o olhar para não começar a corar. Ele riu-se da minha reação ao que tinha dito, passou os olhos de relance pelo relógio. 

"Feliz aniversário, New York girl..." Inclinou-se para mim e deixou um beijo na minha testa. "Já és maior de idade..." Sorriu e eu sorri de volta. 

"Isso quer dizer que já não preciso de voltar para casa?" Brinquei. 

"Não..." Riu-se. "Lamento... mas se queres fugir de casa tens de pelo menos fazê-lo como deve ser..."

"Eu não quero fugir de casa..." Ri-me. 

"Tu é que disseste que não queres voltar." Encolheu os ombros. "Anda... eu vou levar-te." Levantou-se da cama. 

"Já?" Soprei para o ar. 

"Amanhã vais acordar cedo para ir para as aulas..." 

"Nem sei se vou às aulas amanhã... Não quero passar o meu aniversário com aquelas pessoas do colégio." Revirei os olhos e ele voltou a sentar-se na cama. 

"O teu ex-namorado disse-te mais alguma coisa?"

"Não... ele já anda com outra miúda qualquer."

"Ciúmes?" Arqueou a sobrancelha. Eu apenas me ri. 

"Não..." 

"A mim parece-me que sim..."

"Não! Não mesmo... Eu não me podia estar a borrifar mais do que estou..."

"Ainda bem..." Sorriu. Eu fiquei alguns momentos em silêncio,com o olhar fixo num ponto, e nem sei para onde é que estava a olhar. "Está tudo bem?"

"Já passa da meia-noite..." Observei o óbvio. 

"Sim... e então?"

"A minha mãe ainda não deu pela minha falta..." Dirigi o olhar para as minhas mãos e comecei a brincar com os dedos uns nos outros, denunciando o meu nervosismo. 

"E isso é mau? Se ela desse pela tua falta aposto que ficavas de castigo durante meses..."

"Sim... mas em qualquer outra ocasião ela teria ido ao meu quarto, dar-me os parabéns e..." Fui interrompida pelo toque do meu telemóvel. 

"Sim, pai?" Atendi.

"Feliz aniversário minha jovem emancipada!" Disse, com um certo entusiasmo. 

"Porque é que me deixaste com a mãe e com aquele gajo?" Perguntei, sem sequer ligar ao feliz aniversário. 

"Era o melhor para todos, querida." 

"Para todos? Não era o melhor para mim! Eu odeio viver com eles! Eu não aguento aquela casa, pai! Eu não aguento estar lá..."

"Lá?" A sua voz era de admiração. "Lá onde?"

"Em casa."

"Diane... como assim "lá"? Tu não estás em casa?" Perguntou, preocupado. 

Outro copo de amor, por favor (#wattys2016)Where stories live. Discover now