Outro copo de amor, por favor (#wattys2016)

"Pessoa errada"

Todos estes pensamentos misturados na minha cabeça confundem-me demais, e não me levam a nenhuma conclusão além daquela que eu já sei há muito tempo. Quero-a de volta, e não vou largá-la por um segundo quando ela voltar... se ela voltar. Estas três palavras: "se ela voltar..." Dão cabo de mim, matam cada pequeno brilho que ainda pudesse existir no meu olhar porque essas três palavras confirma a hipótese de ela não regressar. 

A minha cara está fria, e sinto algo quente a escorrer desde os meus olhos até à almofada. São lágrimas involuntárias que teimam em sair quando, às vezes, considero a hipótese de ela não estar aqui porque não quer, de não voltar porque não quer, de não me atender, nem responder porque não quer... Considero a hipótese de não me querer e isso torna tudo muito mais doloroso... Mas tu queres-me, não queres, New York girl?

Ponto de vista da Diane

"Mas pai! Só uma chamada! Por favor! É urgente! É muito urgente, só um minuto... uma mensagem, qualquer coisa! Por amor de Deus, pai!" 

"Diane!" Levantou a voz. "Quantas vezes tenho de te dizer que não?" Bateu com a mão na mesa do jantar. 

"Está bem! Perdi a fome!" Levantei-me e quase atirei a cadeira contra a parede. 

"VOLTA AQUI! JÁ IMEDIATAMENTE!" Gritou antes de eu conseguir voltar ao quarto. "Vais comer tudo o que tens no prato! Já!"

"Eu já não tenho idade para me obrigar a comer! Se não quero comer, não como! Fim da conversa!"

"Diane, estás a ser infantil, não entendes que assim não resolves nada? Volta aqui, senta-te e come! Não me faças repetir mais vez nenhuma!" 

"Sabe, eu não compreendo o porquê disto tudo! Eu pareço uma presidiária! Sempre com escolta! Presa na minha própria casa... quer dizer, nem isso, porque esta não é a minha casa e nem faço ideia do que é que estou aqui a fazer." 

"Querida... tu não te sabes proteger do mal que há por aí, entendes? Eu e a tua mãe estamos apenas a tomar as devidas precauções para quem ninguém te faça mal." Disse, num tom mais brando. 

"Mas quem é que me vai fazer mal?" Levantei a voz de novo. "Explica-me! Quem é que tu achas que me vai fazer mal! Diz na minha cara o porquê desta merda toda! Eu já sei, mas quero ouvir da tua boca. Diz de uma vez, pai!"

"Não sei do que estás a falar..." Respondeu, tranquilamente. 

"Está bem... como queiras. E já agora quando é que vai terminar o meu cativeiro?" Perguntei, o mais ironicamente possível. 

"Quando estiver tudo tratado para vires viver comigo em Washington DC." 

"Desculpa?" Soltei uma risada. "Quem é que vai viver para onde?" Franzi a sobrancelha. 

"Diane Madelaine Anderson! Eu não estou a gostar do teu tom! Não falas assim comigo!" Ele acabou de utilizar o meu segundo nome? É suposto isso ainda me assustar?

"Queres que eu fale como? Tu e a mãe estão a ser ridículos! E caso não te lembres, eu sou emancipada! Sou maior de idade!"

"Claro que sim... és uma maior de idade que vai viver comigo para Washington sem discussão possível."

"Eu não vou... vais ter de me arrastar pelos cabelos se me quiseres levar. O que é que eu fiz para para estar a ser castigada desta maneira?"

"Tu sabes muito bem o que fizeste... a envolveres-te com um delinquente!" Bateu novamente com a mão na mesa. Mas tudo o que fiz foi rir. 

"Delinquente? E de onde é que o pai o conhece para dizer que ele é um delinquente?"

"Ele agrediu o filho dos Cole, por amor de Deus!"

"E já se deu ao trabalho de pensar no porquê de ele ter feito isso? Ou o pai acha que ele lhe partiu a cara só porque sim? Vocês estão a tentar proteger-me da pessoa errada, pai..."

Hey babes <3 O que é que aconteceu? Como é que de uma hora para a outra ela foi viver com o pai e a querem levar para Washington? :o Não pode ser!!

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