Capítulo Quarenta

Começar do início
                                    

***

Assim que cheguei ao aeroporto fui direto ao guichê para comprar a passagem. Porém, foi somente no momento em que a recepcionista passou meu cartão me lembrei o que havia acontecido.

-Lamento Senhor, mas seu cartão está bloqueado.

-É eu sei eu me esqueci, é que eu estou acostumado a utilizar ele sempre e agora estou indo exatamente resolver essa questão.

A recepcionista me olhou com uma expressão confusa. Certamente tinha sido porque eu havia acabado de desabafar um problema do qual ela não tinha participação alguma.

-Me desculpe, eu... é que eu nunca passei por isso antes só me da um minuto. - disse.

Abri minha carteira e foi então que veio mais uma surpresa desagradável. Não havia uma nota sequer nela, havia entregado as únicas vinte pratas ao taxista e insistido para que ele ficasse com o troco. Não havia verificado minha carteira antes de sair de casa pois como tinha um cartão de crédito praticamente ilimitado que era aceito em qualquer lugar do mundo eu nem sempre fazia essa inspeção, porém naquele momento me arrependi de não tê-la feito.

Completamente constrangido abri todas as abas da carteira em busca de alguma nota perdida mas a única coisa que encontrei foram três figurinhas raras de beisebol que havia ganhado do meu pai, por mais que não valessem tanto dinheiro como algumas outras que chegavam a milhares de dólares elas significavam muito pra mim.

Sorri e tirei a figurinha de Jack Roosevelt,  e a coloquei no balcão. A recepcionista arregalou seus olhos e me fitou.

-Senhor, o que é isso?

-Isso? Isso É uma raridade no mundo dos colecionadores de figurinhas. Você não encontra uma dessas por menos de 500 pratas, caso encontre pode ter certeza que é falsa.-disse sorrindo.

A recepcionista ainda com os olhos arregalados apanhou a figurinha e a analisou.

-Lamento senhor, não posso aceitar isso como pagamento...

-Ah fala sério!, isso ai vale cinco vezes mais o valor da passagem!

-Lamento senhor são regras da coorporação.

-Você sabe quem é esse cara? Olhe de novo, é Jack Roosevelt  !

Ela analisou a figurinha novamente.

-Desculpe Senhor, nunca ouvi falar.

-Claro que você nunca ouviu falar moça, você nem era nascida quando ele jogava, por isso essa figurinha é tão rara.

-Algum problema aqui Lucy?- perguntou o segurança. Um cara negro com mais ou menos uns dois metros e vinte, com mãos tao enormes que era capaz de me dobrar ao meio e fazer um origami.

Não, esta tudo bem por aqui Waltter. O Sr. Brandon só está com problemas para efetuar o pagamento.

-Ah é? Precisa de ajuda rapaz?- perguntou o segurança me encarando nos olhos.

-Ai cara, eu só tava tentando explicar pra ela que...

-Com licença.

De repente uma mulher que estava atrás de mim na fila com uma mochila enorme nas costas entrou no meio da conversa.

-Olha, pode passar a passagem dele e a minha no meu cartão. - disse ela entregando seu cartão a recepcionista.

Encarei ela.

-Senhorita eu agradeço seu ato mas não precisa eu já estou resolvendo aqui.

Ela me encarou com seus enormes olhos verdes, em seguida olhou para trás em direção da fila enorme que havia se formado por minha causa, varias pessoas me encaravam com olhares furiosos.

O CaraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora