Capítulo Doze

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                                                                                 O Jantar



No trajeto até o carro percebi que a mansão estava mais cheia do que quando havíamos chegado. O sol já havia se posto e a noite noite surgia deixando o clima mais favorável para os universitários com sede de acasalamento. Entramos no carro e antes que eu pudesse dar a partida, Eric surgiu na janela.

-Ei cara estava te procurando! Aonde você vai?

-Vamos comprar mais bebidas.

-Mas cara, aqui já tem bebida o suficiente para uma OctoberFest!

Olhei para Sarah. Precisava de uma boa desculpa para ele não me prender ali.

-Mas não tem a que ela gosta.

Ele olhou para Sarah com a mesma cara de tonto que costumava fazer ao se deparar com uma garota bonita. Certamente não fazia ideia do quanto ficava ridículo com aquela cara.

-Sério? E qual você gosta ? É só me dizer que eu vou buscar direto na fabrica se você quiser.

A péssima cantada de Eric fez Sarah soltar uma gargalhada . Estalei meus dedos próximo ao rosto dele fazendo-o acordar do transe.

-Eric, aproveita a festa ok? Vê se arruma uma namorada por ai, e não faça mais essa cara de bobo, ou vai acabar espantando todas elas.

Dei a partida e saímos. Durante o caminho liguei o som do carro e dessa vez deixei Sarah escolher a musica. O que foi uma ótima decisão pois ela rapidamente selecionou a pasta " Evanescence" e em seguia a musica "What you Want" uma das minhas favoritas. Durante o início do caminho ela foi apenas mexendo seus lábios de acordo com a música que ela já sabia de cor. Quando a música ficou mais intensa aumentei o volume no máximo e pisei fundo fazendo meu Dodge acelerar a 110kh/h. Sarah Agora estava completamente tomada por aquela vibe. Fechou seus olhos, ergueu seus braços e começou a cantar como se estivesse num show. Cara como ela adorava aquilo. Quando tentei fazer o mesmo com outras garotas elas viviam falando "abaixa esse volume" ou então "tira essa musica, não gosto de guitarras" ou até mesmo ''vai devagar, esse vento vai acabar com meu cabelo'', mas Sarah Grace era diferente, ela vibrava com tudo aquilo. É claro que eu não queria bater o carro, mas era quase impossível me manter concentrado na rua com Sarah vibrando daquela forma ao meu lado. Sentia-se como uma estrela do rock cantando alto e completamente desafinada sem se importar com nada, e eu cantava com ela, exatamente da mesma forma. Foi só então que percebi que não fazia ideia de onde estava indo. Era Sarah quem deveria estar me guiando em direção a sua casa, mas ela estava tao vidrada na musica que nem havia notado também. Desacelerei o veiculo e cutuquei ela com o ombro. Ela acenou com o braço para virar a esquerda.

- É bem ali - disse ela, gritando por conta da musica alta.

Parei o carro próximo a calçada. De longe, pude ver que casa de Sarah era muito pequena se comparada a minha. Embora o gramado da casa não fosse tão extenso, possuía um jardim incrivelmente lindo e impecável, que trazia um tom de conforto e organização simplório e modesto.

Abaixei o volume da música e saí do carro parar abrir a porta para ela, antes que ela decidisse fazer isso por conta própria. Ela retribuiu meu gesto com um sorriso, ajeitou sua mochila nas costas e ficou olhando na direção da sua casa pro alguns instantes. Percebi uma leve movimentação em sua perna esquerda. O que significava que ela ainda estava envolvida pela adrenalina que tivemos no caminho. Ela tirou um prendedor do bolso da mochila e prendeu o cabelo. Mais uma vez percebi o quanto seus movimentos eram leves e sutis. Era incrível como cada movimento dela parecesse ser perfeitamente calculado.

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