Capítulo Oito

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                                                                          Bolo de carne


"O futebol americano possui diversas regras, chatas e meio confusas. Como isso aqui não é um manual de futebol americano vou contar apenas o resumo do que aconteceu do meu ponto de vista. Mas caso queira saber mais sobre como esse universo funciona fique a vontade, afinal, o google esta ai para isso."

O apito soou. Billy, o Kiker dos RydeCasts deu o chute inicial em direção ao nosso lado do campo entregando a bola para nosso time. O chute no entanto foi muito forte e a bola foi para fora do campo, o que nos levou ao centro do campo para que pudéssemos iniciar, e que de certa forma nos dava uma boa vantagem. Nos organizamos no meio do campo. Rick passou a bola para trás e eu apanhei rapidamente como ensaiamos. Os demais jogadores empurravam brutalmente a equipe adversária enquanto Mike, nosso recebedor passou pela barreira e saiu correndo feito um coelho pela lateral esquerda do campo a fim de receber meu lançamento.

Andei para trás. Ergui a bola com meu braço direito. Iria ser um lançamento perfeito. Dos quatro jogadores que conseguiram furar a barreira dois perceberam que não chegariam a tempo pois eu já estava prestes a lançar a bola então diminuíram seus passos e se apressaram em perseguir Mike para detê-lo de receber a bola. Idiotas- pensei-. Era exatamente isso que eu queria que fizessem. Quando os dois brutamontes chegaram perto de mim num piscar de olhos passei no meio dos dois com a bola nas mãos, fazendo os dois trombarem um com o outro. E então foquei Mike. Estava livre de marcação, e pronto para receber a bola. Rapidamente ergui o braço e fiz um lançamento perfeito. A bola percorreu cerca de 90 jardas, que era quase 80% do campo. Mike apanhou a bola perfeitamente e continuou a correr. Faltavam apenas alguns metros para o Touchdown mais perfeito do ano, mas de repente Mike caiu violentamente no chão. John o monstro havia surgido do nada numa velocidade incrível e o derrubado. Definitivamente, aquele cara não era desse planeta. Nunca havia visto alguém tao grande e tao rápido antes.

Tudo ocorreu tão depressa que nem ao menos havia notado que um de nossos defensores tinha se machucado no momento da colisão com a barreira adversária. Mesmo com um jogador a menos posicionamos nossa linha de defesa novamente a duas jardas do fim do campo. Estávamos bem próximos do touchdown. Precisavamos apenas de uma estrategia ligeira e eficiente para atingir o fim do campo adversário. Pensei em fazer uma jogada rápida de lançamento curto, mas então percebi que meus parceiros estavam parados, todos olhando para o banco de reservas. Paul se aproximou de mim.

-Ei Brand, parece que ele quer entrar.- disse apontando para um cara enorme que estava ao lado do treinador Reich com a mão levantada e pulando feito uma criança pedindo algodão doce.

Era o Gary. Um cara de dois metros de altura e que pesava cerca de 120 quilos. Era uma montanha, quase tão assustador quanto John, porém havia um problema, Gary era muito, mais muito desajeitado. Tinha o físico de um monstro, mas agia como uma criança de 7 anos de idade. Esquecia com frequência as regras do jogo e chorava facilmente se gritássemos com ele. Para ser mais exato... Gary era mais um mascote do que um jogador reserva.


-Ah...Acho que não é uma boa ideia. -disse.


Paul e eu continuamos a observar Gary que agora estava quase de joelhos diante do treinador Reich implorando para poder entrar no jogo. Paul ficou com pena.

-Qual é Brand, da uma chance pro cara, precisamos mesmo de mais um defensor. Sei que ele é meio bobão, mas ele é grande, pode dar uma boa segurada na barreira e além disso temos aquela jogada...

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