vingt-cinq

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As lembranças do dia anterior vieram como um jato em sua cabeça, porém, ele sentia que estava faltando algo. A hora que ele foi ao bar, também se lembrou de quando foi até a casa de Adam e o que fez. Ele estava se amaldiçoando por isso. Mas em meio daquilo tudo, algo faltava, uma peça em seu quebra-cabeça.

Harry sentia seu coração arder e sua cabeça latejar, ele sentia tantas saudades de Louis, sentia saudades, muitas saudades. Ele só queria que tudo aquilo nunca tivesse acontecido, que nada tivesse acontecido. Queria ter uma borracha para apagar o passado e um lápis para reescrevê-lo.

Pegou os potes com os sangues. Ele realmente iria fazer isso? Sim. Styles seria capaz de tudo, tudo mesmo. Pegou seu pincel e a tela branca colocando-a no cavalete. Abriu um dos potes, sentindo o cheiro de ferrugem e torceu o nariz. Jogou o líquido na tela branca, vendo-o derramar lentamente pela tela. Pegou o pincel e mergulhou-o em uma tinta branca, depois, misturou com o sangue. Começou a fazer contornos de um corpo, borrando o rosto da pessoa, mas que poderia ser visualizado a franja caída e os braços atrás de seu corpo. As partes íntimas também foram cobertas, é claro.

Após alguns ajustes, tudo estava perfeito. Mesmo com o cheiro insuportável de ferrugem, Harry iria aromatizar aquilo depois. Ele respirou fundo, jogando seus longos cachos para trás. Não sabia o que estava dando nele. Ele realmente não sabia.

Pegou suas chaves de casa e guardou-as no bolso, saiu de casa, indo em direção ao barzinho da noite anterior. Isso era o que ele só pensava desde o último momento - que ele se lembrava - com Louis: encher a cara.

Assim que entrou no bar, viu o barman sorrir de ladinho para ele, que retribuiu sorriso. Sentou-se em um dos bancos.

- O que vai querer hoje, Harry? - perguntou o barman.

- Só uma cerveja - Harry pediu, suspendendo sua cabeça com uma das mãos, cansado.

O homem pegou a cerveja de Harry e o entregou, quando o pintor bebeu um gole de sua cerveja, ouviu o sino que havia na porta do bar tocar, olhou rapidamente para a porta, vendo quem havia chegado. E lá estava ele.

Usava um moletom roxo, com uma calça de moletom cinza, suas mãos nos bolsos e seus lindos olhos azuis estavam apagados, escuros, junto com bolsas arroxeadas em volta dos mesmos. Louis estava mais magro. Louis estava ali.

Harry engoliu em seco e desviou o olhar, abaixando sua cabeça para que Louis não o reconhecesse, mas era impossível não reconhecer a pessoa que você tanto ama e que você machucou. Louis estava ali por ele. E ele já estava andando em sua direção, sentando-se ao lado dele.

- Uma água, por favor. - Ele pediu, dando de ombros quando o barman o olhou estranho.

Depois de um tempo em um silêncio constrangedor entre os dois, Harry finalmente acaba com aquilo.

- Olá Louis. - Para Louis, aquilo havia doído mais do que socos em sua barriga, era como se um prédio tivesse caído em cima dele, ouvir o nome de Harry sair de sua boca, quase sóbrio, era uma das piores coisas naquele momento.

- Harry... - o menor disse, abaixando o olhar, corando levemente.

- Como vai? - Harry perguntou, indiferente.

- Fui chamado para ser modelo da Calvin Klein. - Louis informou.

O corpo de Harry ferveu, ele havia sido chamado para posar para essa marca também. Não que Harry seja modelo ou algo assim, nada disso, ele tem mil e uma utilidades. Porém, ele não aceitou e concordou em fotografar o ensaio. Agora, se ele soubesse quem seria o modelo, definitivamente ele não teria aceitado.

- Eu serei o fotógrafo. - Informou.

- Você? Fotógrafo? Pensei que você só pintava e desenhava... - Louis disse, realmente surpreso.

- Você não sabe nada sobre mim, assim como eu não sabia quem você era. - Harry jogou a indireta, ou direta.

- Harold... Por favor, olha, eu sei que eu errei, sei que o que eu fiz é meio imperdoável, mas me deixe recomeçar, me dê uma segunda chance. Eu te amo, Haz. - Louis disse, sentindo as lágrimas transbordarem. Ele colocou sua mão na coxa de Harry, perto de sua virilha, apertando o local.

- Não - Harry disse, tirando a mão de Louis da sua coxa. Fechando os olhos para acalmar seus sentimentos. - Primeiro, não me chame de Harold. Segundo, eu sei que você me ama, me ama tanto que ajudaria ao meu "melhor amigo" a se vingar de mim. E o mais estúpido ainda sou eu, que mesmo depois de tudo que você fez, eu ainda te amo. Eu sou estúpido, estupidamente apaixonado por você, seu idiota.

Harry pegou o rosto de Louis com as duas mãos, trazendo-o para perto de si, e o beijou. Beijou porque não conseguia mais se conter, conter seus sentimentos. Louis retribuiu o beijo, rodeando seus braços no pescoço de Harry e se levantou, colando seu corpo no do maior. Harry desceu suas mãos pelo pequeno corpo de Louis, parando uma das mãos em sua bunda e a apertando.

As imagens da noite anterior que faltava no quebra cabeça de Harry invadiram seus pensamentos, mas não ligou. Apenas continuou beijando Louis. Seu Louis.

Ai, ai, ele era tão estupidamente idiota por Louis.

Escrito by viih

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⏰ Última atualização: Aug 15, 2017 ⏰

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