Capítulo XII - Quem é Jess? - Narrado por J.P

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Livros ao chão

-Desculpe-me ... Meu olhos subiram devagar, e ele entrou no meu campo de visão, aquele semblante de alguns dias atrás, ele estava diante de mim, com o mesmo olhar daquele fatídico dia, meu rosto estava queimando, um refluxo bateu na minha garganta e a vontade de vomitar aumentou, não queria me prolongar naquele Dejavu, sinalizei com a cabeça minhas desculpas, e fui em direção a bibliotecária, ouvi suas recomendações sobre os livros e prazos de entregas, e quando fui saindo retornei minha visão para ele, que permanecia na mesma posição, será que ele tinha enfincado o pé no chão.

Quando saí da biblioteca que percebi onde minhas mãos alcançaram, aquela reação seria por conta do que em sua mala, a vergonha assumiu o meu nome, João Pedro.

Eu realmente tinha tocado em seu pênis, nesse breve tempo fiquei surtado, aquele esbarro tinha mostrado muitas coisas, uma dela era que ele estava muito excitado, pois sentir que o membro dele estava enrijecido.

"Que vergonha, que vergonha"

Repeti essas palavras na minha mente, até estar salvo daquela situação.

Quando finalmente senti que o ar retornava aos meus pulmões, tinha perdido o controle nesse momento, minha reação aquilo tinha sido um tanto exagerado, e o olhar que ele me lançou ele também achava a mesma coisa, menos de setenta e duas horas e já tinha quebrado os pratos caros na casa dele, e depois esbarro e encosto a mão em seu membro que por sinal estava duro, realmente eu não sou um cara de sorte.

O som do meu telefone me fez despertar daquele pequeno mundo de discussões que eu tinha me submetido.

- Sim! A minha voz saiu falha, o drama que passei a pouco instante ainda permanecia a adrenalina em meu corpo.

- Tudo bem, com você? Parece afobado! Aconteceu alguma coisa? As perguntas dispararam em minha direção, Jonas do outro lado parecia impaciente.

- Sim, só que dei uma corridinha para não perder meu ônibus... Menti.

- E como foi o seu primeiro dia de universitário? A perguntei veio em tom de felicidade, sabia que Jonas estava feliz por mim, e gostava dessa atitude dele, e a fofura com que ele me tratava era sempre constante.

- Foi meio que humilhante... Essa parte da conversa soou meio baixinha demais, não queria que as pessoas que estivessem ao meu lado ouvisse meu drama pessoal.

- O que houve? Alguém falou alguma coisa para você? Alguém te tratou mal? Mas perguntas dele enchendo a minha cabeça, tudo o que eu queria no momento era esquecer todas aquelas situações, só por um instante.

- Calma Jonas, são muitas perguntas... Afirmei no meu de um riso sem graça... Não foi isso que aconteceu, tenho que comprar meus livros o quanto antes, porque se não mais momento embaraçosos surgiram, pensei que hoje seria apenas a apresentação e mais dialogo sobre como seria o trimestre.

- Mais isso não aconteceu?

- Não, já entrei de cabeça nessa guerra, sem arma nenhuma, o professor me fuzilava com os olhos, me cobrou os livros, mas o dinheiro que perdi no sábado era para comprar esses livros, vou ter que arrumar mais alguns freelance, para poder terminar de comprar esses livros, ainda bem que o Jess me ajudou, se não fosse ele me deixar sentar com ele para dividir o material, provavelmente eu não teria visto a primeira aula.

- Jess? Quem é Jess? A voz ecoou pelo telefone de uma maneira grossa, como se ele estivesse com raiva de mim.

- Um rapaz da minha sala, só que ele já está no quinto semestre, tive que sentar com alguém para poder pegar a matéria, e ele me chamou para sentar com ele...Meu tom de voz baixou com medo de que ele estivesse bravo comigo, Jonas era meu único amigo e não queria ele ficasse bravo comigo.

- Mas foi ele que te chamou? A pergunta foi rápida e perigosa.

- Você está bravo comigo, Jonas? A pergunta foi respondi com outra pergunta, não queria que ele ficasse chateado comigo por nada nesse mundo, eu sabia que o ele tinha passado, e ele sabia o que eu tinha passado para estar aqui, se em algum momento ele estivesse com raiva de mim, por alguma coisa que fosse, esperaria que ele me disse, pois nossa relação de amizade permitia que contasse tudo um ao outro.

- Claro que não, somente curioso! Uma risada surgiu em meus lábios... Mas esse não foi o motivo pelo qual te liguei, estou perto da sua faculdade, quer almoçar comigo? Pelo tonalidade da sua voz, tudo voltava ao normal.

- Sério? Adoraria, preciso me cercar de pessoas que gostem de mim por enquanto, porque até agora, só tem pessoas querendo minha cabeça em uma bandeja.

- Fechado, daqui uns dez minutos estarei na frente da faculdade, perto do estacionamento, te encontro lá, certo?

- Fechado, desliguei o telefone e caminhei alguns metro para frente da faculdade, avistei alguns alunos indo em direção ao ponto de ônibus, alguns saindo com seus carros do estacionamento, e lá estava Jonas, realmente ele não demorou tanto, acenei com a mão para ele, que logo fez o retorno e parou ao meu lado.

- Oi Universitário, quer dar uma volta? Ele sorriu, enquanto abaixava o vidro do carro.

- Desculpe, mas minha mão me ensino a não entrar em carros estranhos... Abri a porta do carro e sentei ao seu lado, éramos bobos mesmo, não mediamos esforços para sempre rir de certas situações.

Jonas era dono de uma beleza intensa, nossa relação sempre foi mais verdadeira possível, e aquilo elevava nosso modo de conviver um com outro, pois sempre podia contar com ele, e ele comigo.

- Está tudo bem? Perguntei para que não houvesse desentendimento entre a gente.

- Mais ou menos! A reposta veio ríspida, seu semblante estava emburrado com alguma coisa.

- O que houve? Fiz alguma coisa? Se ele respondesse "Sim" eu não saberia o que dizer.

- Para de se preocupar... Ele tocou minha cabeça e continuou... Acho que sou eu mesmo, e daí me conta fora as brigas por materiais, o que achou da sua primeira aula?

- Nossa a aula foi ótima, estava com saudade disso já, o Jess é muito legal e também muito engraçado, ele é uma boa pessoa, agora o professor também é muito bom, só está numa fase ruim, isso foi o que Jess me falou... Não pude conter os sorrisos enquanto falava do meu primeiro dia.

Mas fiquei mais chocado com a cena que se seguiu, quando eu olhei para o lado, lá estava ele em seu carro chique ao lado do nosso, seu olhar recaiu sobre mim, ele estava me fuzilando, eu sentia que tinha cometido algum crime grave, aquele esbarro na biblioteca não tinha sido um bom pressentimento, senti que estava encrencado, não tinha saída para mim.

- Esse era o Jess? A perguntei me desconcertou por um instante e me trouxe para a realidade.

- Não...Minha voz falhou... Esse era o rapaz do festa de sábado, não se lembra, era o dono da festa... A resposta me fez suar frio, só de lembrar nas palavras daquele mulher fez meu corpo congelar.

"Ai, meu Deus, como eu tinha me esquecido dela, ela provavelmente também estuda aqui, eu estava ferrado."

- Você está bem? Parece pálido J.P... E eu realmente estava, eu não estava acreditando que até agora eu não tinha pensando nisso, mas ela não estava com ele, será que ela estuda em outro local, seria possível? Bem provável que ela estude em outro lugar, ela não gosta de gente como eu, acho que deva ter procurado outro lugar para seus estudos.

- Sim, estou bem... Recuperei meu folego e minha cor natural, antes de prosseguir com a conversa.

- Então onde você quer comer? A carro ligou e ele colocou no ponto inicial para a partida.

- Você escolhe, hoje eu sou somente o convidado... Eu não queria transparecer meu nervosismo, não queria estragar as coisas com Jonas.  

Me apaixonei por você- Romance GayWhere stories live. Discover now